Projeto gaúcho tem como protagonista o enólogo Luiz Henrique Zanini
por Dado Lancellotti
Originalmente publicado na Revista ADEGA, este texto faz parte da seção "Contrarrótulo", cujo objetivo é contar, justamente, a história de um rótulo de vinho. Desta vez, vamos conhecer as motivações por trás do projeto Era dos Ventos, um dos pioneiros em relação à produção de vinhos laranja no Brasil. Vamos desvendá-lo...
O romance “O Tempo e o Vento” narra uma série de eventos extraordinários da história do Rio Grande do Sul. Tal qual a obra épica do escritor gaúcho Érico Veríssimo, Era dos Ventos traz os mesmos traços de uma trajetória heroica.
O protagonista é Luiz Henrique Zanini. Há 20 anos, ele trabalhava no Banco do Brasil e não imaginava o que seu futuro reservava. Amante da filosofia, literatura e poesia, ele era fã de cerveja. O vinho foi apresentado a ele pela família de sua esposa, Talise Valduga. Ele estudou enologia, estagiou no Domaine de Montille, na Borgonha, e, em 1999, fundou a vinícola Vallontano. Intuitivo, tornou-se um dos viticultores mais reverenciados do país e profundo defensor do trabalho autoral.
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O projeto Era dos Ventos floresceu sob a inspiração dos versos de Veríssimo: “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”.
Pelo percurso, manteve-se a convicção em métodos ancestrais, que valorizam a intervenção mínima, e nas castas italianas tradicionais trazidas pelos colonizadores oriundos da Bota para a Serra Gaúcha no século XIX. Apesar de quase extintas, elas se adaptaram ao território dos Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves.
Zanini e Talise plantaram seus vinhedos em 2004. A colheita inicial foi em 2007. A ótima história por trás do rótulo começou com uma aposta na uva Peverella. Era dos Ventos foi a pioneira na produção do vinho laranja no Brasil. Zanini provou pela primeira vez um vinho da variedade feito artesanalmente em 2002 e o apresentou ao amigo de faculdade Álvaro Escher, idealizador do mítico Cave Ouvidor. O coração de Escher a resgatou.
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O nome vem de “pevero”, que no dialeto vêneto significa pimenta e explica seu sabor levemente picante na ponta da língua. Encantados, eles produziram experimentalmente vinhos a partir das uvas brancas maceradas com as cascas. Escher ajuda em todas as vindimas desde então. Além disso, a paixão de Zanini e Talise impulsiona o projeto. Um sonho que virou realidade.
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