A Chardonnay desperta amores e rancores na mesma intensidade. Ame-a ou deixe-a poderia ser o slogan desta uva branca clássica e popular ao redor do planeta
por Sílvia Mascella Rosa

Os franceses das regiões da Borgonha e Champagne se autoproclamam descobridores da uva branca Chardonnay. Ampelografistas (cientistas especializados no estudo das vinhas e uvas) divergem, contudo, desta visão, por conta de pesquisas que apontam que a casta teria surgido no Líbano e na Síria, para apenas depois ser levada à Europa por soldados das Cruzadas.
A França é, porém, realmente o solo onde a casta mostrou sua majestade e de onde conquistou outros reinos, com uma variedade de estilos encantadora. Fácil de ser cultivada, se adapta aos mais variados solos e climas. Como desvantagem, há, todavia, o fato de sua colheita ser bastante precoce, podendo perder qualidade quando o terroir (ambiente que cerca a uva e define suas características) está suscetível a geadas de final de primavera.
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“Só conseguimos colher a nossa Chardonnay depois de perder os frutos duas vezes na mesma safra, por conta do granizo do começo do verão”, explica o enólogo Jean Pierre Rosier, da vinícola catarinense Quinta de Santa Maria.
Outra característica que encanta os estudiosos do vinho na Chardonnay é o fato de ela suportar bem o amadurecimento em madeira, coisa rara entre as uvas brancas, permitindo sua preparação em uma notável diversidade de estilos.

Os aromas dos vinhos Chardonnay podem variar bastante de acordo com a região e o estilo desejado pelo vinicultor, apresentando toques de maçãs verdes, melão, abacaxi e limão. Na boca, desperta a sensação de maciez quando cultivada em lugares mais frios; e untuosidade (sensação amanteigada), oleosidade e baunilha, em locais mais quentes. À mesa, seu vinho pode ser apreciado com vários pratos, em especial peixes e frutos do mar.
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É impossível pensar em Champagne sem a Chardonnay, bem como em outros elegantes vinhos, como os também franceses Montrachet, Pouilly-Fuissé e Chablis. No Novo Mundo, a casta é sinônimo de vinho branco nos Estados Unidos, além de ter ajudado a Austrália a entrar no mapa do mundo dos vinhos. Argentina, Chile e Brasil também têm bons exemplares de varietais (vinhos feitos a partir de uma única uva) de Chardonnay, além da importante participação dela nos espumantes nacionais.
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