Verticais do Private Selection da Herdade do Esporão mostram como um vinho ícone pode evoluir em todos os sentidos
por Arnaldo Grizzo e Eduardo Milan
Garrafeira é um termo que os produtores portugueses costumavam usar para designar alguns de seus vinhos mais especiais, a ideia é que ele fosse um “vinho de garrafeira”, ou seja, o lugar onde eles são guardados e conservados, a adega, por exemplo. Com o tempo, o termo passou a integrar a legislação dos vinhos portugueses que diz:
“Garrafeira”, menção reservada para vinho associada ao ano de colheita que apresente características organolépticas destacadas e tenha, no caso do vinho tinto, um envelhecimento mínimo de 30 meses, dos quais pelo menos 12 meses em garrafa de vidro, e, no caso dos vinho branco ou rosado, um envelhecimento mínimo de 12 meses, dos quais pelo menos 6 meses em garrafa de vidro, devendo constar de uma conta-corrente específica.
Atualmente, porém, boa parte dos produtores prefere usar outros nomes. Em 1987, por exemplo, a Herdade do Esporão lançou seus primeiros Garrafeira. Na época, eles selecionavam as melhores barricas do Reserva para compor esse vinho. No entanto, com o passar dos anos, Esporão compreendeu que não bastava selecionar as barricas, mas sim as parcelas de vinha. Assim, em 2001 nasceu o Private Selection, a evolução do Garrafeira.
Para entender melhor como esse vinho evoluiu tanto em diversas frentes para chegar ao que é hoje (e também para onde vai), o enólogo David Baverstock, australiano radicado em Portugal, apresentou uma vertical de 10 safras tanto do rótulo tinto quanto do branco (este último criação sua) com exclusividade para ADEGA. Esta foi a primeira e única vez que ele fez uma vertical com tantas safras de Private Selection fora de Portugal. Confira a seguir.
SAFRAS 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014
Apesar de se dizer praticamente português, o enólogo australiano David Baverstock pensou nas similaridades entre o clima alentejano e de algumas regiões mais quentes da Austrália para se inspirar num branco majoritariamente de Sémillon com pequenas partes de Marsanne e Roussanne em pleno Alentejo. Segundo ele, que trabalha na Herdade do Esporão desde 1992, essa ideia foi baseada nos brancos produzidos em Barrossa Valley, na Austrália, “mais estruturados e mais alcoólicos dos que os vindos de Hunter’s Valley”. Assim, em 2001 foi lançada a primeira safra do Esporão Private Selection Branco. “Desde então, passamos a ter um melhor conhecimento da variedade e de como é importante controlar os rendimentos no vinhedo se se pretende obter maior qualidade”, diz Baverstock. Conjuntamente a essa maior compreensão do vinhedo, a partir da safra 2012 as barricas de 225 foram trocadas por barris de 500 litros para fermentar e estagiar os vinhos, buscando maior expressão da fruta.
Ao se experimentar as 10 safras deste branco, é evidente o direcionamento para um estilo mais vertical, privilegiando mais fruta fresca e maior precisão nas safras mais recentes. Nesse sentido, Baverstock divide em três etapas a produção do Private Branco. A primeira, de 2001 até 2005, de vinhos mais gordos, maduros e mais potentes. A segunda, entre 2005 e 2009, uma fase intermediária. E a terceira, de 2010 até o presente momento, “já com uma visão mais clara do estilo do Sémillon alentejano que queríamos”. E resume: “Creio que na safra 2014 realmente atingimos a maturidade em nosso entendimento do que possa ser a Sémillon no Alentejo”.
AD 90 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2005
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano mais fresco, no início mostra algo oxidativo, depois foi abrindo e mostrando camomila, erva cidreira e toques de mel, tudo envolto por acidez vibrante. Potente, amanteigado, com ótimo volume e textura. Tem final cheio, com traços cítricos e tropicais em compota, além de toques de caramelo. Álcool 14,5%. EM
AD 90 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2006
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano mais quente. Comparado ao 2005, mostra estilo menos gordo e mais refinado, com ótima acidez e textura, tudo envolto por notas cítricas e defumadas aportadas pela madeira. Álcool 13,5%. EM
AD 93 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2007
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para o Alentejo significa dias quentes e noites frias). Foi um dos que melhor se mostrou na vertical de 10 safras deste branco, surpreendendo, inclusive David Baverstock, o enólogo. Tenso, fresco, vibrante, mantendo o estilo estruturado e amanteigado, porém com mais verticalidade. Final longo, cremoso e persistente, com toques minerais e de camomila. Álcool 14,5%. EM
AD 91 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2008
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para o Alentejo significa dias quentes e noites frias). Mantém a acidez, o frescor e o estilo do 2007, porém com mais notas florais e menos cremosidade e volume de boca. Álcool 14%. EM
AD 89 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). O ano mais quente se sente nos aromas e sabores de frutas brancas e de caroço compotadas. Num estilo mais cheio quando comparado ao 2008 e também ao 2007. Mostra final mais cheio que longo, com notas de mel e de cera de abelha. Álcool 14,5%. EM
AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2010
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para o Alentejo significa dias quentes e noites frias). Comparado aos anos anteriores, este 2010 mostra mais precisão tanto nos aromas quanto no palato. As frutas cítricas e tropicais aparecem envoltas por notas florais, amanteigadas e de especiarias doces. Longo, refinado e com ótima textura. Álcool 14,5%. EM
AD 91 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2011
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Ano clássico (para o Alentejo significa dias quentes e noites frias), mas com chuva fora de época. Mostra cativantes notas de mel que envolvem os aromas de frutas cítricas e de caroço maduras. Mais preciso como o 2010, porém menos potente. Mantém o estilo cremoso, característico da cepa, com menor volume de boca quando comparado à safra anterior. Álcool 14,5%. EM
AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2012
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Um ano mais frio para os padrões do Alentejo. É o mais mineral quando comparado aos provados anteriormente, mostrando perfil de fruta mais fresca, acidez vibrante, ótima textura e final persistente, com notas florais e amanteigadas. Álcool 14%. EM
AD 93 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal. Nesta safra, é ainda mais clara a expressão que este branco está buscando ano após ano, gradativamente ganhando frescor, tensão e texturas, que equilibram seu lado untuoso e de frutas tropicais, brancas e de caroço maduras. Aqui é claramente perceptível que a madeira passou a ser somente uma coadjuvante, trazendo estrutura e complexidade ao conjunto, praticamente não interferindo nos sabores. Álcool 14%. EM
AD 94 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION BRANCO 2014
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal. Aqui parece a consumação do que David Baverstock entende que possa ser a Sémillon cultivada no Alentejo. Mostra estilo menos potente e cheio, mas mais tenso, com os nervos e texturas da cepa dando as caras, mas mostrados com precisão e refinamento. Um vinho compacto, bem nascido, de final profundo e que se projeta com intensidade na boca. Ainda está jovem e tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos anos. Álcool 14,5%. EM
1997, 1999, 2000, 2001, 2003, 2005, 2008, 2009, 2011 e 2013
O “Garrafeira” do Esporão começou como uma seleção das melhores barricas e evoluiu para uma “seleção” de parcelas
A primeira safra deste tinto foi elaborada em 1985, na época era chamado Garrafeira. Até 1997 foi realizado com o conceito de ser a seleção dos melhores vinhos Reserva da vinícola. Segundo Baverstock, a partir da safra 1999, mudou- -se esse conceito, passando a ser pensado desde o vinhedo e a usar somente barricas de carvalho francês, deixando de lado as de carvalho americano. Já em 2001, para refletir essas mudanças, o nome foi alterado para Private Selection Garrafeira Tinto, que foi usado até 2005. Depois disso, tirou-se a expressão Garrafeira e o vinho recebeu o nome atual de Private Selection Tinto.
Essas mudanças são evidentes também nas cepas usadas no blend. Das safras provadas, entre 1997 e 2001, possuía Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon. Em 2003, mudou radicalmente, sendo elaborado majoritariamente partir de Alicante Bouschet, com pequena porcentagem de Aragonês. Já em 2005, incorporou-se Syrah à mescla, mantendo-se assim em 2008, 2009 e 2011. Em 2014, além de Alicante Bouschet, Aragonês e Syrah, foi incorporada Petit Verdot pela primeira vez.
Assim como nos brancos, a degustação comparativa de dez safras de Private Selection Tinto mostra um caminho semelhante, ou seja, progressivo em direção a mais frescor, mais precisão e maior respeito à fruta, com a madeira tendo cada vez menor impacto nas safras mais jovens, comprovando na taça que as mudanças realizadas neste vinho nos últimos 20 anos valeram a pena.
AD 91 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 1997
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível).
Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em barricas de carvalho americano e francês. Vivo, intenso e estruturado, com vibrante acidez e ótima textura de taninos. Complexo nos aromas, mostra frutas negras envoltas por notas terrosas, defumadas, florais, de tabaco e de ervas secas. Elegante, gastronômico e em ótima forma para seus 20 anos. Álcool 14%. EM
AD 90 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 1999
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em barricas de carvalho francês. Tenso, cheio de fruta e de vivacidade, com refrescante acidez e taninos de ótima textura. Segundo David Baverstock, lembra mais um Dão que um Alentejo. Álcool 14%
AD 91 pontos
ESPORÃO GARRAFEIRA 2000
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em barricas de carvalho francês. Mostra cativantes notas florais, de chocolate e de tabaco envolvendo as frutas negras mais maduras. Cheio de vida, com gostosa acidez e taninos macios dando os contornos. Comparado ao 1999, apresenta mais volume e fruta de melhor qualidade. Álcool 14%. EM
AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2001
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto de Trincadeira, Aragonês e Cabernet Sauvignon, com 12 meses em barricas de carvalho francês. Aqui já se percebe maior concentração, estrutura e volume de boca, com taninos marcante e muita fruta negra madura acompanhado de especiarias e de cânfora. Álcool 14,5%. EM
AD 90 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2003
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto majoritariamente de Alicante Bouschet e pequenas parte de Aragonês, com 18 meses de estágio em barricas de carvalho francês. Mostra os efeitos de um ano mais quente no perfil de fruta negra mais madura, quase em compota. Tem taninos de ótima textura, acidez na medida e final persistente, com toques de alcaçuz. Álcool 14,5%. EM
AD 91 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2005
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível).
Tinto composto de Alicante Bouschet, Aragonês e Syrah, com 18 meses de estágio em barricas de carvalho francês. Sedutor e cativante, mostra notas florais envolvendo os aromas de ameixas maduras, que se confirmam na boca. Tem taninos de ótima textura e final persistente, com toques de tabaco e de especiarias doces. Álcool 14,5%. EM
AD 91 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2008
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho e mais 18 meses em garrafa antes de ser comercializado. Mostra aromas de ameixas e cassis escoltados por notas florais, tostadas e de especiarias doces, além de toques de chocolate. Estruturado tem acidez refrescante, taninos finos e final longo e carnudo. Ainda cheio de vida. Álcool 14,5% EM
AD 92 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2009
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor - não disponível). Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho e mais 18 meses em garrafa. Semelhante ao estilo maduro do 2008, porém com mais potência e força. Estruturado e untuoso, tem taninos firmes e de ótima textura e final persistente e cheio, com toques minerais, florais, de tabaco e de especiarias doces. Álcool 14%. EM
AD 94 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2011
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485). Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet, Aragonês e Syrah, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês 30% novas. Beneficiando-se da ótima safra 2011, esta versão esbanja frescor e verticalidade, mantendo a qualidade da fruta e a ótima textura de taninos. Está também mais tenso e vibrante, mostrando maior precisão e o uso mais consciencioso da madeira. Seguramente a melhor versão deste tinto até agora. Álcool 14,5%. EM
AD 93 pontos
ESPORÃO PRIVATE SELECTION TINTO 2013
Herdade do Esporão, Alentejo, Portugal (Qualimpor R$ 485). Tinto composto majoritariamente por Alicante Bouschet, Aragonês, Syrah e Petit Verdot, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês 30% novas. Mesmo em pequena proporção, a força e os ossos da Petit Verdot são sentidos aqui. Em comparação ao 2011, mostra estilo mais potente e de maior concentração, tudo envolto por cativantes notas florais e de especiarias doces. Ainda está jovem e tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 10 anos. Álcool 14,5%. EM
Incrustada no Alentejo, não muito distante da histórica cidade de Reguengos de Monsaraz fica a Herdade do Esporão. As primeiras demarcações da herdade (na época Defesa do Esporão) são de 1267, não muito depois da reconquista cristã de Monsaraz, então nas mãos dos mouros. Desde então, os limites quase não se alteraram. O primeiro proprietário teria sido Soeiro Rodrigues, juiz da cidade de Évora e somente em 1973 é que os condes de Alcáçovas venderam o local para a José Roquette e Joaquim Bandeira. A primeira colheita, que dá origem à marca Esporão, ocorreu em 1985 e as primeiras exportações quatro anos depois.
A herdade tem três monumentos históricos: a Torre do Esporão (símbolo do poder militar da região), o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios – ligada a um culto popular que faz com que as pessoas sigam em procissão sempre que há estiagem na região. Em 1995, Esporão adquiriu a Herdade dos Perdigões, onde encontrou-se um complexo arqueológico importantíssimo para a descoberta de artefatos de 4.500 até 2.000 antes de Cristo.
O enoturismo é uma vocação da Herdade do Esporão. Além das visitas guiadas, que apresentam a história dos edifícios da propriedades, como a Torre do Esporão (edificada por D. Álvaro Mendes de Vasconcelos entre os anos 1457 e 1490), o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, das caves, do famoso túnel das barricas etc., e degustações, há ainda o complexo arqueológico dos Perdigões, uma referência para a pesquisa da pré-história europeia e também o charmoso e excelente Restaurante Esporão, comandado pelo chef Pedro Pena Bastos, que faz maravilhas com ingredientes locais. Em suas paredes ainda estão os quadros originais dos artistas portugueses comissionados para ilustrar os rótulos que adornam as garrafas da Herdade do Esporão desde 1985. Para quem quiser algo mais descontraído, há a Sala dos Petiscos, onde pode-se provar os vinhos e azeites locais acompanhados de típicos petiscos alentejanos.
Australiano de Adelaide, David Baverstock é o enólogo responsável pelos principais vinhos da Herdade do Esporão desde 1992. Ele conheceu Portugal pouco depois de formar-se em enologia, quando vinha para a Europa participar de colheitas na França e na Alemanha e, em seguida, aproveitava para tirar férias em terras portuguesas. Nesse período, conheceu uma lisboeta com quem se casou. Decidiu então se mudar para Portugal e, não encontrando trabalho na área de “vinho de mesa”, pôs-se a trabalhar com Vinho do Porto (na Croft e com os Symington). Depois começou a atuar nos tintos do Douro como enólogo da Quinta de la Rosa e da Quinta do Crasto. Fã de tênis, esporte que pratica com frequência, Baverstock é um dos mais respeitados enólogos em atuação em Portugal atualmente.
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