Cientistas descobrem que espocar uma rolha de espumante pode criar força impressionante
por Redação
Estudo foi publicado na revista Science Advances
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Nunca espoque uma garrafa de espumante na direção de alguém. Especialmente de si mesmo. Esse sábio conselho agora é avalizado por cientistas e não apenas pelo empirismo de cada dia que já revelou que rolhas voadoras podem machucar seriamente os olhos, por exemplo.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista Science Advances, espocar uma rolha de espumante a certas temperaturas cria, por um instante, uma força semelhante a um jato supersônico. Segundo os pesquisadores, o gelo seco pode disparar a rolha a quase duas vezes a velocidade do som, ou cerca de 2.400 km por hora. Essa velocidade foi alcançada apenas por um milissegundo e ocorreu após o armazenamento de garrafas acima da temperatura ideal para servir.
Os pesquisadores capturaram a rolha usando vídeo de alta velocidade e seis garrafas de Champagne Pommery. Eles esperavam entender melhor como as mudanças de temperatura e pressão influenciam a maneira como o dióxido de carbono (CO2) na garrafa reage com o ar externo, uma vez liberado.
Já se sabe que armazenar espumante a temperaturas mais altas aumenta a pressão na garrafa em comparação com o ar externo.Isso pode fazer com que o CO2 congele e vire gelo seco quando liberado repentinamente, criando uma pluma na abertura da garrafa. Garrafas armazenadas a 20ºC ejetaram um jato congelante de CO2 a quase -90ºC durante o estudo.
“A grande surpresa, que merece um artigo na Science Advances, foi a formação de um disco Mach [no jato de CO2 congelante], semelhante ao acontece com os escapamentos de foguetes”, disse Gérard Liger-Belair, um dos pesquisadores da Universidade de Reims Champagne-Ardenne.
“As condições necessárias para criar essas ondas de choque são drásticas, mas no primeiro milésimo de segundo após a rolha sair, todas as condições são atendidas. A velocidade dos gases expelidos do gargalo atinge quase Mach 2, o dobro da velocidade do som”, afirmou.
Foto mostra em detalhes o gás sendo expelido da garrafa
Os experimentos foram realizados em garrafas armazenadas a 20 e 30ºC por 72 horas antes das filmagens - bem acima do que seria considerado a temperatura ideal de serviço. Uma garrafa resfriada e aberta entre 8 e 10ºC“não é suficiente para produzir uma onda de choque transversal”, disse Liger-Belair, a menos que a garrafa seja aberta em grande altitude com menor pressão do ar.
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