Eles são docemente equilibrados, assim como um dos mais aclamados vinhos de sobremesa da França, produzido ali
por Redação
Foto aérea do Château Suduiraut e seus belíssimos jardins
No coração de Sauternes, na região francesa de Bordeaux, uma imponente propriedade remete ao auge do período barroco francês. E não é à toa. Os famosos jardins do Château Suduiraut foram projetados pelo paisagista André Le Nôtre, o preferido de Luís XIV, o rei que “inventou” o luxo.
Entre outras obras, o artista criou os jardins do Palácio de Versailles e o Jardim das Tuileries, em Paris.
O château original, contudo, foi saqueado e incendiado durante a Fronda, uma série de insurreições civis na França contra o controle da monarquia. E posteriormente reconstruído e os jardins recriados.
No século 18, o edifício foi rebatizado como Cru du Roy quando foi adquirido por Jean Joseph Duroy, Barão de Noaillan, um sobrinho da família Suduiraut. Até hoje, a fusão dos brasões das duas famílias representa o dístico usado pelo château em seus rótulos.
O Grand Vin do Château Suduiraut produzido com uvas botrytizadas
Em 18 de abril de 1855, a propriedade foi classificada como Premier Cru Classé de Sauternes e Barsac durante o programa oficial de classificação de vinhos em Bordeaux a pedido de Napoleão III. A classificação é a segunda maior, ficando atrás apenas da Premier Cru Supérieur, que tem apenas o mítico Château d’Yquem como representante.
Durante anos, a propriedade – uma das maiores da região, com 200 hectares – manteve sua reputação, apesar dos altos e baixos, e, em 1992, foi comprada pelo grupo AXA Millésimes, dono de outras vinícolas importantes como o Château Pichon Baron, Château Pibran e Domaine de l’Arlot. Assim como a Quinta do Noval e do Passadouro, em Portugal.
Dos 200 hectares, 91 são de vinhedos. O solo é argiloso, arenoso e de cascalho e retém pouca água, o que leva a baixos rendimentos e maior concentração dos sabores nas uvas.
Como é típico da região de Sauternes o Grand Vin do Château Suduiraut é feito a partir de uma seleção meticulosa dos cachos botrytizados, ou seja, acometidos pelo fungo Botrytis cinerea.
O Château Suduiraut está próximo aos rios Ciron e Garonne. Ambos fornecem as condições ideais para o desenvolvimento da doença, também conhecida como podridão nobre. O fungo já está presente na vinha logo após a floração e surge nas uvas assim que começam a amadurecer. Com seleção manual no vinhedo, costuma-se fazer até cinco colheitas para poder selecionar apenas os grãos afetados pela Botrytis.
Cerca de 90% da propriedade é cultivada com a uva Sémillon e 10% com Sauvignon Blanc, proporção que se mantém no vinho.
Na adega, o processo de prensagem visa extrair o suco mais delicado que será vinificado e amadurecido em barricas de carvalho de 18 a 24 meses. O controle da fermentação é feito barrica a barrica durante duas ou três semanas para que os aromas produzidos pelas uvas botrytizadas se conservem.
Depois, faz-se uma seleção dos diferentes lotes no blend final. Nos anos em que a colheita não atinge a qualidade exigida, o Grand Vin simplesmente não é produzido.
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