Contrarrótulo

A história do rótulo do vinho Barolo Serralunga d'Alba 2019

Ilustração remete a um caso de amor envolvendo um ex-rei italiano

Divulgação | Montagem
Divulgação | Montagem

por Dado Lancellotti

Originalmente publicado na Revista ADEGA, este texto faz parte da seção "Contrarrótulo", cujo objetivo é contar, justamente, a história por trás de um rótulo de vinho. O escolhido da vez é o Barolo Serralunga d'Alba 2019, no qual é possível ver a ilustração de um casal, com a figura feminina andando sobre uma linha que a liga com o homem. Pois bem, vamos desvendá-lo...

Diz a lenda que uma das mais belas histórias de amor do Langhe nasceu em um encontro casual em 1847, em plena temporada de caça. Rosa Vercellana, conhecida como “La Bela Rosin”, caminhava no parque da Fortaleza Real de Racconigi quando um homem – que tinha a curiosa mania de enrolar o bigode – olhou para ela.

Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube

O jovem Vittorio Emanuele era casado com Maria Adelaide há mais de cinco anos. Rosa tinha 14 anos e era a filha caçula do coronel do exército do rei Carlo Alberto, pai dele. Foi amor à primeira vista, mas destinado a ser secreto. Ela se tornou sua amante e teve duas crianças do príncipe.

O affair se tornou um escândalo quando ele foi coroado rei da Sardenha em 1849. Após a rainha morrer, ele resolveu assumir a mulher que amava. Em 1858, Vittorio comprou a propriedade Fontanafredda na vila de Serralunga d'Alba como um presente para Rosina. Ao se tornar o primeiro rei da Itália unificada em 1861, ele fez dela condessa de Mirafiori e Fontanafredda e reconheceu a paternidade dos filhos Maria Vittoria e Emanuele Alberto.

Os recém-casados viviam na “Villa Reale” durante o verão e adoravam a boa mesa e o vinho. A safra pioneira de Barolo foi produzida em 1866. Em 1878, Vittorio morreu de pneumonia e, em 1885, ela o seguiu.

LEIA TAMBÉM: Conheça a história do Barolo e porque o preço se justifica

O visionário Emanuele Alberto estabeleceu a vinícola “Casa E. di Mirafiore” e foi o responsável por fazer do “vinho dos reis" uma lenda. Em 1894, ele faleceu de hepatite, deixando o negócio em franca expansão para o filho Gastone. Vieram anos difíceis. A empresa faliu, foi vendida, separada da marca Mirafiore. Anos se passaram e, aos poucos, a vinificação recomeçou, recuperando a imagem associada à alta qualidade e ao prestígio.

Em 2008, Oscar Farinetti e Luca Baffigo Filangieri, do Eataly, compraram o lugar, que voltou a ser piemontês. A primeira safra do “novo” Barolo Serralunga foi 1988 e, desde então, “Barolindos” super queridos pelos seus fãs. Un regalo d'amore!

  • ABAIXO OS MELHORES VINHOS BAROLO RECÉM-DEGUSTADOS RECÉM-DEGUSTADOS PELA REVISTA ADEGA

palavras chave

Notícias relacionadas