Da Espanha ao Chile, explore as curiosidades da uva Carignan
A Carignan é uma uva versátil e histórica com raízes na Espanha e presença global que vai da França ao Chile
por Arnaldo Grizzo
Acredita-se que a origem da Carignan esteja na Espanha, onde ela até mesmo dá nome a uma denominação de origem, Cariñena, na região de Aragão. No entanto, ela é uma variedade tinta encontrada em diversas regiões do planeta, da França ao Chile, e também por isso recebe inúmeros nomes diferentes. Confira algumas curiosidades sobre ela.
Pinot do Languedoc Na França, a região do Languedoc-Roussillon é onde a Carignan historicamente se difundiu, sendo, em geral, mesclada com outras uvas nos vinhos. No entanto, lá também são produzidos varietais de estirpe e, por isso, alguns convencionaram chamá-la de “Pinot do Languedoc”.
Vignadores del Carignan Há alguns anos, na região do Maule, um grupo de produtores decidiu se unir para criar uma associação com cerca de 15 empresas para a “proteção” dessa variedade, lá conhecida como Vigno. Ali há 700 hectares, geralmente de vinhedos muito antigos.
Nomes Diz-se que a Carignan tem mais de 60 sinônimos mundo afora. Entre os mais comuns estão Cariñena, em Aragão, Mazuelo e Samsó na Catalunha, Carignane na Califórnia, Carignano na Sardenha e Gragnano em outras regiões da Itália, entre outros.
Branca? Existe uma versão branca chamada Carignan Blanc, uma mutação mais particularmente encontrada na região do Languedoc-Roussillon.
A maior A Carignan já foi a variedade mais plantada na França até quase o fim do século XX (muito graças aos vinhedos extensos no sul do país, especialmente no Languedoc), quando então foi superada pela Merlot.
Alta produção Ela é amplamente plantada no sul da França e isso se deve ao seu alto rendimento. A videira de Carignan é excepcionalmente produtiva, produzindo regularmente até 200 hl/ha, mais de quatro vezes mais do que a Cabernet Sauvignon, por exemplo.
Amadurecimento tardio A Carignan amadurece tarde, então costuma ser cultivada com sucesso apenas em climas relativamente quentes. Por ser suscetível ao oídio e ao míldio, também se dá melhor em climas mais secos. Daí o sucesso no Chile, por exemplo.
Maceração carbônica Por ser bastante tânica e ácida, essa variedade costuma passar por maceração carbônica para que os vinhos possam ser consumidos mais jovens.
Veja abaixo a lista de vinhos elaborado a partir de Carignan recentemente degustados pela Revista ADEGA