Associação de produtores de Asti DOCG passa a permitir produção de espumante rosé
por Silvia Mascella
Os espumantes italianos vêm conquistando cada vez mais o público em variados estilos e vindos de diversas regiões, sejam os frescos e leves Prosecco do Vêneto, os elegantes brut de Franciacorta ou os delicados espumantes mais doces de Asti, no Piemonte.
O norte da Itália é conhecido por ter alguns dos tintos mais longevos, intensos e famosos de todo o país (e do mundo): os Barolos e Barbarescos. No entanto, bem no coração da região fica a cidade de Asti, circundada pelas colinas de Langhe, Roero e Monferrato, terra de nascimento dos espumantes e frisantes feitos com as uvas da família das Moscatos.
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A beleza da região, que possui mais de 9 mil hectares de vinhedos, ganhou o status de Patrimônio Mundial da Unesco em 2014, que engloba a zona de produção DOCG de Asti Spumante e também da cidade de Canelli. Por lá quem manda é a uva Moscato Bianco, reconhecida como varietal autóctone do Piemonte, e as regras de produção da Denominação de Origem são bastante rígidas, não permitindo que o espumante (ou sua versão frisante) tenha outra coloração que não o amarelo claro - quase prateado - tão típico.
No entanto, isso está prestes a mudar, pois a assembléia da 'Associazione Comuni del Moscato', Consorzio dell'Asti e a Moscato d'Asti Docg acabaram de aprovar a autorização para a produção de espumante Asti Rosé, visando a ampliação do mercado consumidor e principalmente com foco nos bebedores mais jovens.
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Para obter esse espumante rosado, será permitido o corte entre as uvas Moscato e Brachetto (uva tinta aromática típica da região, que já produz um frisante bem reputado por lá) e - caso a burocracia corra bem - a safra de 2024 já poderá incluir esse produto entre os DOCG, que hoje incluem o Asti Spumante e o Moscato d'Asti (frisante).
Vale lembrar que a região de Asti é o berço de nascimento desse espumante leve e doce, criado por volta de 1865, por Carlo Gancia, a partir de uma única fermentação em autoclave, interrompida para preservar parte do dulçor natural das uvas e seu baixo teor alcoólico. Esse método ficou conhecido no mundo como 'método Asti'.
Veja abaixo os espumantes italianos em diversos estilos degustados por ADEGA: