Faltam garrafas e sobram custos altos

Produtores espanhóis pedem medidas governamentais para aliviar a subida dos preços

Greve dos caminhoneiros e escalados dos preços da energia, dos combustíveis e de insumos causam inflação alta no setor vitivinícola

A indústria de vidro não está dando conta de recuperar o ritmo na mesma velocidade da retomada das vendas de vinhos
A indústria de vidro não está dando conta de recuperar o ritmo na mesma velocidade da retomada das vendas de vinhos

por Silvia Mascella Rosa

Para os produtores de vinho espanhóis a situação beira o desastre, quando finalmente estavam retomando a comercialização interna e a exportação, duramente afetadas pelos anos da Pandemia, novos desafios surgem no horizonte.

O setor de transportes da Espanha está em greve há 15 dias. Mesmo um acordo firmado com o Governo na última sexta-feira não pôs fim às manifestações e nem fez com que a maioria das empresas retornassem ao trabalho. No porto de Valência a atividade caiu 85%, segundo Néstor Martínez, subdiretor geral da Autoridade Portuária. "Há um congestionamento nos três terminais de carga do porto e altos níveis de ocupação, mesmo que tenhamos garantido as atividades essenciais para os mercados", afirma.

Além da greve dos transportes, a escalada dos preços da energia, dos combustíveis e de insumos como o vidro e o papelão, fez com que a Federação das Indústrias de Alimentação e Bebidas do país (FIAB) emitisse um comunicado para o Governo, com reclamações em comum e o pedido de "Contundência e rapidez para finalizar a greve e aliviar em parte uma situação que é, por si só, muito negativa no contexto internacional", dizem os líderes da federação.

Segundo a FIAB, as perdas do setor de alimentos e bebidas já alcançam 600 milhões de euros e ameaçam 100 mil postos de trabalho. Para as vinícolas, especialmente, o fornecimento de garrafas, caixas, insumos e outros elementos da indústria está colocando em risco a distribuição interna e externa.

O problema com a indústria de vidro é particularmente grave, pois elas trabalharam com menores volumes durante a pandemia e os fornos não estão dando conta de recuperar o ritmo na mesma velocidade da retomada das vendas de vinhos. Para piorar, o constante aumento do preço da energia (agravado pelo conflito Rússia- Ucrânia) está provocando o efeito dominó, de aumento dos custos de produção tanto das vinícolas quanto de seus fornecedores e esse aumento logo precisará ser repassado aos consumidores.

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