• APRENDER
  • CURIOSIDADES
  • PERFIL
  • SABOR
  • MERCADO
  • REVISTA
  • CLUBE
Assine
Facebook Revista ADEGAInstagram Revista ADEGA
  • APRENDER
  • CURIOSIDADES
  • PERFIL
  • SABOR
  • MERCADO
  • REVISTA
  • CLUBE
  • DOC

    O papel da Alsácia na produção de vinhos brancos franceses

    A região da Alsácia, na fronteira entre França e Alemanha, foi motivo de disputas seculares entre franceses e alemães

    por Aguinaldo Záckia Albert

    estrasburgo
    Estrasburgo, cortada pelo rio Ill, afluente do Reno, é a principal cidade da província da Alsácia. Na foto acima, a cidade de Colmar

    A Alsácia é a mais peculiar das regiões produtoras de vinho da França. Situada entre as margens do rio Reno (a leste), que delimita hoje a fronteira franco-alemã, e a cordilheira de Vosges (a oeste), esta região tem uma história conturbada, pontuada por guerras e conflitos, o que fez com que fosse considerada, por várias vezes e de forma alternada, território alemão e francês.

    Para não irmos ainda mais longe no tempo, entre os anos 962 e 1648, a Alsácia fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico, que cedeu à França nesse último ano, pelo Tratado de Westfália, a parte sul de seu território. Anos mais tarde, em 1681, a parte setentrional, onde se situa Estrasburgo, foi também anexada ao território francês. Dessa forma, durante um longo período, que terminou em 1871, a Alsácia (juntamente com a Lorena) foi área integrante da França.

    Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube

    Vencida na guerra de 1871 contra o Império Alemão, a França cedeu o território ao seu tradicional inimigo, só retomando-o em 1919, com a vitória dos aliados na I Guerra Mundial. O Tratado de Versalhes sacramentou o fato. A Alsácia permaneceu francesa até 1940, quando as forças do III Reich invadiram a França e tomaram-na. A retomada francesa ocorreu pouco depois, em 1945, com a derrota alemã. Desde esta data, a região pertence à França.

    Tantos conflitos têm seu motivo, pois a Alsácia e a Lorena são zonas estratégicas, perto de onde começa o rio Reno, que atravessa seis países (Suíça, Áustria, Liechtenstein e Países Baixos, além de França e Alemanha) e deságua no mar do Norte. Hoje, ela é uma das províncias francesas mais ricas (a segunda do país, atrás apenas de Ilê-de-France) e de extrema importância política e econômica, lembrando que em Estrasburgo situa-se a sede do Parlamento Europeu.

    Por tudo isso, a Alsácia possui hoje uma forte identidade cultural, às vezes francesa, às vezes alemã, o que torna a visita a essa belíssima região, arduamente reconstruída depois da destruição da II Guerra, uma experiência extremamente rica e curiosa.

    LEIA TAMBÉM: O Sul da França, curioso e peculiar

    O vinho alsaciano

    colmar
    Em uma viagem pela região, é imprescindível passar por Colmar (foto), Turkheim, Riquewir, Ribeauvillé, Selestat, Obernai e Estrasburgo

    Diante de tantos conflitos ao longo dos séculos, houve algo na Alsácia que sempre esteve acima das disputas franco-germânicas: o seu vinho. Em especial, o branco, tão famoso e aclamado mundialmente. Quando alguém fala em Riesling e Gewürztraminer, a primeira associação que se faz é com essa maravilhosa província (por enquanto) francesa.

    A região produtora de vinhos da Alsácia se estende por 110 quilômetros, desde a cidade de Thann, perto da fronteira suíça, até Marlenheim, ao norte, próximo de Estrasburgo. A zona vitivinícola se divide em duas: Alto Reno e Baixo Reno. Percorrer a “Rota do Vinho”, que corta todo o território, e visitar suas encantadoras cidades medievais e seus vinhedos realmente vale a pena.

    É imprescindível passar por Colmar, Turkheim, Riquewir, Ribeauvillé, Selestat, Obernai e, finalmente, Estrasburgo, a metrópole regional, com todos os seus encantos e sua rica vida cultural e gastronômica.

    LEIA TAMBÉM: Dicas de enoturismo na França

    A variedade de microclimas e solos que se encontra pelo caminho é enorme, o que possibilita ao vinhateiro alsaciano adaptar da maneira mais sábia as uvas regionais aos terrenos mais adequados. O peso do conceito de terroir é ali levado tão a sério quanto na Borgonha, e o resultado são vinhos brancos de grande equilíbrio e fineza.

    Granito, argila, calcário, areia e greda são os elementos que constituem esse rico mosaico de terrenos, fruto do desmoronamento de partes das montanhas do maciço de Vosges e da Floresta Negra, ocorrido há cerca de 50 milhões de anos.

    Uvas clássicas

    As castas brancas dominam a Alsácia. Apenas 8% dos vinhos são tintos ou rosés (geralmente para consumo local), e os restantes 92% são utilizados na elaboração de vinhos brancos tranquilos e espumantes. As variedades principais são sete:

    • Riesling – Tida por muitos como a melhor casta branca do mundo, a Riesling é a grande estrela da Alsácia, seguida de perto pela Gewürztraminer. Dá origem a vinhos de grande fineza e elegância, com aromas delicados de frutas cítricas e tropicais, além de notas florais e minerais.
    • Gewürztraminer - Os vinhos feitos com esta uva são célebres. Têm aspecto dourado, aromas intensos de frutas (grapefruit, lichia, marmelo), florais e de especiarias (pimenta, canela), como indica seu próprio nome: Würze significa especiaria em alemão. Seus vinhos são os parceiros ideais da exótica gastronomia asiática, principalmente a tailandesa. Carne de porco e de ganso também vão muito bem com eles.
    • Pinot Gris – Uva cinzenta e levemente azulada, com ela se produzem os vinhos mais encorpados e macios, com menor presença aromática. Extremamente gastronômico, por suas características, pode lembrar um bom branco da Borgonha. Seu antigo nome era Tokay Pinot Gris.
    • Pinot Blanc – Vinhos de aromas agradáveis e discretos. Frescos, macios e redondos.
    • Muscat D'Alsace – Produz brancos com aroma bem característico. O vinho é seco, ao contrário do que acontece com as castas da família da Muscat no sul da França, que são doces.
    • Sylvaner – Vinhos leves e refrescantes, com aromas agradáveis, frutados e discretos. Muito popular na Alemanha (Francônia).
    • Pinot Noir – É a grande representante tinta da região, consumida mais localmente. Os vinhos são menos concentrados e mais leves que os da Borgonha.

    LEIA TAMBÉM: Igreja abre bar católico na França

    Classificações

    Todos os vinhos alsacianos são da categoria AOC (Appellation d’Origine Contrôlée). Ligados à tradição alemã, os vinhos ostentam no rótulo o tipo de uva com que são feitos – quando são monovarietais (100% da mesma uva, na maioria dos casos). Quando se utiliza uma mistura de várias cepas, o nome “Edelzwicker” aparece no rótulo. São três as categorias dos vinhos:

    • AOC Alsace – 12 mil hectares de vinhedos. A denominação mais comum, abarcando a maior parte dos vinhedos.
    • AOC Alsace Grand Gru – 500 hectares de vinhedos. Esta denominação só pode ser utilizada por quatro castas: Riesling, Gewürztraminer, Muscat e Pinot Gris.
    • AOC Crémant D'Alsace – Os vinhos espumantes da região, que gozam de grande prestígio, pertencem a esta categoria.

    Gostou? Compartilhe

    Facebook Revista ADEGAInstagram Revista ADEGA

    palavras chave

    vinhos francesesRota do Vinho Alsáciaterroir AlsáciaCrémant d’Alsacevinhos da Alsáciavinhos Grand CruAOC AlsaceRiesling Alsáciavinhos brancos francesesGewürztraminer Alsácia

    Notícias relacionadas

    chardonnay

    Por que alguns vinhos têm aroma e sabor de manteiga?

    vinho laranja

    Qual é a temperatura ideal para servir vinhos laranjas?

    Imagem Château Mouton Rothschild revela rótulo 2023 por Joana Vasconcelos

    Château Mouton Rothschild revela rótulo 2023 por Joana Vasconcelos

    queijo e tempranillo

    Como harmonizar Tempranillo com queijos: opções espanholas e internacionais

    decantação

    O que é dupla decantação e quando usar a técnica no serviço do vinho

    Baco e Ariadne

    Muito antes de Baco: as divindades que moldaram a mitologia do vinho

    Imagem Um brinde à sustentabilidade do vinho português

    Um brinde à sustentabilidade do vinho português

    furto vinhedos

    Contrato romano do século IV revela como vinhedos eram protegidos no Egito

    Ânforas de argila sendo usadas para fermentação de vinho

    Como funciona a fermentação de vinhos em ânforas

    Imagem França libera €130 mi em plano de crise da viticultura

    França libera €130 mi em plano de crise da viticultura

    Top 100 Os Melhores Vinhos do Ano

    Escolha sua assinatura

    Impressa
    1 ano

    Impressa
    2 anos

    Digital
    1 ano

    Digital
    2 anos

    +lidas

    Por que o termo “claret” virou sinônimo do vinho de Bordeaux?
    1

    Por que o termo “claret” virou sinônimo do vinho de Bordeaux?

    Dom Pérignon lança Rosé 2008, o vinho que marca a \u0022nova era\u0022 da Maison
    2

    Dom Pérignon lança Rosé 2008, o vinho que marca a "nova era" da Maison

    Arqueólogos encontram vestígios de viticultura com mais de 8 mil anos
    3

    Arqueólogos encontram vestígios de viticultura com mais de 8 mil anos

    Casa Valduga promove curso de degustação
    4

    Casa Valduga promove curso de degustação

    Por que as garrafas de vinho têm 750 ml?
    5

    Por que as garrafas de vinho têm 750 ml?

    Revista ADEGA
    Revista TÊNIS
    AERO Magazine
    Melhor Vinho

    Inner Editora Ltda. 2003 - 2022 | Fale Conosco | Tel: (11) 3876-8200

    Inner Group