A primeira safra foi em 1995 e com o lançamento do Seña 2020, o ícone alcança 25 anos
por Christian Burgos e Eduardo Milan
Quando Robert Mondavi voltou seus olhos para o Chile no começo dos anos 1990, ele vislumbrava criar um vinho ícone no país em parceria com algum produtor – nos mesmos moldes que havia feito com o Barão Philippe de Rothschild nos anos 1970 no Napa Valley ao criar Opus One.
Na mesma época, os Rothschild também estavam de olho no terroir chileno, assim como Alexandra Manier Lapostolle estava rondando Apalta. Felizmente, Mondavi encontrou outra grande mente empreendedora, Eduardo Chadwick, e assim nasceu Seña.
A primeira safra foi em 1995, tornando-se assim a pioneira das joint-ventures de vinhos icônicos no Chile. Hoje, em 2022, para celebrar 25 safras, a empresa está lançando uma edição especial, que veio ser apresentada em primeira mão no Brasil pelo enólogo Francisco Baettig, antes mesmo de ser distribuída pela Place de Bordeaux, ou seja, o tradicionalíssimo sistema de negociantes francês a partir de setembro.
Baettig também trouxe as garrafas da safra 2020 do Viñedo Chadwick e coordenou um evento com uma vertical de safras selecionadas de Seña para mostrar a evolução do vinho com o tempo. ADEGA, além de ter acesso a essas provas, também conversou com exclusividade com o enólogo, que detalhou toda a trajetória desse ícone chileno.
Dos 25 anos de história de Seña, Baettig o acompanha há 19, desde que passou a trabalhar para o grupo Errázuriz. Ele lembra que, nos anos 1990, o Chile já possuía vinhos ícones, tal como Don Melchor, Don Maximiano, entre outros, mas eram basicamente consumidos no mercado doméstico e sem projeção internacional. “Seña nasceu com uma vocação diferente, de ser um vinho para o mundo, para posicionar o Chile junto com aos grandes, particularmente Bordeaux”, diz Baettig.
Seña nasceu com a ideia de ser uma mescla estilo bordalesa. Mondavi não queria só um Cabernet Sauvignon, então “quiseram dar um ‘selo’ mais chileno usando Carménère, que não é uma variedade chilena, mas é a uva símbolo do país”. Futuramente, Mondavi acabou saindo da sociedade, que hoje está nas mãos apenas de Chadwick. Foi graças a Eduardo, aliás, que o vinho se destacou internacionalmente.
Em 2004, em uma iniciativa ousada, ele quis repetir o famoso “Julgamento de Paris”, ocorrido em 1976, que consagrou os vinhos norte-americanos em comparação com clássicos franceses. Desta vez, porém, a prova foi em Berlim e a comparação de seus vinhos feita com outros clássicos do mundo como Lafite, Margaux, Latour e Solaia. Nessa prova, Seña 2001 ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Viñedo Chadwick 2000 (confira o box sobre a história deste vinho). E essa prova foi apenas a primeira organizada por Eduardo, que já realizou mais de 20 desde então.
Sobre o icônico terroir, Baettig diz: “Este foi um pequeno projeto 100% de Eduardo desde o primeiro dia. Ele sempre conheceu o potencial do Alto Maipo. Sua família tinha terras e a casa da família era lá, onde o pai de Eduardo tinha um campo de polo, esporte que ele praticava. Era um terroir fantástico, em solo pedregoso com ótima drenagem, em um clima um pouco mais frio com influência das montanhas. Assim, em 1992, ele convenceu o pai (que já não jogava mais polo) a plantar no campo e em 1992 cultivou Cabernet nesses 15 hectares. A primeira colheita foi feita em 1999. No começo, teve um pouco de Carménère, que também foi plantado. A safra de 1999 é a única que tem um pouquinho na mistura, porque foi um ano muito quente, então funcionou um pouco e amadureceu relativamente bem. Mas, em geral ao longo dos anos, geralmente a Carménère lá tem dificuldade em amadurecer, então isso mudou. Hoje tem um pouco de Petit Verdot que foi plantado em 2005 e, dependendo dos anos, uso um pouco. Mas o vinho é 97% Cabernet, em alguns casos 100%. Para mim a chave é o solo, um solo aluvial clássico, quase como Bordeaux, com muito cascalho, profundo, mas com muito de pedra. Tem uma excelente drenagem, uma quantidade precisa de argila que retém um pouco de umidade, mas não em excesso. As vinhas são muito equilibradas, o vigor é muito balanceado, a produção é baixa, são vinhas massais, não clones, há um cacho menor, mais concentração. E estamos mudando um pouco o estilo, diria refinando o estilo, em ambos os vinhos”, resume Baettig.
Apesar de ser um vinho mundialmente reconhecido, Seña foi mudando ao longo dos anos. A mescla, que nasceu com 70% de Cabernet e 30% de Carménère e 14 meses de barricas novas, hoje já inclui outras castas como Malbec e Petit Verdot, assim como mais tempo de estágio, porém com menos barricas novas e também uso de foudres.
Baettig reconhece que, por ser uma joint-venture com uma empresa americana, era natural que o vinho tivesse uma nota um pouco mais voluptuosa, mais opulenta, no início, mas isso foi mudando levemente. O enólogo diz que isso veio de uma evolução que também foi sua, interna, e do Chile como um todo. “Antes, pensava-se que o grande desafio era como atingir a maturidade, como evitar o verdor de pirazina, como atingir a concentração”, conta. “Hoje é como manter elegância, equilíbrio e frescor”.
Para Baettig, isso se dá com algumas situações. A primeira é com vinhas antigas “cuja produção já é menor, há amadurecimento, uma videira que tem um estilo, menos vigor, menos pirazina natural, menos verdor naturalmente”. A segunda é com colheitas mais ajustadas – que, no caso, ocorrem bem antes do que era feito antes. “A colheita começava em 20 de abril. Não importava se o ano era frio, quente, médio. Começava muito tarde e dava 15% álcool. Hoje a colheita muda muito. Em um ano mais frio, terminamos em meados de abril. Em um ano quente, terminamos de colher quase tudo em meados de março. Ou seja, um mês de diferença”. Graças a isso nota-se muito mais as variações entre safras.
Sobre as vinhas antigas, Baettig frisa a importância da recuperação de material massal para produzir vinhos de alta gama. “A produção de Cabernet clonal é muito maior do que a
massal. O cacho é maior, com o tempo ele começa a diminuir um pouco, se equilibra e a diferença não é tanta. Mas há muito mais produção de cachos, mais pesados, maiores. O massal geralmente é um cacho menor, com um grão mais solto, menos pesado”. O enólogo conta que essa diversidade massal estava se perdendo no Chile como um todo.
“É preciso recuperar esse material massal, que é muito bom, mas às vezes está contaminado com vírus e precisa ser limpo. É um trabalho lento de limpeza, mas é preciso para produzir plantas e não necessariamente mudar tudo para clonal e perder esse material histórico”, diz, apontando que o grupo Errázuriz tem feito isso junto com uma universidade.
“A planta velha, como o ser humano, é mais adaptada ao meio ambiente que as outras e demonstra isso. E em anos difíceis é onde o terroir realmente se mostra”, resume Baettig.
Baettig também comentou sobre a questão de estresse hídrico das plantas e sua influência, assim como o uso da madeira e da Malbec no blend, especialmente no da safra 2020. “Hoje, nos picos de temperatura, regamos um pouco mais para que a planta não sofra, porque toda vez que tem estresse excessivo, a planta se fecha para respirar e começa a tirar água do cacho, a fruta se desidrata, perde-se a cor, perde-se a acidez, sobe o açúcar e acaba-se com um vinho, para o meu gosto, não muito equilibrado. Você tem que fazer a planta continuar funcionando. Não se trata de excesso de água ou fazer com que ela pare de crescer, etc. Hoje se manuseia muito melhor do que antes e evita-se muito daquelas notas de álcool elevado, sobremaduras...”.
Sobre a madeira, ele aponta que vem diminuindo o uso de carvalho novo ano a ano, utilizando barricas usadas e mais foudres, ou seja, tonéis grandes para interferir menos nos sabores do vinho. “Em termos de manuseio de madeira, extraímos um pouco menos este ano [2020] porque tinha boa matéria e tanino. Baixamos a quantidade de madeira nova para 78% e usamos um pouco mais de Malbec, que é bem fresco, mais floral, com tanino mais rico e suave”.
Ele diz ainda que a madeira é selecionada criteriosamente e todos os anos os lotes são colocados em duas barricas de cada toneleria para que depois os vinhos evoluídos sejam provados às cegas e se verifiquem quais os mais interessantes.
A pureza de fruta que Seña vem alcançando é algo bastante notório e Baettig faz questão de enfatizar esse ponto. “Se lembrarmos, sempre havia uma nota um pouco mais leve de mentol, uma nota não tão pura. Hoje trabalhamos muito com limpeza, pureza de boa fruta, com algumas notas mais típicas, algo balsâmico, um pouco da nota herbácea de Cabernet, mas não essa nota ‘de fora’, não o eucalipto ou mentol”, diz, lembrando que as notas de eucalipto e mentol geralmente são dadas pelas árvores ao redor do vinhedo – “é como um óleo volátil que gruda na folha da fruta”. Baettig lembra que antes também costumava-se extrair muito mais para conseguir mais material das frutas, mas ele prefere uma “extração tipo chá”. Ou seja, um equilíbrio com menos potência do que antigamente.
Baettig aponta que “o foco dos ícones antes era geralmente os Bordeaux históricos”. Mais recentemente, contudo, a interpretação do lugar “joga um pouco”. “Seña fica mais perto da costa, um pouco mais fresco, é um blend. Houve um caminho nos últimos anos – talvez mais marcante desde 2014 – de buscar esse equilíbrio que, para mim, como enólogo, representa melhor o que é o Chile, o que é fazer vinhos no Novo Mundo, que têm muita intensidade de fruta, muita cor, mas com acidez rica, com potencial de envelhecimento, com álcool moderado, de guarda, mas bebível para acompanhar comida. Acredito que estes vinhos vão ser muito bonitos na sua evolução”.
“Hoje pode-se colocar um grande vinho de Bordeaux ao lado deste [Seña] ou de algum outro chileno, e há uma questão de gosto, estilo, mas são vinhos que conversam, que são desse nível de equilíbrio, não têm nota pesada, doce, álcool excessivo... Gosto desse equilíbrio atual”, afirma.
Sobre seus anos de experiência, Baettig pondera: “Você tem poucas oportunidades reais. Cada safra é onde você joga tudo, mas não são muitas. Então, no Chile fizemos muito em pouco tempo. Há 30 anos, ninguém exportava. Acho que houve um aprendizado rápido, mas você também tem que internalizar esse aprendizado. Há pessoas que fizeram uma mudança como Marcelo Retamal, que ficou 25 anos em De Martino, Marcelo Papa com mais de 20 anos em Concha y Toro etc. Acho que existe um aprendizado do lugar, de entender as parcelas, que não se consegue em poucos anos”. “É difícil fazer um vinho icônico só porque quer fazer um vinho icônico, se você não tem aquele vinhedo, se não tem aquele terroir”, finaliza.
Todo o raciocínio de como Seña evoluiu para melhor no decorrer do tempo, que Baettig comunica de modo claro e direto, fica evidente ao se provar, em sequência, os vinhos das safras 1998, 2003, 2008, 2009, 2013, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020. Indiscutivelmente, mesmo nas safras mais antigas, estamos diante de grandes vinhos, que se mantêm muito bem em garrafa, sendo alguns deles por mais de 20 anos.
Por outro lado, também fica claro como Seña mudou no decorrer dos anos, ou melhor, evoluiu em termos de interpretação de um lugar e, por conseguinte, em termos de estilo. Em princípio, buscava-se elaborar um vinho a partir de uma ideia preconcebida. Já, com o passar do tempo (de modo sutil, a partir da safra 2013 e totalmente realizada a partir da 2016), o objetivo passa a ser produzir o melhor vinho que o terroir pode dar em determinado ano. Ou seja, passou de uma interpretação interventiva para uma mais colaborativa e, porque não, mais precisa e transparente.
Por exemplo, quando comparamos entre si os anos mais quentes e desafiadores de 2003, 2009, 2017 e 2020, percebemos muito mais frescor e nitidez de fruta nos dois últimos e mais concentração e madurez nos dois primeiros. Assim como, nos anos mais frescos de 1998 e 2016, em que o último é muito mais preciso e fluido, enquanto o primeiro, mostra bastante concentração, mesmo para os padrões de um ano reconhecidamente mais frio como foi o de 1998.
Nesse sentido, a safra 2020, tanto de Seña, quanto de Chadwick, segundo Baettig, “expressam sim um ano quente e de temperaturas mais extremas, porém mantendo o frescor e o perfil de fruta madura, mas sem traços de sobremadurez”. E continua, “compararia essa safra, talvez, a de 2003 ou a de 2009 e veja só o que conseguimos, dois tintos tensos, precisos e bem definidos. Finalizando, “acredito que a partir da safra 2016 chegamos aonde queríamos, que é mostrar no vinho a melhor e mais pura expressão de cada ano”. E a degustação dos vinhos comprova isso, como podemos conferir nas análises detalhadas das safras avaliadas em evento coordenado por Baettig.
Nesse ano desafiador, mais chuvoso e um pouco mais frio, o enólogo era Tim Mondavi. O vinho foi composto a partir de 90% Cabernet Sauvignon, 5% Carménère e 5% Merlot, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo 92% novas.
Mostra notas balsâmicas, de evolução, de couro, de ervas secas e especiarias doces, que envolvem sua fruta vermelha e negra de perfil mais maduro, com sua boa acidez e seus taninos já aveludados trazendo equilíbrio ao conjunto.
Está muito vivo, mas mostra um estilo concentrado e opulento, mesmo num ano de temperaturas mais baixas como foi o de 1998.
Nesse ano, mais extremo e de temperaturas mais quentes, o enólogo era Edward Flaherty. Nessa safra, o Seña foi um blend de 52% Cabernet Sauvignon, 40% Merlot, 6% Carménère e 2% Cabernet Franc, com estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho francês.
No início, estava um pouco fechado, mas depois abriu na taça para mostrar notas florais, de ervas secas e de frutas vermelhas maduras e em compota, com seus taninos firmes e de grãos finos ditando as regras e trazendo certo equilíbrio ao conjunto e ao seu estilo de maior concentração e madurez. Tem final cheio, opulento e persistente, com toques de ameixas secas, de mentol e de eucalipto.
Segundo Francisco Baettig, uma safra mais fresca, menos difícil que a de 1998, um pouco mais seca e menos chuvosa. Um blend de 57% Cabernet Sauvignon, 20% Carménère, 10% Merlot, 8% Petit Verdot e 5% Cabernet Franc, com estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho francês.
Ainda muito vivo, mostra frutas vermelhas e negras maduras e em compota, mas com acidez refrescante e taninos de ótima textura, que envolvem e equilibram o conjunto. Apesar da concentração e do uso de madeira, é muito fluido e tenso. Tem final longo e cheio, com toques mentolados, de ameixas e de eucalipto.
Em um ano mais quente e de temperaturas mais elevadas o blend foi composto a partir de 54% Cabernet Sauvignon, 21% Carménère, 16% Merlot, 6% Petit Verdot e 3% Cabernet Franc, com estágio de 22 meses em barricas novas de carvalho francês.
Sente-se o ano mais quente no perfil de fruta vermelha e negra mais madura, com as notas florais, de ervas, de mentol e de especiarias doces envolvendo o conjunto. Muito bem feito em seu estilo de maior concentração e opulência, com ótima acidez e taninos firmes, que trazem sustentação ao conjunto.
Em um ano mais fresco e equilibrado, o vinho é um blend composto a partir de 58% Cabernet Sauvignon, 15% Carménère, 12% Malbec, 10% Merlot e 5% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em barricas de carvalho francês, sendo 75% novas.
Mostra frutas vermelhas e negras maduras seguidas de notas florais, de ervas, de especiarias doces, de mentol e de eucalipto, que se confirmam no palato. Cheio e suculento, chama atenção pela boa acidez, pelos taninos firmes e de textura arenosa e pelo final persistente, com toques de alcaçuz, de cassis e de cacau.
Depois de algum tempo na taça, ficou mais definido e nítido nos aromas e nos sabores.
Em um ano moderadamente quente, parecido com o de 2019, o blend foi composto a partir de 57% Cabernet Sauvignon, 21% Carménère, 12% Malbec, 7% Petit Verdot e 3% Cabernet Franc, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 88% em barricas (65% novas) e 12% em foudres.
Mostra frutas vermelhas e negras de perfil mais maduro, seguidas de notas florais, de ervas e de especiarias, tudo sustentado por acidez refrescante e taninos finos e de ótima textura.
Alia muito bem concentração e profundidade.
Uma safra mais fria e um blend composto de 55% Cabernet Sauvignon, 20% Malbec, 15% Petit Verdot, 8% Carménère e 2% Cabernet Franc, com estágio de 22 meses parte em barricas de carvalho francês (77% novas) e parte em foudres.
Impressiona pela verticalidade e precisão. Mostra frutas vermelhas e negras mais frescas, tudo num contexto de muita persistência e profundidade, com notas florais, de ervas e de especiarias doces complementando o conjunto. Tem taninos de excelente e fina textura, ótima acidez e final longo, muito longo, sem nenhuma concessão ao dulçor, com toques de alcaçuz e de grafite.
Um ano mais quente e desafiador traz um blend de 52% Cabernet Sauvignon, 15% Malbec, 15% Carménère, 10% Cabernet Franc e 8% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 80% em barricas (70% novas), 20% em foudres.
Exuberante nos aromas, mostra notas florais, de ervas e de especiarias doces, que envolvem toda sua fruta vermelha e negra de perfil mais maduro, com toques especiados, terrosos e de ervas secas, chamando atenção pela textura de taninos de grãos mais espessos.
Uma versão cheia e untuosa de Seña, mas também relativamente fresca para uma safra como a 2017.
Neste que foi o ano mais equilibrado dos últimos 20 anos, segundo o enólogo Francisco Baettig, o blend foi composto a partir de 55% Cabernet Sauvignon, 18% Malbec, 15% Carménère, 7% Cabernet Franc e 5% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 85% em barricas e 15% em foudres.
Impressiona pela fluidez e elegância, tem o frescor, a tensão e os taninos finos do 2016, com a concentração e o volume de boca do 2017. Mostra frutas vermelhas e negras seguidas de notas florais, de ervas e de especiarias doces, com sua acidez vibrante ditando as regras. Tem final longo, preciso e refinado, com toques de grafite e de alcaçuz, além de um traço redutivo encantador.
Entre os melhores, senão o melhor Seña elaborado até o momento.
Em um ano moderadamente quente, menos que o de 2017, mas com mais estrutura que o 2018 o blend é composto a partir de 60% Cabernet Sauvignon, 21% Malbec, 15% Carménère e 4% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 90% em barricas (80% novas) e 10% em foudres.
Austero, vertical e tenso, impressiona pelo volume de boca, pelos taninos firmes e de fina textura e pela acidez refrescante, tudo envolto por frutas vermelhas e negras maduras no ponto certo.
Nesse momento, é mais introspectivo e fechado, quando comparado ao 2018, porém com o mesmo refinamento, balanço, nitidez e precisão. Tem final profundo, com toques de alcaçuz, de cassis e de grafite.
Composto a partir de 53% Cabernet Sauvignon, 25% Malbec, 15% Carménère, 7% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 90% em barricas (78% novas) e 10% em foudres.
Muito bem feito para um ano mais quente como o de 2020. Impressiona pelos taninos firmes e de textura arenosa, chamando atenção pela qualidade e nitidez de fruta vermelha e negra, maduras no ponto certo. Tem final cheio e persistente, com toques de grafite, de alcaçuz, de cassis e violetas.
Fluido, nítido, preciso e muito gostoso de beber, está jovem ainda, mas tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 20 anos.
O Viñedo Chadwick 2020 é um 100% Cabernet Sauvignon, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 75% em barricas novas e 25% em foudres. Impressiona pela fluidez e pela nitidez de frutas vermelhas e negra de perfil mais fresco, mesmo para um ano mais quente e extremado como o de 2020.
Nessa versão, apresenta taninos de textura mais granulada, quase arenosa, um pouco distinta da encontrada em anos considerados mais frescos (como 2016, por exemplo), mas mantendo o equilíbrio e a harmonia tão costumeiros nesse vinho. Tem final suculento e persistente, com toques de grafite, de ervas, de alcaçuz e de cassis.
Paciência com ele na taça ou na garrafa, para que mostre todas as virtudes.