Produtores de Amarone querem que técnica de secagem de uvas seja patrimônio da humanidade
por Silvia Mascella Rosa
No norte da Itália, a oeste da região do Veneto, fica o território de Valpolicella, na província de Verona, onde está também a DOC Amarone della Valpolicella.
Esse vinho clássico italiano é feito com uvas passificadas, uma técnica antiga e única da região, que agora entrou com um processo de candidatura na UNESCO para que o método seja reconhecido como "Patrimônio Imaterial da Humanidade".
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O anúncio da candidatura foi feito na semana passada com a entrega da pesquisa e dos documentos necessários: "É um projeto de alto valor científico e filosófico, nascido há pouco mais de um ano dentro do próprio Consórcio de Tutela da região. Ele concilia a economia local, o terroir e nossas tradições e é uma grande oportunidade para auxiliar o desenvolvimento dessa zona", explicou Christian Marchesini, presidente do Consórcio de Tutela dos Vinhos da Valpolicella.
A técnica, que dá enorme singularidade aos vinhos, tem centenas de anos e começa com a colheita e a seleção manual das uvas (saiba quais são aqui), processo feito - em geral - por mulheres, por conta da maior delicadeza do toque. Os cachos são então colocados em esteiras de palha ou em caixas rasas, em várias prateleiras (conhecidas como Arele) e ficam em salas com largas janelas abertas que permitem o fluxo livre do ar, que será responsável pela secagem das uvas.
Nesse processo, que dura cerca de três meses, os grãos perdem entre 30 e 50% de seu peso, mas concentram aromas, açúcares e demais elementos que dão a particularidade desses vinhos.
A vinificação dos grãos passificados é também mais lenta e o vinho resultante, o Amarone, é um vinho seco, mas com uma leve impressão adocicada, em geral bem alcoólico e com retrogosto de ligeiro amargor. É um dos clássicos que divide opiniões, mas que todo enófilo precisa conhecer.
ADEGA já degustou vários vinhos de uvas passificadas na região de Valpolicella, e você pode saber mais sobre eles clicando aqui.