Há vários séculos a viticultura emprega animais nos vinhedos, muito antes de surgir o conceito de biodinâmica
por Arnaldo Grizzo
Há quem pense que manter uma certa biodiversidade no vinhedo é uma vertente biodinâmica, contudo, a presença de animais no campo é algo anterior ao aparecimento desse tipo de filosofia, estando ligada às tradições mais ancestrais da agricultura.
Cavalos, galinhas, gansos etc., sempre conviveram em meio às mais diversas culturas, inclusive as vinhas, ajudando o homem em diversos processos.
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O uso de cavalos para o arado, por exemplo, continua sendo muito comum, mesmo após a introdução dos tratores. Rebanhos de ovelhas, gansos, galinhas, porcos e outros bichos também foram criados ao redor dos vinhedos, mesmo após o surgimento de pesticidas para controle de pragas. Ou seja, não é porque se criou uma nova tecnologia que práticas e sabedorias antigas deixaram de ser válidas.
Confira então uma lista de animais que costumam ser usados pelos produtores em meio aos vinhedos e suas funções:
Para vários vitivinicultores, os cavalos fornecem um meio natural de evitar a compactação do solo e a degradação potencial que pode ser causada pelos tratores. Os cavalos fazem a aração suave entre videiras. Além disso, comem parte da copa das plantas e fertilizam naturalmente o solo, diminuindo a necessidade de desfolha e fertilizantes.
Algumas vinícolas sul-americanas – mas também em outras localidades –, usam lhamas e alpacas para ajudar a controlar ervas daninhas nos vinhedos e também fertiliza o terrenos.
As ovelhas comem ervas daninhas que crescem na base das vinhas e, à medida que pastam, fertilizam o solo. Geralmente os produtores deixam o rebanho livre durante a grande maioria do inverno e outono, até o início da primavera, mas evitam épocas de brotação.
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Galos, galinhas, galinha d’angola etc. patrulham o vinhedo e ajudam a eliminar insetos e pequenas pragas que ficam na base das videiras e podem atacar as uvas. E elas também auxiliam na fertilização.
Assim como as galinhas, os gansos também auxiliam no controle de pequenas pragas, especialmente besouros e aranhas. Eles ainda ajudam a alertar contra possíveis ameaças, como cobras, por exemplo.
Os produtores tendem a dar preferência a uma raça de porquinhos domésticos de tamanho diminuto, pois, dessa forma, eles ajudam a manter a grama baixa e controlar as ervas daninhas ao mesmo tempo que são pequenos demais para alcançar as uvas.