por Redação
Uma grande prova com todas as safras de Opus One, ícone de Rothschild e Mondavi
Em fevereiro de 2019, o Brasil foi palco de uma degustação única: pela primeira vez, as 37 safras do ícone californiano Opus One foram degustadas em uma vertical fora da vinícola. Este momento foi fruto do trabalho do colecionador brasileiro Flávio Souza, proprietário da Wine’sLife, que formou esta coleção, com muitos dos rótulos sendo encontrados apenas em leilões. Um seleto grupo de 15 pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Brasília e Paraná se reuniu em uma sala privada do hotel Palácio Tangará, em São Paulo, para essa degustação exclusiva.
A história de Opus One merece um filme cujo roteiro vem sendo escrito há 37 anos. O conto da união de dois dos maiores nomes do mundo do vinho (Rothschild e Mondavi), depois do celebrado Julgamento de Paris, em 1976, é, provavelmente, o fato mais importante da história do vinho norte-americano: um endosso do Velho Mundo ao potencial do Novo Mundo.
Em Opus One, o Barão Philippe de Rothschild e Robert Mondavi se unem para produzir um único vinho, e um vinho único. Tudo começa quando o barão, casado com uma filha de americanos, Pauline (sua primeira mulher, Lili, morreu num campo de concentração no final da II Guerra), em férias nos Estados Unidos, pergunta com quem deveria conversar para compreender o que estava acontecendo. Pano de fundo: no famoso Julgamento de Paris, em 1976, vinhos californianos praticamente desconhecidos tinham “derrotado” ícones de Bordeaux e da Borgonha. Todas as respostas que recebeu apontaram para um único nome: Robert Mondavi, que liderara essa verdadeira revolução na Califórnia depois de brigar com o irmão e começar seu próprio projeto. Assim, os dois se encontraram para conversar. Corta!
Oito anos depois, Robert enfrentava um dos momentos mais difíceis de sua vida (praticamente excluído da vinícola de sua família, com um relacionamento cada vez mais difícil com os filhos e enfrentando graves dificuldades financeiras), mas sempre perseguindo o sonho de fazer vinhos que fossem reconhecidos internacionalmente. Foi quando recebeu um convite do barão para visitá-lo em Bordeaux. Como ninguém recusaria um convite para conversar com Philippe de Rothschild, Robert viaja e é recebido no Château Mouton Rothschild, em Pauillac. Após um dia socialmente intenso junto com outros convidados, almoço e jantar obviamente regados a grandes vinhos, Mondavi é levado a seu quarto, sem ainda saber a razão do convite que recebera. Como não esperava ficar e levara apenas a roupa que vestia, decide, tarde da noite, pelo menos lavar suas meias. No dia seguinte, é convocado para uma reunião com o barão, no quarto do anfitrião. Philippe recebe o visitante, de meias molhadas, ainda deitado em sua cama. Conversam um pouco e, em apenas uma hora e meia, definem e formalizam o acordo que cria Opus One.
Joint venture entre os Rothschild e os Mondavi foi pioneira na parceria entre grandes produtores do Velho e do Novo Mundo
O objetivo da joint venture não poderia deixar de ser grandioso: elaborar um único vinho, um tinto com estilo de Bordeaux e uvas da Califórnia, capaz de refletir a personalidade das duas famílias, que se uniriam perfeitamente para criar um caráter único. E é incrível como esse DNA do projeto está presente já na primeira safra, batizada como Napamedoc, bem como em todas as melhores safras de Opus One.
Mas ainda estamos longes do final feliz. Mondavi volta à Califórnia. Algum tempo depois, Lucien Sionneau, enólogo do Mouton Rothschild, que nunca tinha saído da França e não falava uma palavra de inglês, é enviado para a Califórnia. Sua missão: elaborar, juntamente com Tim Mondavi, filho de Robert e enólogo-chefe da Mondavi, o blend que deveria ser a interpretação da visão conjunta desses dois gigantes do mundo do vinho, Robert Mondavi e o Barão Philippe de Rothschild.
Tudo quase vai por terra, quando Tim e Sionneau, após um intenso dia de trabalho, não conseguem chegar a um acordo sobre o corte. Com tudo prestes a ruir, a família Mondavi decide, no jantar, que no dia seguinte seria tudo ou nada.
Tim e Lucien se trancam novamente para sair ou com o vinho feito ou com o projeto desfeito. Ao final do dia, saem da sala de provas de braços dados e, juntos, colocam uma garrafa sobre a mesa, dizendo apenas: “Este é o vinho”. Nascia o Opus One.
Esta história foi narrada pessoalmente por David Pearson, CEO da Opus One desde 2004, e que veio ao Brasil especialmente para conduzir a degustação. Pearson ainda nos contou que ajudar os Mondavi a concluir a vinícola do Opus One foi a primeira missão da Baronesa Philippine de Rothschild após a morte de seu pai. Como tivemos a oportunidade de conhecer a baronesa pessoalmente, perguntamos como era trabalhar com ela. “Era mercurial. Em um momento, alegre e exuberante; em outros, assustadora [risos]. Cada emoção expressada sempre ao máximo. Ela costumava vir a Nova York e tinha uma energia incrível. Trabalhava duro, andava e fazia muitas reuniões, e nunca a vi ser nada menos que amável e encantadora com os consumidores. Mas, com os funcionários... [risos]. Quando estava trabalhando com clientes, como atriz que era, estava em seu palco. Uma coisa fascinante!”.
Quando o barão morreu, a baronesa teve que largar a vida de atriz em Paris e assumir as funções de seu genial pai. Um grande desafio. Era 1989, 1990. Robert e o barão sempre compartilharam uma visão e, nesta relação, o barão era o sócio sênior. Mas, quando ele faleceu, Robert se tornou o sênior, visto que a baronesa ainda não tinha tanto conhecimento. Sábia e sensivelmente, Robert acolheu-a e nunca explorou seu desconhecimento. Eles criaram uma relação mais emocional e pessoal. A baronesa amava Robert e sua esposa Margrit, e esta relação impactou profundamente Opus One.
Nesta missão de construir a vinícola, eles o fizeram como uma residência opulenta, e não como um lugar para fazer negócios. A baronesa tinha um quarto onde ficava toda vez que visitava Opus One, até seu falecimento.
Degustar as 37 safras (1979 a 2015), além do ineditismo, foi uma aula para compreender como este ícone se expressa, a visão dos enólogos, mas, sobretudo, a clara influência do clima de cada ano. Como nos grandes vinhos de Bordeaux, terra e clima falam e devemos apreciar cada safra como uma bela fotografia, sem perder de vista que as melhores são obras de arte capazes de vencer o tempo. E esta característica deve manter-se como um dos traços marcantes das personalidades ícones, já que seu enólogo desde 2001, Michael Silacci acredita que os vinhos devem mesmo refletir fielmente sua safra.
Perguntado sobre como a batalha entre estilos influencia um grande ícone, Silacci responde: “Acredito que existem dois extremos: o extremo da filosofia francesa, em que cada terroir se expressa de forma única, tem uma casta ideal, um nível de produção definido, e esta é a única coisa que este local consegue e deve produzir, sem nenhum respeito pelo mercado. No outro extremo, que tende a ser relacionado com o Novo Mundo, se o mercado quer um Merlot doce é o que se faz. E você fica suscetível a qualquer mudança de gosto do consumidor. Por exemplo, quando o mercado não quer mais Merlot e sim Pinot Noir. Mas a verdade está em algum lugar entre os dois. Fazer um vinho que reflita seu terroir, que seja fiel a sua visão, que tenha significado, mas que deve vender. Não podemos viver pelas modas, mas não podemos perder o sentido de respeitar o consumidor. Estarei feliz enquanto a natureza essencial do vinho seja andar junto à comida, em torno de uma mesa com amigos e família, quando as pessoas estão compartilhando um bom momento na vida”.
Opus One passou por três conduções enológicas, a dupla Tim Mondavi e Lucien Sionneau inauguraram em 1979 e seguiram até 1982, quando, com a aposentadoria de Sionneau, Tim compartilhou a condução com Patrick Léon até 2001 quando a dupla foi substituída por Michael Silacci que havia trabalhado com dois dos mais exigentes e emblemáticos produtores da Califórnia, Warren Winiarski de Stag’s Leap e o histórico André Tchelistcheff.
A degustação transcorreu sem nenhuma garrafa apresentar defeito e o serviço do sommelier Tiago Facuri merece louvor pela condução discreta e precisa.
Está vivo! O nariz é plenamente francês, mas o perfil de fruta se mostra Novo Mundo. Fiéis à sua essência desde o primeiro passo. Cogumelo, tomilho e terra molhada. Fruta vermelha, cereja. A acidez é deliciosa e os taninos tem a textura dos melhores de hoje. Merece esta nota, pois é a prova de que eles tinham uma visão clara e enxergaram seu potencial. Groselha e o pequeno toque de pimenta que viriam a marcar os melhores anos. Tem um aroma terroso marcante. Se tiver uma destas garrafas em casa, não decante, nem espere muito entre abrir e beber.
Está menos vivo, mas a conexão com 1979 é muito grande. Deve ter estado muito melhor e talvez nascido muito mais próximo de seu irmão mais velho. Um grau de desvio no início de uma longa caminhada leva a destinos muito distantes.
Um pouco mais animal. Está muito vivo. Mas acidez e taninos se sobrepõem à fruta. Neste caso, a cereja em compota se mostrou depois.
Aqui a fruta tem protagonismo mesmo após décadas de vida. A estrutura em boca contribui com textura de taninos e emociona pelo equilíbrio. Melhor que o 1979, embora aquele tenha o peso da história a seu lado. O floral está nos melhores anos e aqui é acompanhado de cassis. Com o tempo em taça, cânfora e floral deixam assinatura.
Muitas ervas. Umami marcante. Por ter menos fruta, carece do equilíbrio do 1982. Com isso, ressalta os taninos mais secos.
Aqui a fruta volta, com toda qualidade de taninos e bela acidez. É vibrante em personalidade. Bom para tomar hoje. A textura de taninos está muito boa, e a fruta ainda está aqui. Parece ser um belo momento para abrir o 1984 que está em sua adega.
A fruta está aí, mas é uma sombra do que deve ter sido. Meio metálico. Predominam os taninos, o que desfavorece o equilíbrio. Em vinhos desta estirpe, somos certamente mais duros, porque a comparação é a perfeição das melhores safras.
Muito bom. Fruta viva. Os taninos têm deliciosa textura e se casam com acidez e perfil medicinal. Está muito vivo e delicioso para tomar, ainda mais por já mostrar a pelica no fim de boca. Delicioso, só leva um ponto a menos que o 1987 porque aqui acredito que as curva de fruta e taninos começa a se distanciar.
Volta a ser um vinho mais jovem apesar dos mais de 30 anos de idade. Fruta escura, austero, seco e saboroso. A madeira se apresenta levemente como um tempero.
Fruta ainda mais fresca que o 1987. Um vinho mais elegante com muito equilíbrio, com a acidez e taninos muito bem polidos. Esta vibração ganha com o perfil medicinal e a pimenta negra, que aqui passa a ser acompanhada de chocolate e um leve perfil lácteo.
Aqui temos o medicinal de 1988, mas em menor exuberância. Fruta mais madura, num estilo mais Novo Mundo.
Está muito bem. Não parece ter quase 30 anos. Vivíssimo em frutas e também em belos taninos. A fruta está vermelha e vibrante, cereja, medicinal e corpo médio. Depois, aparece morango e uma deliciosa integração entre os componentes do vinho. Está pronto para mais uma década.
Mais um gigante. Consegue ter a fruta viva ainda em boca, mesmo com deliciosos aromas terciários, no nariz de um super Bordeaux. Tabaco, cânfora, flores e estábulo. Numa complexidade e camadas fabulosas. Delicioso para degustar agora. Como uma daquelas paradas para aproveitar a vista numa longa estrada, com muitas outras belezas pela frente.
Sofre pela comparação com o 1991. Encanta pelo perfil cítrico, laranja madura no nariz. Em boca, mostra-se mais extraído e maduro, com menos vida e taninos mais marcados.
Tem o perfil de fruta mais madura do 1992, mas deliciosamente viva. A acidez é a coluna vertebral deste vinho e ajuda na condução dos taninos. A pimenta é branca. Junta-se a isto deliciosa alfazema e ervas aromáticas. Uma de suas marcas é a vida e força da fruta ao fim de boca.
Prova com todas as safras de Opus One foi fruto do trabalho do colecioanador brasileiro Flávio Souza, propietário da Wine'sLife
Aqui estamos entre o 1993 e o 1992. A fruta está muito viva, mas os taninos são um pouco verdes, e isto afeta um pouco o equilíbrio. Foi a sabra em que a Malbec passou a participar do corte.
O nariz tema fruta no primeiro impacto e depois segue para a pimenta. Aqui sinto um pouco da madeira que se expressa no chocolate e lácteo. Os taninos presentes como os últimos anos, mas maduros e perfeitos, equilibrados e balanceados. Fruta viva, muito vibrante.
Um vinho mais profundo desde o primeiro ataque. Límpida fruta vermelha, fresca e vibrante, com textura de taninos de fazer inveja. Ao mesmo tempo, suculento e saboroso. Muitas camadas aromáticas se seguem com o alecrim, xarope e cânfora. Aqui a pimenta parece ser o conector entre as percepções de acidez e taninos, que em sua força equilibram a doçura de fruta.
Considerada por muitos a melhor safra do Napa na década de 1990. A fruta é negra e fresca, com amora e mirtilo, que passa a aparecer em safras a partir daqui. Mais fechado e coeso, gosto destes taninos compactos. Os mais poderosos de todos até aqui, e entre os mais perfeitos. Um praticante de cross-fit. Acredito que isso se deva porque, nesta safra, o Petit Verdot passa a entrar no corte.
Safra com menos concentração e mais elegância. A fruta é deliciosa, mais fresca e os taninos estão polidos e deliciosos para tomar agora. Aqui também acredito que a curva das frutas pode cair ligeiramente mais rápido que a dos taninos.
Fruta muito vibrante. É sempre bom lembrar quão distintos são os Opus One e seu estilo num momento em que a acidez não era prioridade na visão geral do vinho da Califórnia. Os taninos um pouco mais secos penalizam o equilíbrio. Retrogosto a alcaçuz.
Amora e um toque de hortelã que só senti nesta safra. Bela vibração. A fruta está aqui e a madeira também. Tudo com bom equilíbrio.
Complexo e com muita força. Bela fruta concentrada sem ser opulenta, mirtilo e uva passa, equilibradas por um toque medicinal. Muitos anos pela frente. Os taninos com textura granulada estão aqui e a boa acidez também. A decisão de colheita gerou discussão e o vinho teve mais de 14% de álcool pela primeira vez.
Especiarias muito intensas, como um mercado na Cidade do Cabo. Doçura de fruta e início dos terciários, como camurça. Novamente pimenta. Acidez bem vibrante, com os taninos mais marcados e um pouco mais rústicos.
Mais evoluído, um pouco menos de fruta e mais medicinal, tipo xarope de avó. A textura de taninos continua protagonizando numa textura granulada.
Uma safra desafiadora que começou mais quente que o normal e o clima frio na brotação resultaram no rendimento mais baixo desde 1987. Muita fruta fresca, amora e mirtilo, com menos concentração que as anteriores. Um delicioso toque de erva doce. Muito elegante e fino em seus taninos. Ainda tem bons anos pela frente.
Mais completo e polido que quase todos os seus irmãos mais velhos. É certamente um jovem, e o que brilha é a fruta muito pura, com pimenta branca que anda junto do perfil mineral, granito e cinzas frias. Ao fim de boca, temos café. O mais fino e gastronômico de todos até agora.
Aqui brilham as ervas no nariz e a fruta vermelha vibrante em boca com boa acidez. Depois vem a pimenta, o medicinal e os taninos são mais secos e marcados, tendendo para o rústico.
Aqui começamos a ter Petit Verdot covinificado com Cabernet Sauvignon. Fascinante embora com menos equilíbrio. Os taninos têm uma textura deliciosa. A expressão de doçura de fruta é diferente com mais leite e chocolate.
“No Napa, 80 a 85% das chuvas ocorrem no inverno. Então temos que irrigar um pouco durante ao ano para poder levar as uvas até a maturação. Quando as folhas estão murchas, irrigamos com gotejamento e, em três dias, ela fica boa de novo. Depois de três semanas, o processo volta a acontecer. O problema é que a irrigação exagerada leva as raízes a ficarem na superfície. Há umidade natural a 3 metros de profundidade, então decidimos levar as raízes até lá. Iniciamos em 2004. Começamos a irrigar mais em espaçamento maior. Em cinco anos fomos de 1,5 metro a 3 metros de profundidade. Em 2008 e 2009, pudemos parar de irrigar. Fizemos nossas parreiras serem maratonistas. Hoje elas sabem lidar como o calor e continuar a fazer a fotossíntese”, David Pearson
Em 2008, a fruta volta a vibrar. Muito floral, frutas vermelhas, azuis e pimenta, que vibram com a bela acidez. Taninos muito encontrados numa boca bordalesa. Os taninos são sedosos e alegres. Muita estrutura combinada com elegância.
A mesma fruta azul dos melhores irmãos mais velhos é acompanhada pela laranja madura que se une a um toque lácteo. Muito coeso e compacto, em taça vai demonstrando um perfil mineral e elegante. Delicioso para tomar hoje, mas provavelmente um dos mais longevos.
Bela fruta que consegue ser madura sem perder o frescor. Figo e cerejas, e frutas negras. A textura de taninos é jovial. Tem o toque animal e estábulo num belo perfil bordalês. Vitória da intuição.
“O ano de 2010 estava úmido e nublado. Vinha três semanas atrasado. Em anos frios, o senso comum é fazer uma desfolhagem e também poda verde. Mas Michael disse que sentia que ia fazer calor no verão e não queria a poda verde. Sabia que estávamos arriscando tudo. Olhei nos olhos do Michael para ver se ele não estava bêbado, e acreditei na intuição. No fim do verão, tivemos dias de calor extremo e a atitude havia salvado a produção. Todo mundo vai lhe dizer que 2010 foi muito bom, com 40% menos de produção. Nós ficamos felizes porque fizemos este vinho com boa produção”, David Pearson
Perfil fantástico, capaz de trazer jovialidade de fruta límpida numa linha ultra francesa. Groselha, alecrim e mineralidade. Pimenta branca, cassis, defumado, tomilho e rosa. Um jovem Bordeaux antigo. O mais francês.
A fruta é novamente vibrante, jovem e presente, com excelente maturação. Mas tem o perfil de cavalo e estábulo, que estão um ponto mais alto. Bastante especiarias, mas, ao fim, vem a mineralidade junto com a pimenta. Consegue ter sutileza apesar da estrutura robusta.
Um dos grandes destaques da degustação. Ainda muito jovem, merece tempo de adega para integrar ainda mais a madeira que se faz sentir inicialmente. A fruta é poderosa e vem protagonizar num vinho carnoso, com força e profundidade. Cheio de complexidade com camadas de perfil animal e de floresta andando junto com delirante mineralidade.
O 2014 é bastante seco, e isso é equilibrado pela concentração, volume e álcool. Opulento, consegui manter o equilíbrio. Muito californiano. Um adolescente com muita força. Merece ao menos mais cinco anos de adega antes de abrir.
O 2015 tem a virtude de ser autêntico em sua safra e mostra o respeito de Silacci ao que lhe entrega o terroir. Nada de maquiagem, reflete os dois picos de calor que trouxeram a fruta à beira da sobrematuração e 15,1% de álcool. Aqui o brilhantismo do enólogo está em conseguir encontrar o equilíbrio como todo este desafio. Uma aula. Suculento e opulento, mas sem perder o equilíbrio e prazer de beber.
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