Uma das bebidas mais saudáveis, veja os benefícios e como fazer vinho quente
por André De Fraia
O vinho quente tem como receita básica vinho tinto, rodelas de laranja, canela e demais especiarias. Esta também é a receita para o Mulled Wine, a bebida que originou o vinho quente. Se no Brasil a bebida é típica das festas juninas, nos países do hemisfério norte, por motivos climáticos, a iguaria é consumida no Natal. Confira a receita de como fazer vinho quente original.
E uma pesquisa traz uma boa notícia para os amantes da bebida. Segundo Hussein Abdeh, Diretor Clínico e Farmacêutico Superintendente da Medicine Direct, o Mulled Wine é um dos drinks mais saudáveis que existe.
“O vinho quente é feito de vinho tinto, que contém polifenóis. Esses compostos são ricos em antioxidantes, que ajudam a manter os vasos sanguíneos flexíveis, tornando mais fácil para o coração bombear o sangue pelo corpo”, diz ele. “Os antioxidantes da canela podem ajudar nos sinais físicos de envelhecimento, reduzindo o estresse oxidativo no corpo. A canela também é um antiinflamatório que pode ajudar a reduzir o risco de doenças inflamatórias como artrite”.
Segundo a pesquisa, esta especiaria pode ajudar na redução do colesterol "ruim", mantendo um nível estável de colesterol bom.
“O cravo pode controlar os níveis de açúcar no sangue, o que é um benefício significativo para a saúde, porque longos períodos de açúcar elevado no sangue podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares”, finaliza o clínico.
Claro que na maior parte do Brasil – se não no território como um todo – é impensável degustar um vinho quente no Natal e em pleno verão, mas há versões para climas quentes que mantém as propriedades saudáveis da receita original.
Para tanto, basta utilizar um vinho tinto mais leve – como um Pinot Noir por exemplo – e mais gelado do que de costume. E além das especiarias e da laranja, um toque de água tônica trará mais frescor ao drink.
Apesar de típico das festas juninas brasileiras,
o vinho quente é muito mais antigo que o próprio Brasil! O mulled wine – que pode ser traduzido como “vinho curtido” e ainda atende por outros nomes como glühwein, vino caliente, glögg, vin brulé, bisschopswijn, vin chaud, candola... – foi criado pelos romanos!
Não se tem ideia de quando exatamente a bebida nasceu, mas o fato é que no século 2, durante a expansão romana que chegou até às ilhas britânicas, a bebida já era consumida pelas tropas.
O objetivo era simples, esquentar o corpo durante os rigorosos invernos no norte europeu.
Mas se era para esquentar porque não usar apenas o vinho? Nessa época a vinificação era pouco entendida e o vinho era mais parecido com um clarete, ou seja, pouco álcool e mais próximo de um rosé rústico do que com os tintos modernos.
Além do mais a fusão de ervas e especiarias era uma forma de medicina, protegendo a saúde das tropas durante os meses mais frios.
Mas foi durante o século 16 que o mulled wine se popularizou. Com o frio e a peste negra que assolava a Europa, era mais seguro beber vinho do que água. Mas a qualidade do vinho não era boa, assim as famílias passaram a adicionar ervas e especiarias para mascarar o sabor ruim da bebida.
E foi no final do século 19 na Suécia que o por lá chamado Glögg, em uma jogada de marketing dos fabricantes, passou a ser associado ao Natal. A bebida, que havia caído em esquecimento no resto da Europa, voltou com tudo nos anos seguintes com essa associação às festas e ganhou inúmeras receitas nos mais diversos países e culturas mundo afora.
Chegou ao Brasil e aqui, com o Natal no verão, achou seu lugar nas festas juninas, comemoradas nos meses mais frio.
E apesar de haver inúmeras receitas a mais, digamos, tradicional na Europa é:
Preparo:
Se quiser incrementar a receita, utilize especiarias diversas como anis e cardamomo!