Novo estudo aponta motivo da dor de cabeça depois de consumir vinho tinto
por Silvia-Mascella-Rosa.pgn
Vamos deixar uma coisa clara: depois da quarta/quinta taça você não pode mais culpar o vinho, certo? Consumir álcool em excesso faz mal. Ponto. Mas em alguns casos, mesmo com o consumo racional, a dor de cabeça pode atacar, principalmente quem dá preferência aos vinhos tintos.
Os cientistas se debruçam sobre esse assunto há décadas, mas um novo estudo da Universidade da Califórnia - Davis, publicado no Scientific Reports, aponta que o gatilho da dor de cabeça pode estar, supreendentemente, numa das substâncias benéficas do vinho, um dos polifenóis.
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Os polifenóis são antioxidantes que combatem os radicais livres que podem causar danos ao corpo. Existem centenas deles em diferentes plantas, inclusive nas cascas da uvas (especialmente nas tintas, cuja casca fica em contato com o mosto para transferir cor). O mais famoso dele, você com certeza já ouviu falar, é o resveratrol (que também existe no cacau e no amendoim). Sua atuação é conhecida por inibir o crescimento de algumas células cancerígenas e de diminuir o mau colesterol.
A quercetina é outro polifenol muito comum nos alimentos, e conhecida por sua atividade antiviral, protegendo até contra resfriados e é encontrada em suplementos alimentares, também. No entanto, é ela o alvo da pesquisa em curso, por conta de sua rápida reação às enzimas estomacais que quebram as moléculas do álcool do vinho.
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Ao consumir muito álcool, a quercetina - aparentemente - tem um efeito inibidor do metabolismo do álcool no corpo, afirma Andrew Waterhouse, professor emérito do departamento de Viticultura e Enologia da UC Davis. O que acontece nesse caso é que a toxina do álcool, o acetildeído, se acumula no organismo, causando dor de cabeça, rosto quente e vermelho e mal estar.
O estudo ainda aponta que algumas pessoas são mais suscetíveis à essa reação, mesmo com baixo consumo de vinho tinto, especialmente as populações com ancestrais do leste da Ásia.
O co-autor do estudo, Morris Levin, professor de neurologia e diretor do centro de pesquisas de Dor de cabeça afirmou sobre a pesquisa ainda em andamento: "Acreditamos que finalmente estamos no caminho certo para explicar esse mistério milenar".
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