26.jan - Vinhos: mais um negócio da China

Vinhos: mais um negócio da China

por Redação

Em 2008 a China desbancou muitos países tradicionais no consumo de vinho, como Itália França e Estados Unidos.

Com uma classe média em crescente expansão nos últimos dez anos o interesse por vinhos de boa qualidade provocou um aumento de 126% no consumo da bebida no país. A estimativa é que até 2011 o consumo aumente mais de 70%.

Com isso, a movimentação na economia não poderia ser diferente: ao todo, no ano passado, a China movimentou cerca de 16,5 bilhões de dólares.

O fato interessante é que ao mesmo tempo em que o consumo chinês aumentou, houve queda no consumo em países como França, cuja média é que um adulto beba 52 litros de vinho por ano.

De acordo com dados da consultoria americana Euromonitor, enquanto o consumo na China cresceu a uma taxa anual de 8,5% na última década, franceses e italianos tomaram quase 2% menos a cada ano. Na China, o consumo ainda é inferior a 1 litro por pessoa ao ano, porém é um número que mostra que o mercado chinês tem um enorme potencial.

Essa situação tem feito com que grandes produtores europeus se associem aos produtores chineses. É o caso, por exemplo, da vinícola italiana Illva Saronno que se associou a Changyu, maior e mais antiga vinícola chinesa, dona de 30% do mercado doméstico e um faturamento de 730 milhões de dólares em 2008. Essas parcerias são boas para os dois lados, pois as vinícolas chinesas se beneficiam do know-how e técnicas européias, que por sua vez compensa a queda de receitas no velho continente.  

Conquistar mercados exigentes é o próximo passo para o vinho produzido na China, já que o país precisa se livrar de práticas como a pirataria do sabor, que consiste em misturar vinhos estrangeiros com chineses em uma mesma garrafa sem informar o consumidor.

Por contar com um clima favorável ao cultivo de uvas (a região fica na mesma latitude de Bordeaux, de onde saem rótulos renomados como Château Latour), a província de Shandong, na costa nordeste do país já concentra a metade da produção de vinhos, e é um celeiro de esperança para a melhoria da qualidade do vinho produzido na China.

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