Lista

Dez regiões espanholas que todo enófilo deve conhecer

País ganha cada vez mais espaço na produção de vinho

por Arnaldo Grizzo

A Espanha é o terceiro país que mais produz vinho no mundo, atrás somente de Itália e França. No entanto, é o país com maior área de vinhedos plantada no planeta, com cerca de 1 milhão de hectares. Apesar dessa área enorme e de tantos vinhos serem produzidos em tantos locais diferentes, geralmente quando alguém fala sobre vinhos espanhóis, vem à mente da maioria dos enófilos referências como Ribera del Duero, La Rioja, Tempranillo e não muito mais do que isso.

Mas, obviamente, a Espanha não se resume a isso. Não é somente Jerez e Cava, não é só Crianza ou Reserva. Sim, foi graças a vinícolas vanguardistas especialmente de Ribera del Duero e La Rioja que essas regiões ficaram incrustadas na cabeça dos apreciadores de vinho, mas há muito para ser “descoberto” em um país onde a vitivinicultura se espalhou por quase todos os cantos e, em cada um deles, apresenta características distintas e especiais, com cepas que vão muito além da Tempranillo.

Foi pensando nisso que ADEGA decidiu então montar uma pequena lista com 10 regiões cujos vinhos vêm ganhando espaço recentemente e que merecem ser conhecidas pelos enófilos.

Se você nunca ouviu falar de alguma delas, procure conhecer e degustar seus vinhos. Certamente você irá se surpreender e abrir seu leque de opções espanholas.

Cigales

Dentro da região de Castilla y León, mais para o noroeste da Espanha, encontra-se a DO Cigales, que leva o mesmo nome do município que está na província de Valladolid e é a base de seus vinhos. A denominação de origem é recente, de 1991, mas há documentos que mostram que a vitivinicultura no local remonta ao século X com proprietários de vinhedos em diferentes municípios da região (ao todo são 13) como Cubillas ou Corcos. A região de Cigales não fica muito distante da famosa Ribera del Duero e se estende pelo setor norte da depressão do rio Duero. Ela tem uma superfície de 574 km2 nas margens do rio Pisuerga. Os vinhedos estão localizados a uma altitude média de 750 metros. As principais uvas usadas são a Tempranillo, que corresponde a 70% da área de vinhedos, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Verdejo, Albillo e Sauvignon Blanc. Embora Cigales tenha ganhado fama por seu vinho rosé, cada vez mais os tintos têm sido reconhecidos como vinhos de qualidade e despontando mundo afora.

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AD 90 pontos

TELMO RODRÍGUEZ VIÑA 105 2013

Telmo Rodríguez, Cigales, Espanha (Mistral US$34). Tinto composto de 90% Tempranillo e 10% Garnacha, sem passagem por adeira. Frutado e alegre, mostra amoras, framboesas e cerejas do início ao fim, tudo envolto por acidez refrescante, taninos macios e final longo, com toques minerais e de frutas vermelhas ácidas. Chama atenção pelo equilíbrio do conjunto e pela facilidade com que se bebe. Álcool 13,5%. EM

Mallorca

Terra de um dos maiores tenistas do mundo, Rafael Nadal, Maiorca (em catalão e castelhano escreve-se Mallorca) é a maior ilha do arquipélago de Baleares localizado no leste da Espanha. Ela tem 3.640,11 km², sendo a maior da Espanha e a sexta maior do Mediterrâneo. A ilha possui duas denominações de origem raramente citadas, DO Binissalem e DO Pla i Llevant. No entanto, boa parte de seus vinhos são classificados como “Vi de la Terra Mallorca”. Pouco se ouve falar dos vinhos dessa ilha espanhola, pois eles tendem a ser consumidos pela população local ou por turistas, ou ainda vendidos quase que somente na Espanha. A história do vinho no local remonta ao século XIV e, até o século XIX, o estilo mais famoso era dos fortificados. Hoje, porém, há uma boa diversidade de estilos, mas os que mais chamam a atenção são feitos com variedades nativas. São mais de 40 uvas indígenas, entre elas a Callet, Manto Negro e Moll.

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AD 91 pontos

BLA BLA BLA 2015

Terra de Falanis, Mallorca, Espanha (Mistral US$ 42). Projeto dos mesmos proprietários da vinícola Ánima Negra, este branco é elaborado exclusivamente a partir de uvas Premsal advindas da região de Felantix, em Mallorca, com fermentação e estágio de oito meses parte em tanques de cimento e parte em barris de carvalho. Tenso, vibrante e cheio de vida, esbanja acidez, tem ótima textura, bom volume de boca e final persistente, com toques salinos. Álcool 12%. EM

Jumila

Esta denominação abrange uma ampla região no sudeste da Espanha, entre o norte da região de Múrcia (município de Jumilla) e parte da província de Albacete, especificamente os municípios de Ontur, Tobarra, Albatana, Hellín, Montealegre e Fuente Álamo. A denominação foi criada em 1966 (sendo uma das mais antigas da Espanha) e inclui cerca de 50 vinícolas e mais de 4 mil viticultores que cultivam cerca de 30 mil hectares de vinhedos. Aqui a variedade Monastrell, que representa 80% da área de vinhedos,destaca-se no solo cretáceo, com clima rigoroso e chuva escassa. Às altitudes variam de 400 a 800 metros acima do nível do mar. Outras variedades tintas usadas são: Cencibel, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot etc. Entre as brancas: Airén, Macabeo, Pedro Ximénez, Malvasia, Chardonnay etc. Além dos tintos, destaca-se a produção de excelentes rosés. A cidade de Jumilla também é famosa por suas peras – com denominação de origem.

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AD 89 pontos

TAUS BLANCO 2014

Hacienda del Carche, Jumilla, Espanha (Viníssimo R$71). Branco composto de Sauvignon Blanc e Macabeo, sem passagem por madeira. Fresco, vibrante e cheio de frutas brancas, cítricas e de caroço acompanhadas de notas florais, minerais e de ervas frescas, que se confirmam na boca. Fruta e leve, tem ótima acidez, gostosa textura e final médio, com toques de limão. Álcool 11,5%. EM

Utiel-Requena

A denominação de origem está localizada na região de transição entre a costa do Mediterrâneo e o planalto (La Mancha) da Espanha central. As vinhas estão localizadas entre dois rios: o Turia e o Cabriel. Um dos marcos do desenvolvimento da vitivinicultura na região ocorreu em 1887 quando foi inaugurada a linha férrea Valência-Utiel, que levou à formação de bairros vinícolas nas estações de Requena, San Antonio e Utiel. Nesta época, a Bodega Redonda, uma da mais antigas e tradicionais, foi estrategicamente construída em frente à estação ferroviária. Lá, 94,27% da superfície da vinhedos é cultivada com variedades tintas e a uva Bobal é a grande estrela, representando 80% da produção. Ela é a segunda variedade mais difundida em todo o país depois da Tempranillo e estudos apontam que ela é uma das uvas que mais apresenta concentração de resveratrol – uma das substâncias do vinho associadas aos efeitos benéficos da bebida.

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AD 90 pontos

FUENTESECA 2015

Bodega Sierra Norte, Utiel-Requena, Espanha (Vind’Ame R$ 89). Tinto composto de 60% Bobal, uva típica da pequena região de Utiel-Requena, e de 40% Cabernet Sauvignon, sem passagem por madeira. Carnudo e muito frutado, tem refrescante acidez, taninos macios e final cheio e persistente, com toques minerais e de especiarias.

Álcool 13,5%. EM

Galícia

A parte mais ocidental da Espanha, a Galícia engloba as províncias de La Coruña, Orense, Pontevedra e Lugo. Dentro da região existem cinco denominações de origem: Monterrei, Rías Baixas, Ribeira Sacra, Ribeiro e Valdeorras. Certamente o principal destaque ultimamente tem sido os vinhos de Rías Baixas, especialmente com seus Albariños. Entre os séculos IX e XVII, os vinhos de Ribadavia e Ourense (Ribeiro) eram famosos e exportados para diversas cidades europeias. No entanto, diversas crises comprometeram a indústria vitivinícola local, fazendo com que vinhedos fossem abandonados e viticultores imigrassem. A retomada só veio mais recentemente quando investimentos da União Europeia revitalizaram a região. As denominações mais próximas do rio Minho produzem vinhos com Albariño, Loureiro, Caíño Blanco etc. Mais para o interior, em Ribeiro, os vinhos brancos são uma mistura de Torrontés, Albariño, Lado, Loureiro e Treixadura (Trajadura) etc. Há também vinhos brancos de Godello. E os vinhos tintos tendem a ser produzidos principalmente com Mencía.

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92 pontos

BASTIÓN DE LA LUNA 2009

Bodegas Rodrigo Méndez, Rías Baixas, Espanha (Casa do Porto R$ 198). Raúl Pérez é considerado um dos melhores enólogos da Espanha e é o responsável por elaborar este tinto composto de Goliardo, Caiño e Espadeiro, com 12 meses de estágio em madeira francesa. Mantendo-se fiel ao seu estilo, esbanja frutas vermelhas mais frescas seguidas de notas florais, minerais, terrosas e de couro, tudo num contexto em que a tensão, a ótima textura de taninos e a acidez refrescante tem papel primordial em sua estrutura. Álcool 12,5%. EM

Somontano

De acordo com documentos da época, no ano 500 a.C. já havia videiras cultivadas no vale do Ebro e, no século II a.C., já havia uma importante produção de vinho na região. Um momento chave na história da denominação Somontano foi a chegada da família Lalanne, vinda de Bordeaux e Buenos Aires após a filoxera ter atacado os vinhedos franceses. Eles implantaram variedades de uvas como Chardonnay, Merlot ou Cabernet Sauvignon, que desde então se tornaram parte do patrimônio da região. Mais que isso, Somontano costuma estar sempre à frente quando o assunto é inovação técnica vitivinícola, muito também devido a grandes investimentos feitos a partir dos anos 1990. Somontano significa “no sopé da montanha” e isso define perfeitamente a área onde esta denominação de origem se baseia, ou seja, na zona de transição entre o vale do Ebro e os Pirineus, no norte da região de Aragão, quase na fronteira com a França. A denominação da origem Somontano, criada em 1984, “aceita” 15 variedades de uva e tem de mais de 4.000 hectares de vinhedos. Cada vez mais seus vinhos têm chamado a atenção de críticos.

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AD 92 pontos

ALBAT ELIT RESERVA 2004

Bodegas Irius, Somontano, Espanha (Sem importador no Brasil). Ao primeiro momento os aromas exuberantes de cerejas, framboesas e ameixas dominam, mas depois de um tempo aparecem agradáveis notas florais, herbáceas, minerais e de especiarias, que conferem complexidade ao conjunto. Mas, é na boca que ele mostra a que veio, com sua textura de taninos finos, sua acidez refrescante e seu final longo e suculento.Está em plena forma, não mostra seus quase 15 anos de idade. Álcool 13,5%. EM

Penedès

Dentro da Catalunha, terra dos espumantes Cava, há diversas denominações de origem. Uma das que nem sempre aparecem com o devido destaque é Penedès, que está situada ao redor da capital regional, Vilafranca del Penedès, perto de Sant Sadurní d’Anoia, o reconhecido centro de produção de Cava. Além dessas duas cidades, os principais municípios são Vilanova i la Geltru, Sitges e El Vendrell. Mas a denominação engloba 66 cidades e, além disso, se divide em três regiões: Alt Penedès, a subzona mais interior e montanhosa; Penedès Central, situada a sudoeste e responsável pela maior parte da produção; e Baix Penedès, compreendendo principalmente áreas costeiras baixas. As origens dos vinhos de Penedès são antigas, remontando à introdução fenícia de videiras de Chardonnay durante o século 6 a.C. A produção de Cava explodiu nos anos 1870, mas as variedades tintas cada vez vieram ganhando força. Atualmente, produtores grandes e pequenos estão recuperando variedades indígenas que estavam esquecidas e a DO Penedès dispõe de uma excelente variedade de tintos.

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AD 95 pontos

GRAMONA CELLER BATLLE

GRAN RESERVA BRUT 2002 Gramona, Penedès, Espanha (Porto a Porto R$ 660). Branco espumante brut elaborado a partir 75% Xarello e 25% Macabeo, com estágio de 10 anos sob as leveduras. Ainda impressionantemente jovem, com o tempo na taça mostra anis e ervas frescas. Mas, é a boca o que importa. Apresenta acidez refrescante, frutas cítricas, muita cremosidade e final longo e persistente, com toques salinos, de frutos secos, de marzipã, de damasco, de manteiga e de baunilha.Extremamente fino e cremoso, consegue ser elegante e vibrante ao mesmo tempo. Álcool 12%. EM

Madrid

Capital e maior cidade espanhola, Madrid, além do poderoso time de futebol, vem se destacando ultimamente por seus vinhos. A denominação Vinos de Madrid estende-se por 54 municípios. A região é dividida em três subzonas: Arganda, Navalcarnero e San Martin. A história dos vinhos na região é antiga, mas a primeira documentação é do século XIII, quando ocorre uma disputa sobre a posse de um vinhedo entre alguns monges e um senhor feudal, que foi finalmente resolvido pela arbitragem do rei. As principais uvas da denominação (que só surgiu em 1990) são Albillo Real e Malvar (brancas) e Garnacha e Tinto fino (Tempranillo). Na segunda metade do século XVI, a Albillo era a uva por trás dos cultuados vinhos de San Martín de Valdeiglesias (um dos municípios da região), o mais apreciado pela corte espanhola. Atualmente há 8.390,85 hectares de vinhedos registrados na região. Apesar de o clima ser bastante comum, os vinhos das três subzonas apresentam diferenças entre si, pois há pequenas variações nos tipos de solo que deixam suas marcas.

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AD 92 pontos

CANTOCUERDAS ALBILLO DE BERNABELEVA 2007

Bodega Bernabeleva, Madrid, Espanha (Casa do Porto R$ 265). Branco elaborado exclusiva-mente a partir de uvas Albillo de vinhedos velhos localizados em San Martín, na Serra de Gredos, com fermentação e estágio em foudres de 2.500 litros. O resultado é um vinho encorpado e untuoso. Tem ótimo volume de boca, acidez refrescante e final longo, cheio de nuances cítricos e minerais. Álcool 14%. EM

Valdepeñas

Diz-se que a produção de vinho na área remonta ao século V a.C. no depósito ibérico “Cerro de las Cabezas”, localizado dentro do que é hoje a sua área de produção. A cidade de Valdepeñas foi fundada de 1232 pela rainha Doña Berenguela, quando toda a zona sul de La Mancha se consolidou. Nessa época, ela se tornou uma importante área de produção de vinhos. Quando a corte do rei Felipe II se instalou em Madri (1561), a fama do vinho de Valdepeñas se espalhou. Localizada no sul de Castilla-La Mancha, a área da denominação de origem (criada em 1968) é delimitada pelo rio Jabalón de leste a oeste e abrange 22.000 hectares de vinhedos com mais de 2.500 agricultores. Há uma grande gama de vinhos feitos com uvas Tempranillo (ou Cencibel), Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Petit Verdot (tintas), Airén, Macabeo, Chardonnay, Verdejo, Sauvignon Blanc e Moscatel (brancas). Valdepeñas é uma das denominações de maior volume de vendas e há boas opções em termos da relação qualidade-preço.

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AD 89 pontos

PATA NEGRA GRAN RESERVA TEMPRANILLO 2008

Bodegas García Carrión, Valdepeñas, Espanha (Porto a Porto R$ 95). Tinto elaborado exclusivamente a partir de Tempranillo, com 12 meses de estágio em barricas de carvalho. Apresenta aromas de frutas vermelhas maduras escoltados por notas florais, minerais, tostadas, de tabaco e de especiarias doces. De médio corpo e de boa tipicidade, tem acidez refrescante, taninos que pedem comida e final médio/longo, confirmando o nariz. Álcool 14%. EM

Canárias

As Ilhas Canárias foram conquistadas pelos europeus durante o século XV. Elas ficam localizadas na costa africana, perto de Marrocos. Sabe-se que o primeiro vinhedo de Tenerife foi plantado pelo português Fernando de Castro, no ano de 1497. No século XVI, o vinho local, um doce de Malvasia, tornou-se famoso, sendo exportado tanto para a Europa quanto para a América e África. Nos séculos seguintes, porém, diversos fatores fizeram com que o “Canary” entrasse em declínio, assim como toda a vitivinicultura local. Os solos das ilhas são de origem vulcânica e a diversidade de microclimas, as diferentes altitudes, as muitas variedades etc., traduzem-se numa diversidade de vinhos com grande complexidade. Suas denominações de origem são: Abona, El Hierro, La Palma, Lanzarote, Tacoronte-Acentejo, Vale Orotava, Vale Güímar e Ycoden-Daute-Isora. As Ilhas Canárias têm 9.000 hectares de vinhas dominadas pelas castas Malvasia, Moscatel, Gual, Sabro etc.

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AD 92 pontos

MATÍAS I TORRES NEGRAMOLL 2013

Juan Matías Torres, Ilhas Canárias, Espanha (Sem importador no Brasil). Tinto composto por Negramoll e Listán Negro advindas de vinhedos de mais de 50 anos, cultivadas na D.O. Las Palmas, com fermentação (leveduras indígenas e de 40% das uvas com cachos inteiros) e estágio em barris usados de 600 litros. Tenso, vibrante e com uma rusticidade sedutora, mostra frutas vermelhas e negras de perfil mais fresco seguidas de notas terrosas, florais e de ervas, que se confirmam na boca. Impressiona pela acidez elétrica e pelos taninos de ótima textura. Tem final vertical e persistente, que pede comida. Álcool 12,5%. EM

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