Champagne com base inglesa

Vranken-Pommery apresenta pedido oficial para construir sua própria vinícola na Inglaterra

A produtora de Champagnes diz que Champagne ainda é “o melhor”, mas a Vranken-Pommery já possui 40 hectares de vinhedos em Hampshire

Vinhedos da Vranken-Pommery em Hampshire, no sul da Inglaterra
Vinhedos da Vranken-Pommery em Hampshire, no sul da Inglaterra

por Redação

A Vranken-Pommery apresentou um pedido oficial para construir sua própria unidade de vinificação em Hampshire. No entanto, o fabricante de Champagnes diz que Champagne ainda é “o melhor”. Em 2014, o grupo comprou 40 hectares de vinhedos em Hampshire e desde então vem se familiarizando com o terroir inglês.

Ao solicitar permissão para construir sua própria unidade de vinificação, a Pommery visa tornar suas operações totalmente autossuficientes – hoje seus espumantes ingleses são feitos em uma vinícola parceira em Hattingley Valley Wines.

“Para nós, o espumante inglês deve ficar abaixo do Champagne”, disse Clément Pierlot, chef de cave do Champagne Pommery. “Não se justifica que um espumante inglês custe tanto ou mais que uma garrafa de Champagne, com seus 300 anos de história.”

A posição da casa se reflete em sua estratégia de preços. Louis Pommery England é vendido por cerca de £26 a £33, em comparação com o principal Champagne não vintage da Vranken-Pommery, o Pommery Brut Royal, que chega a £40 por garrafa.

As regras complexas do Comité Champagne têm, há algum tempo, atrapalhado grandes empresas como Vranken-Pommery comprar vinhedos na região, e pode ser um dos motivos pelos quais grandes produtores estão procurando terras fora de Champagne para se expandir. A Vranken-Pommery, por exemplo, tem participações não só na Inglaterra, mas também em Camargue, na Provença e no Vale do Douro, em Portugal. Para vender um terras em Champagne, elas devem primeiro ser leiloadas, e grandes empresas não podem participar.

Champagne e Borgonha serão britânicos, diz estudo

Recentemente, o estudo Climate Resilience in the UK Wine Sector (Resiliência Climática no Setor de Vinhos do Reino Unido em tradução livre), trabalha com um aumento de 1,4°C até 2040 - além do aumento de um grau desde a década de 1980. Isso significa que a quantidade de açúcar nas uvas do Reino Unido seria mais consistente com melhor qualidade do vinho e maior teor alcoólico, aponta o estudo. 

"A produção aqui no Reino Unido foi capaz de produzir vinhos espumantes que são de um estilo muito semelhante aos produzidos em Champagne", disse o pesquisador principal, professor Stephen Dorling. “O clima tem ajudado cada vez mais a corresponder a essa produção francesa", acrescentou.

O grande desafio das vinícolas britânicas, além do clima que, pelo menos por enquanto, não é o ideal, é o relevo. O Reino Unido tem muito menos terras plantadas com videiras em comparação com os principais países produtores de vinho como Champagne e Borgonha, o que significa que a indústria tende a buscar a qualidade em detrimento da quantidade.

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