Degustação

O melhor dos Brunello di Montalcino da Argiano

Degustamos seis Brunello di Montalcino da Argiano produzidos nas míticas safras de 2007, 2010, 2012 e 2013, consideradas as quatro melhores da região nos últimos 10 anos

por Eduardo Milan

Foto: Divulgação/Argiano

A histórica Tenuta Argiano, localizada em Montalcino, foi fundada em 1580 e desde 2013 pertence ao brasileiro André Esteves. Propriedade histórica na região e reputada pelos ótimos Brunello ali produzidos há décadas, os vinhedos e a vinícola estão localizados em Santo Angelo in Colle, na porção sudoeste da DOCG, área reconhecida pelos tintos de Sangiovese mais opulentos e concentrados, devido ao clima um pouco mais quente e ao solo com maior concentração de argila.

Fomos convidados por Almir Meireles, membro do conselho diretivo da Argiano, para um deliciosa degustação dos Brunello di Montalcino 2007, 2010, 2012 e 2013 e dos Riserva 2010 e 2012.

Durante a prova comparativa, foi possível atestar não só a qualidade irreparável dessas quatro colheitas demonstrada pela tipicidade, pela profundidade, pela vibrante acidez e pelo equilíbrio do conjunto. Mas, também perceber as influências do clima de cada ano nessa microrregião de Montalcino. Sendo assim, os vinhos de 2007 e 2010 refletem anos mais quentes, mostrando isso no caráter mais generoso e opulento da fruta e também no perfil mais fino dos taninos. Enquanto 2012 e 2013 apresentam taninos de textura mais granulada, menos volume de boca e perfil de fruta mais fresca.

Para harmonizar tintos tão especiais, o anfitrião nos brindou com um apetitoso risoto de linguiça toscana ao Brunello (de verdade), no caso elaborado com parte das sobras das garrafas da safra 2007 e 2013, que tínhamos acabado de provar. Combinação melhor impossível. Resultado: pratos raspados e garrafas vazias. Ou seja, final perfeito para uma noite entre amigos regada a muito bons vinhos. 

AD 94 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2007

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Mostra nos aromas de frutas vermelhas e negras maduras os efeitos de um ano mais quente, depois aparecem notas terrosas e de especiarias doces. Elegante, cheio e profundo, tem ótima acidez, taninos de fina textura e final persistente, com toques terrosos e de couro. EM

AD 95 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2010

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Em comparação ao 2007, tem mais fruta (cereja madura e ao licor), tudo envolto por notas florais, de ervas frescas e de especiarias. Alia potência, certa untuosidade e volume de boca, com profundidade e precisão. Tem taninos de excelente textura e final longo, com toques minerais. EM

AD 94 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2012

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Jovem, mostra aromas de cerejas escoltados por notas florais, terrosas e de ervas. Os efeitos de um ano mais frio são sentidos tanto no aspecto de frutas vermelhas de perfil mais fresco, quanto na textura mais granulada de seus taninos. EM

AD 93 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO 2013

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Mais em linha com o estilo de fruta vermelha encontrado no 2012 e também com menos estrutura e opulência se comparado às safras 2007 e 2010. Mais vertical, austero e gastronômico. EM

AD 96 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO RISERVA 2010

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Impressiona pela juventude, vivacidade e intensidade tanto nos aromas quanto nos sabores. Mostra notas florais, especiadas e de alcaçuz seguidas de aromas de frutas vermelhas mais maduras. Impressiona pela concentração, potência e profundidade do conjunto, tudo muito bem sustentado por refrescante acidez e taninos de excelente textura. Apresenta o poder e a estrutura da afamada safra 2010 de modo refinado e preciso, com a virtude de estar acessível e ótimo agora, mas com todos os requisitos para ficar ainda melhor nos próximos 20 anos. EM

AD 95 pontos

ARGIANO BRUNELLO DI MONTALCINO RISERVA 2012

Argiano, Toscana, Itália (Portus). Apesar de ainda jovem, os efeitos do ano fresco são percebidos novamente no perfil vibrante de frutas vermelhas e na textura de taninos, com o acréscimo de mais profundidade e concentração quando comparado ao 2012 “normal”. A acidez vibrante e o final persistente, com toques terrosos e de cerejas completam a experiência. EM 

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