Ex-refugiado se torna pioneiro na plantação de videiras em Burkina Faso
por Redação
Em uma iniciativa ousada, Burkina Faso, na África Ocidental, está se tornando o cenário de um projeto inovador de vinicultura liderado por François Désiré Bazie, um refugiado que se reinventou como vinicultor.
Aproveitando os abundantes recursos hídricos da região de Bagré, Bazie trouxe videiras da Toscana para criar os primeiros vinhedos modernos do país. Com o apoio do governo local e o crescente interesse pelo vinho, Burkina Faso busca se consolidar como um novo polo vitivinícola no continente africano.
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Bazie está realizando um sonho audacioso ao cultivar vinhedos no seu país natal e a ideia de produzir vinho em Burkina Faso nasceu há cerca de quatro anos, quando buscava asilo na Itália durante os conflitos civis na Costa do Marfim e começou a visualizar um futuro vinícola.
Após encontrar segurança na Itália, Bazie desenvolveu uma paixão pela vinicultura e estabeleceu a vinícola InCandiaBio na região de Colli Apuani, no norte da Toscana. Durante suas visitas a Burkina Faso, ele notou a escassez de produtos italianos e decidiu introduzir seu próprio vinho para promover produtos italianos e estimular o mercado local.
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Bazie observou um crescimento notável no consumo de vinho em Burkina Faso, onde o vinho começou a substituir a cerveja e novas lojas especializadas surgiam. No entanto, ele notou que muitos vinhos vendidos eram de baixa qualidade ou originavam-se de países não produtores de vinho.
Para seu projeto, Bazie trouxe amostras de videiras de Vermentino de sua vinícola na Toscana e as plantou em três hectares ao redor de sua casa, perto da cidade de Bagré, no centro-leste de Burkina Faso. Esta região foi escolhida por suas boas condições para a viticultura, com abundantes recursos hídricos para irrigação.
O projeto de Bazie recebeu apoio do governo de Burkina Faso, que vê a iniciativa como uma oportunidade para alcançar independência alimentar e desencorajar a emigração de jovens em busca de trabalho no exterior. Com o crescente interesse local pelo vinho e o apoio institucional, Bazie está determinado a ver seu projeto florescer e contribuir para o desenvolvimento vitícola do país.
A fase inicial do projeto visa atingir um total de 10 ha plantados em várias regiões de Burkina Faso. As fases subsequentes expandirão a terra plantada com videiras em mais 30 ha em diferentes áreas do país nos próximos anos.
A primeira vinícola deve estar em operação no ano que vem, provavelmente na capital, Ouagadougou. Enquanto isso, a vinificação inicial – a primeira tentativa pioneira de vinificação moderna na África Ocidental – está projetada para ocorrer no ano seguinte.