Estilo não é tão conhecido no mercado, porém, as mudanças climáticas podem beneficiar a região portuguesa
por André De Fraia
Vinhedos na região portuguesa do Vinho Verde
Vinho Verde para muitos é sinônimo de vinho branco. Porém, a região do noroeste português, produz ainda rosés, espumantes e tintos que representam em torno de 15% da produção da Denominação de Origem.
Mas um fenômeno pode levar os produtores de Vinho Verde a uma grande reviravolta.
As mudanças climáticas estão alterando o terroir reconhecidamente frio e transformando a área como um todo. “Se nos anos 90 do século passado havia grandes fenômenos de geada e de granizo, nos últimos anos a geada praticamente desapareceu do Minho", diz o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Manuel Pinheiro.
"Temos algum granizo e temos fenômenos de insolação. A insolação nunca existiu no Minho, é um fenômeno novo. Ou seja, o excesso de calor e o excesso de incidência do sol sobre os cachos obriga a gerir melhor a água e a escolher castas que estejam mais adaptadas a um clima novo”, finaliza Pinheiro.
Borraçal é uma das castas tintas típicas da região do Vinho Verde
Segundo o mandatário da DO, os produtores têm que olhar para essas mudanças climáticas como uma oportunidade de produzir novos grandes vinhos na região. E a inspiração pode vir mais do Norte: a Galícia.
"Julgo que renovar os nossos tintos passa por testar aqui algumas castas galegas, testar aqui alguns processos e entender como é que eles fazem e se podemos melhorar", diz Pinheiro.
As regiões, apesar de fronteiriças, não possuem as mesmas condições climáticas ou de solo. Assim, os especialistas acreditam que as castas galegas não necessariamente terão sucesso no Vinho Verde, mas a atitude dos produtores espanhóis pode servir de impulso para uma nova face do Vinho Verde tinto.
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