Vertical Marquesa de Alorna

Degustação de rótulos de Marquesa de Alorna

por Redação

*Relembre degustção de vinhos Marquesa de Alorna realizado em 2015.

Em passagem pelo Brasil, Pedro Lufinha, instigado pelo entusiasmado Manuel Chicau, da Adega Alentejana, trouxe os vinhos para realizar com ADEGA a primeira degustação vertical já feita fora da vinícola. O local escolhido foi novo restaurante do chef Vitor Sobral em São Paulo, o Taberna da Esquina. Tivemos o privilégio de ter o próprio Vitor, que passava pelo Brasil, preparando os pratos especialmente para harmonizar. Poderíamos (e deveríamos) ter parado nas entradas, mas Vitor nos conduziu até um perfeito prato de javali para acompanhar os grandes tintos. Os vinhos certamente mostram dois estilos, um antes e outro depois que a enóloga Martta Reis Simões passou as dar as cartas na vinícola. A exemplo da Marquesa de Alorna, Martta demonstra coragem para mudar rotas e implementar sua visão nos vinhos da quinta. Embora nos Reserva a casa nunca divulgue as castas que o compõem, num exercício delicioso e arriscado, ousamos sugerir as castas que encontramos no corte:

AD 89 pontos 
Marquesa de Alorna Reserva Branco 2009
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Esta linha não é elaborada todos os anos e as castas não são divulgadas. Julgamos serem “Arinto” e “Chardonnay”. Esta foi a primeira safra deste vinho e o vinho conserva, após meia década, uma vivacidade impressionante. Num estilo mais estruturado, de um Chardonnay untuoso da Borgonha, e com a cor dourada da idade, apresenta floral maravilhoso no nariz, com jasmim e o toque lácteo do Chardonnay barricado, ao passo que o Arinto ajuda no equilíbrio. Em boca, é estruturado, no estilo clássico e tradicional do que se espera dos melhores Chardonnay em 2009. Apenas 6.500 garrafas deste vinho foram produzidas. CB

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AD 91 pontos 
Marquesa de Alorna Reserva Branco 2011
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Já sob a batuta da enóloga Martta Reis Simões, este vinho apresenta uma interpretação mais elegante, caminhando rumo ao novo moderno, que na verdade é a volta a um passado pré-Parker. O 2011 inaugura uma acidez incrível, com mais mineralidade e crocância. Refrescante como uma limonada que já se vê nos reflexos esverdeados que se preservam apesar da idade. Longo e deliciosamente persistente. Neste ano, a produção passa de 6.500 garrafas (que já é pouco) para apenas 3.000 garrafas. CB

AD 92 pontos 
Marquesa de Alorna Reserva Branco 2012
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Na safra 2012, a personalidade da limonada de limão siciliano vai ganhando espaço junto ao pêssego. Crocante e fresco, mas com excelente estrutura. Uma aula de equilíbrio, pois o agradável volume de boca e certa maciez ajudam a equilibrar lindamente o ataque inicial de forte estrutura. Extremamente gastronômico. CB

AD 91 pontos 
Marquesa de Alorna Grande Reserva Branco 2013
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Aqui o ícone branco da Quinta ganha o adjetivo Grande no nome. O 2013 recebe hoje 91 pontos, mas tenho certeza de que, com o tempo, vai evoluir e superar o 2012. Caminhando ainda mais distante rumo ao novo clássico, como se esperava na evolução, este 2013 é o mais esbelto e equilibrado de todos, e seu segredo é justamente não abandonar o carvalho francês, mas temperar com carvalho os contornos discretos de baunilha. Chardonnay e Arinto também vem perdendo força e provavelmente “Verdelho” e “Fernão Pires” ganham espaço. Aroma de fruta cítrica, de grapefruit, andam junto ao floral e à pera. Boas ervas e mineralidade. Fim de boca com acidez que pica e muito mineral. Bastante longo e gastronômico. CB

A enóloga Martta Reis Simões é responsável pelos vinhos da propriedade, que não divulga as castas com que são feitos

AD 92 pontos 
Marquesa de Alorna Reserva Tinto 2008
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Sua extrema elegância já está no nariz com belíssima evolução que promete muitos anos de prazer pela frente. É acompanhado de muita complexidade em boca, que se apresenta sem gordura no corpo, um verdadeiro maratonista. No nariz, os toques iniciais de evolução escoltam a mineralidade do grafite, e uma violeta. Tem a doçura da fruta fresca com bela acidez e deliciosa textura de giz. O fim de boca cresce para uma saborosa fruta, amora e ameixa. CB

AD 90 pontos 
Marquesa de Alorna Reserva Tinto 2009
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. Talvez por reflexo do ano, apresenta as linhas mestras de seu irmão mais velho, o 2008, mas um pouco mais exuberante em fruta e com toques tostados do carvalho francês novo. Nesta safra, o cassis também ganha espaço tanto no nariz quanto na boca. Foi eleito um dos 50 grandes vinhos de Portugal pelo Master of Wine Dirceu Viana Jr. CB

AD 94 pontos 
Marquesa de Alorna Grande Reserva Tinto 2011
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. O mais impressionante dos tintos, este e seu irmão mais novo, o 2012, são os únicos Grande Reserva da região do Tejo até o momento, conforme definição da câmara de provadores da região. 2011 foi uma safra histórica para o Douro e este vinho é a prova de que a beleza de 2011 também se faz presente no Tejo. Profundo em fruta, flor e mineral. Em boca, é muito denso, profundo e extremamente concentrado. A textura também vibra com giz e calcário, com tanino e acidez para décadas! CB

AD 92 pontos 
Marquesa de Alorna Grande Reserva Tinto 2012
Quinta da Alorna, Tejo, Portugal. O fato de ser um dos dois únicos Grande Reserva do Tejo já serve como aval de sua qualidade. Mais vinoso e um pouco mais “quente”, lembra-nos da proximidade com o Alentejo, muito embora mantenha as melhores características florais de lavanda associada à boa acidez, estrutura e ao perfil vinoso. Um vinho delicioso e é impossível não tentar identificar “Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Tinta Roriz, Alicante Bouschet e Trincadeira” em seu corte. Deliciosa companhia para um “javali à javali” do chef Vitor Sobral. CB

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