Segundo o portal R7, operação da polícia Argentina descobriu que vinhos contrabandeados alimentam os grupos de traficantes do PCC
por André De Fraia
Para quem acha que a aquele vinho na lista do WhatsApp pode não ser um problema, nova investigação mostra que isso não é bem verdade.
Segundo apuração do portal R7, uma facção criminosa ligada ao PCC está atuando para contrabandear vinho da Argentina para o Brasil.
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A Polícia Argentina informou que nove prisões foram feitas nos últimos 45 dias de pessoas ligadas ao tráfico de vinhos que pertenciam a grupos criminosos como o Primeiro Comando da Fronteira, o Comando Vermelho e o Bala na Cara, além do Primeiro Comando da Capital. Todos aguardam extradição.
A investigação na fronteira entre Brasil e Argentina iniciou em 2019 e além dos nove presos recentes, mais quatro pessoas já haviam sido detidas anteriormente.
Segundo a investigação, os grupos criminosos roubam o vinho na Argentina em depósitos, lojas e até mesmo em caminhões que transportam a bebida, depois são levados a galpões onde são escondidos em caminhões e contrabandeados para o Brasil.
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Segundo a Polícia argentina, pelo menos três mortes já foram identificadas em assaltos a galpões ou transportadores de vinho.
A investigação continua em sigilo no país vizinho e conta com o apoio de autoridades brasileiras.
Revista ADEGA em exclusividade realizou em novembro passado uma entrevista com Mark Tollemache, delegado da Receita Federal, que já havia apontado um crescimento no número de apreensões. “Em todo esse ponto de fronteira, principalmente nas cidades de Dionísio Cerqueira e Santo Antônio do Sudoeste nós tivemos um aumento absurdo na entrada irregular de vinhos”, disse ele.
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Segundo ele, uma combinação de fatores como a desvalorização do Peso argentino, barateando os produtos e aumentando as margens de lucro dos contraventores; o fato de que o vinho está caindo no gosto do brasileiro, fazendo com que essas quadrilhas migrem de outros produtos como perfumes para a bebida; as fronteiras fechadas durante a pandemia que limitaram o turismo e impossibilitaram que os viajantes fizessem suas compras no país vizinho, são pontos importantes do porquê o vinho caiu nas graças das quadrilhas.
Mas para o delegado, um ponto muito importante é o aumento das plataformas de marketplace, principal forma de venda do vinho irregular, “hoje qualquer pessoa pode se cadastrar como vendedor, não existe um controle cadastral por parte das plataformas e muitos criminosos criam um perfil falso e fingem ser uma empresa lícita, mas que está de fato vendendo vinhos objeto de descaminho”.
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