Terra do espumante

Pinto Bandeira se torna primeira denominação de origem de espumantes no Novo Mundo

Denominação de Origem terá o nome de Altos de Pinto Bandeira e se torna a primeira fora da Europa exclusiva para espumantes

Vinhedo da vinícola Aurora em Pinto Bandeira
Vinhedo da vinícola Aurora em Pinto Bandeira

por André De Fraia

Levou mais de 10 anos, mas os produtores de Pinto Bandeira podem comemorar. Foi concedido e status de Denominação de Origem para os espumantes da região, a primeira exclusiva de borbulhas fora da Europa.

Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI, que “além das condições homogêneas do meio geográfico, ressalta-se a interação com fatores humanos, resultantes do saber fazer agrícola e vitícola dos produtores. Eles buscam selecionar as uvas com grau de maturação adequado, especificamente, para elaborar os melhores ‘vinhos base’ para espumantes, que requerem um menor teor alcoólico e uma acidez mais acentuada que aquela de ‘vinhos tranquilos’, garantindo o frescor necessário nos espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira”.

Assim será conhecida a nova denominação de origem, DO Altos de Pinto Bandeira, a região abrangerá 65 km², nos municípios de Pinto Bandeira, Farroupilha e Bento Gonçalves, todos no Rio Grande do Sul. A DO tem como característica uma altitude média de 632 metros acima do nível do mar, mas é composta por diversas ondulações que geram microclimas singulares.

Para receber o selo, as vinícolas, além de estarem localizadas na região demarcada, terão que produzir seus espumantes com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e/ou Riesling Itálico que obrigatoriamente devem estar em vinhedos conduzidos pelo método da espaldeira.

A produção do vinho também foi regulada. Os espumantes obrigatoriamente devem ser produzidos pelo método tradicional, ou champenoise, com no mínimo 12 meses de guarda, e podem ser Nature, Extra-Brut, Brut, Sec ou Demi-Sec. Confira abaixo as regras gerais:

  • Castas autorizadas: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, sendo que os vinhedos devem ser cultivados, exclusivamente, na área geográfica delimitada.
  • Origem das uvas: As uvas devem ser cultivadas 100% na área geográfica delimitada da DO Altos de Pinto Bandeira.
  • Sistemas de Condução: espaldeira.
  • Produtividade: limite máximo por hectare de 12t/ha. A colheita mecânica é proibida para as uvas destinadas à DO, que também devem apresentar mais que 14º graus babo.
  • Elaboração: Os espumantes com DO somente podem ser elaborados pelo Método Tradicional com tempo superior a 12 meses de guarda. Quanto ao açúcar residual estão autorizadas as classes Nature, Extra-Brut, Brut, Sec e Demi-Sec.
  • Processos Enológicos: É permitido o uso de barricas de carvalho, tanto na primeira fermentação quanto no vinho base para espumante, sendo que para ter a DO é necessário ter a segunda fermentação na garrafa.
  • Os vinhos base para espumante devem ter no máximo cinco anos, contados a partir da data de término da respectiva safra de uva.
  • É permitido o uso de diferentes safras de vinhos base para espumante nos cortes, desde que das variedades autorizadas. Nos cortes, o vinho base de Riesling Itálico terá um percentual máximo de 25% sobre o volume do produto final.
  • Espumantes Safrados: Os espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira podem ser safrados, devendo conter, no mínimo, 85% de vinho base da safra mencionada.
  • Rotulagem: O rótulo principal deverá conter a identificação do nome geográfico da DO, seguido da expressão Denominação de Origem. A rotulagem também deverá incluir o Selo de Controle numerado, especificando o número do lote e da respectiva garrafa do lote.

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