Como harmonizar alguns dos rótulos mais populares no Brasil
por Wendy Elago
As características de um vinho são decisivas para a escolha do prato que o acompanhará. Aspectos como taninos, acidez, corpo, estilo de fruta e presença ou não de madeira têm de ser levados em conta antes de se tomar a decisão. “É preciso construir um equilíbrio”, ensina Eduardo Milan, editor de Vinhos e degustador de ADEGA. Aqui selecionamos 12 rótulos populares no Brasil e sugerimos pratos para cada um deles, com suporte da consultora em gastronomia Wendy Elago:
MALBEC– Este é um vinho que pode variar entre fruta mais fresca ou madura dependendo do produtor, os taninos, geralmente, são macios, suculentos, pode ou não passar por madeira. o Malbec é um curinga para carnes e churrascos em geral. Os rótulos da Argentina se tornaram muito famosos entre os brasileiros.
Prato: Parrilla argentina (carnes vermelhas na brasa e até miúdos) com legumes assados, pensando também em uma harmonização regional.
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CABERNET SAUVIGNON – Os vinhos de Cabernet Sauvignon costumam ter taninos potencialmente marcantes, estruturados, notas de especiarias e ervas pronunciadas. Têm ótimos rótulos de Bordeaux, Austrália, Estados Unidos e Chile. As possibilidades de harmonização são intermináveis.
Pratos: Para Cabernet mais jovens, com menos ou nenhum estágio em madeira, carnes grelhadas, pizza e churrasco. Para os mais encorpados ou de mais alta gama, filé ao molho madeira, cordeiro com molho de hortelã.
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CARMÉNÈRE – O vinho feito com a Carménère costuma ser muito frutado, geralmente com taninos mais macios. Os aromas de frutas negras são acompanhados de notas de pimenta e outras especiarias picantes. Por ser mais direto e fácil de entender agrada a muitos.
Prato: Filet au poivre (com pimentas verdes)
Confira aqui alguns rótulos com Carménère que vão harmonizar com carnes.
SYRAH – A Syrah costuma dar vinhos estruturados, frutados, encorpados e mais exuberantes. Uva típica da região do Rhône, na França, mas que se adaptou bem na Austrália e em outros países como Chile e Estados Unidos.
Prato: Linguiça e outros embutidos cozidos, carnes ensopadas.
MERLOT – O vinho baseado em Merlot costuma ter corpo e taninos macios, é amável e costuma mostrar notas florais. Pode também render vinhos encorpados, mas não é a regra. Seu berço é Bordeaux na França. Porém espalhou-se pelo mundo, inclusive com produção importante no Vale dos Vinhedos, no Brasil. É uma uva com relação forte com a terra e pede cogumelos e ervas.
Prato: Carnes e cozidos com cogumelos e ervas, picadinho de carne, carnes com molhos que levem frutas vermelhas como cerejas e ameixas.
PINOT NOIR – O vinho feito com a Pinot Noir tem presença de frutas vermelhas, é forte e delicado ao mesmo tempo (“mão de ferro com luva de pelica”), e pode ser temperamental. Os melhores vinhos têm notas de especiarias e são bastante terrosos. Faz fama e reforça o fascínio em torno da Borgonha, sua terra natal. Também é produzido em países como Chile, Estados Unidos e Nova Zelândia com sucesso.
Prato: Preparações com carnes mais leves, como vitelo ou aves. Atum ou salmão grelhados com legumes, especialmente os mais “terrosos”, como abóboras. Para os mais complexos, um Bouef Bourguignon, que é um cozido de carne, cebolas, cogumelos, bacon e vinho.
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SAUVIGNON BLANC – O vinho de Sauvignon Blanc é fresco, aromático, possui perfil de frutas cítricas, notas minerais e vegetais, podendo ser bem tropical. Costuma ter muita acidez com toque mineral e salinidade. Seu berço é Bordeaux e Loire, mas rende ótimos vinhos na Nova Zelândia (onde ganha típicas nota de maracujá e aspargo) e no Chile.
Prato: Linguado com legumes frescos na manteiga, limão siciliano e alcaparras. Também aceita pratos orientais, japoneses ou tailandeses. O toque cítrico combina com queijo de cabra.
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CHARDONNAY – O vinho de Chardonnay preenche vários espectros, do mais leve ao mais encorpado com passagem por madeira. Os cultuados Chablis, da Borgonha, estão entre os mais tensos e enigmáticos. A uva é produzida em praticamente todas as regiões vinícolas do mundo, inclusive no Brasil, mostra ótimos resultados na Califórnia, no Chile e na Argentina, entre outros.
Prato: Frutos do mar mais encorpados. Pode ser uma lagosta escaldada servida com vegetais e ervas ou uma massa simples com camarão e molho puxado na manteiga com creme de leite. Também pode combinar com filé mignon suíno. Ingredientes como noz-moscada, canela e cogumelos tendem a funcionar.
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SANGIOVESE – Varietal ou blend, o vinho da Sangiovese tem acidez e taninos perceptíveis. Costuma ser mais rústico e estruturado. Os jovens costumam ser mais picantes e herbáceos. É a uva mais cultivada da Itália.
Prato: Massas com molho de tomate fresco, pizzas e até carnes vermelhas, especialmente cozidas.
ROSÉ – Pode ter vários estilos, desde os mais frutados até os mais austeros. Costuma ser leve e possibilitar combinações ecléticas.
Prato: Comida árabe, desde as pastas de grão de bico e berinjela e charutinhos de folha de uva até o quibe cru e as esfihas. Pratos orientais à base de carnes com molho agridoce ou condimentadas também podem funcionar.
ESPUMANTE – Quando é leve, tem boa acidez e muita fruta, limpa a boca e abre o apetite. É um curinga, dependendo da preferência pode até harmonizar com carnes neutras.
Prato: Aperitivos com salmão defumado e ovas de peixe. Sushis, sashimi e ceviches podem ser boas pedidas também.
FORTIFICADO / PORTO – Vinhos em geral doces que têm maior teor alcoólico, maior corpo e estrutura.
Prato: Queijos azuis ou, se for uma sobremesa, de preferência os que levem ovos.
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