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Denominação de Origem Jerez passa por grandes mudanças

Aprovada pelo Consejo Regulador da DO, a revisão é considerada a maior em 86 anos da organização

por André De Fraia

Novas regras foram aprovadas pelo Consejo Regulador de Jerez

O Consejo Regulador da Denominação de Origem Jerez aprovou uma vasta mudança em suas regras.

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Segundo o órgão as alterações são as maiores nos 86 anos da organização e englobam questões de produção e até novas – ou mais ou menos novas – uvas serão permitidas.

A polêmica maior

A regra que mais está causando polêmica é o fim do Triangulo del Jerez formado entre as cidades de Jerez de la Frontera, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Santa Maria. Até então o vinho de Jerez poderia ser produzido em qualquer lugar da região demarcada, porém o envelhecimento nas tradicionais Solerasobrigatoriamente devia ser feito dentro do Triângulo.

Não mais.

Agora qualquer vinícola dentro da DO poderá fazer o envelhecimento, o que deve aumentar em muito o número de bodegas que poderão rotular seus vinhos como DO Jerez.

Novas, pero no mucho, castas

O Consejo Regulador da DO aprovou o retorno de castas que eram amplamente utilizadas antes da filoxera.

Mantúo Castellano, Mantúo de Pilas, Vejeriego, Perruno, Cañocazo e Beba caíram no esquecimento, mas agora serão reintroduzidas.

Não fortificados

As classificações Fino e Manzanilla poderão ser utilizadas para vinhos não fortificados, desde que haja no mínimo um teor alcóolico de 15°.

Palomino, uva mais plantada da região, terá novas companhias

Essa mudança vem na esteira das mudanças climáticas e da maior concentração de açúcar nas uvas, possibilitando a produção de vinhos mais alcóolicos.

O fim do fino de Sanlúcar

As vinícolas de Sanlúcar de Barrameda produzem historicamente tanto o Fino quanto o Manzanilla. A cidade é a única das três clássicas que possuem as condições climáticas essenciais para a produção dos dois estilos. Fato que não ocorre em Jerez de la Frontera ou em El Puerto de Santa Maria.

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Tanto que desde 1964 as duas deixaram de produzir o Manzanilla que passou a ser uma exclusividade de Sanlúcar de Barrameda. Porém, a recíproca não foi uma demanda na época.

Esta falta de regulação específica estava ainda causando problemas na Comissão Europeia, órgão que regula a comercialização dos produtos com indicação de origem produzidos no continente, que via dois vinhos sem diferenças técnicas com dois nomes.

Sede do Consejo Regulador Jerez em Jerez de la Frontera

Nos últimos dez anos essa discussão causou diversas desavenças entre as vinícolas da região e agora o Consejo Regulador decidiu acabar com a produção de Fino em Sanlúcar. A regra, no entanto, terá um período de transição de 10 anos para que os estoques das bodegas possam ser eliminados.

Outras mudanças

Segundo César Saldaña, presidente do Consejo Regulador de Jerez, essas alterações são “um grande passo e um primeiro passo, sinalizando que novas alterações. Ele completou dizendo que alguns “velhos hábitos da região” não terão mais vez e que Jerez entrará de vez na modernidade do vinho.

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