Estudos que iniciaram em 2017 mostram que cada vinhedo da região de Valpolicella possui características únicas que podem ser trabalhadas e potencializadas
por André De Fraia
Pesquisadores italianos do Departamento de Biotecnologia da Universidade de Verona divulgaram os primeiros resultados de um estudo que iniciou em 2017 e está mapeando os marcadores aromáticos de vinhedos na região de Valpolicella.
O objetivo é comprovar que cada parcela dos vinhedos possui características únicas e que é possível chegar a um conceito de “terroir” marcadamente moldado pela a identidade geográfica do local.
A pesquisa trabalhou com as castas Corvina e Corvinone colhidas de diferentes vinhedos da vinícola Tedeschi e conseguiu definir a “impressão digital” aromática de cada parcela. “Trabalhamos para identificar uma pegada aromática única em parcelas individuais da vinha. Embora essas pegadas possam variar quantitativamente em função da safra, elas sempre servirão para identificar aquela área específica, tornando nosso vinho único e inimitável”, diz Ricardo Tedeschi, enólogo da vinícola.
Segundo ele, com os dados obtidos, será possível entender melhor as características dos seus terroirs e trabalhar para potencializar cada característica do vinhedo. O resultado pode ser usado para aprimorar o blend, produzindo um vinho com as características e personalidade da vinícola.
“Embora nem sempre possamos esperar os mesmos resultados exatos de cada vinificação dada a variabilidade da natureza, podemos, no entanto, contar com a detecção aprimorada de um único elemento ou mesmo de vários aspectos que serão sempre consistentes com um tipo de assinatura associada à vinícola”, explica Tedeschi.
A pesquisa ainda tem o objetivo de mostrar aos produtores da tradicional região italiana a importância do ecossistema – e os problemas que podem ocorrer com eventuais mudanças – na produção de vinhos icônicos como Valpolicella e Amarone.
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