Arqueologia

Pesquisadores descobrem "pithos" para vinho com quase 3 mil anos

Descoberto na Turquia, local de armazenamento de vinho fica em um castelo armênio

Pithos para armazenamento de vinho, azeite e grãos
Pithos para armazenamento de vinho, azeite e grãos

por Silvia Mascella

Os arqueologistas e os pesquisadores sobre a história do vinho indicam que o nascimento dessa bebida que nos fascina ocorreu nas montanhas do Cáucaso, atual Georgia, na Ásia. Evidências apontam que o vinho se espalhou pelos territórios vizinhos da antiga Armênia, da Mesopotâmia e era comercializado pelos sumérios, que o levaram para o Mediterrâneo e daí em diante para o Egito, a Grécia e o Império Romano.

Mapa Oriente

As pesquisas em variados sítios dessa terras muito antigas não deixam de trazer surpresas e a última foi revelada num local que é conhecido como um dos mais interessantes locais de escavação da Turquia. A fortaleza do Castelo de Cavustepe Kalesi, na região de Van, é parte do antigo território da Armênia, onde o rei Sardur II de Urartu contruiu edificações que iam muito além de uma residência real.

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O sítio arqueológico, embora pouco preservado do solo para cima, não cessa de atrair os olhares do pesquisadores cada vez que é escavado. Localizado no topo de um morro, os historiadores descobriram que as paredes de pedra desciam dentro da montanha, num sistema de construção criado, provavelmente, para suportar os terremotos comuns na região.

Castelo de Cavustepe
Fortaleza do Castelo de Cavustepe, antiga Armênia, atual Turquia

Outra descoberta imporante foi de 120 "Phitos", antigos vasilhames utilizados para o armazenamento de vinho, azeite, manteiga e grãos. Na fortaleza de Cavustepe, esses phitos estão enterrados e são gigantes, de acordo com a avaliação dos pesquisadores eles devem ter a capacidade de suportar 300 kg cada um.

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Essa descoberta dá uma idéia de como os reinos se sustentavam, e de como as construções eram preparadas para atender não apenas os que viviam dentro das cortes, mas também o comércio, que necessitava de armazenamento adequado para suas riquezas. Os pithos estão enterrados perfeitamente alinhados com as câmaras de armazenamento e depósitos do antigo palácio e próximos de um área com pias/lagares, utilizados para prensar as uvas.

O povo da região construiu, inclusive, um canal para fazer a água chegar até o palácio. Segundo os historiadores, há escritos que afirmam que essa água era utilizada também no processo de produção de vinho. Os vasilhames de quase 3 mil anos tinham em suas tampas inscrições na escrita cuneiforme, e serviam para guardar vinho, óleo, cereais e outros produtos que precisavam de recipientes de barro, cuja temperatura mais baixa favorece a conservação.

Os pithos são containers que eram feitos em largas quantidades e em muito tamanhos, alguns com formato cônico em baixo e outros arrendondados. Durante aproximadamente 3 mil anos - até o ano 1 mil depois de Cristo- eles foram manufaturados por povos desde o período Neolítico. Eles estão presentes em várias terras antigas, dos impérios Persa, Bizantino e do Mediterrâneo. Sua utilização sempre esteve associada à produção e ao comércio do vinho.

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