Dicas rápidas de passeios pela região entre Peso da Régua e Pinhão, coração do Douro
por Arnaldo Grizzo
Quando alguém diz que vai visitar o Douro, é difícil precisar exatamente para onde essa pessoa pode estar indo, pois, a região é bastante ampla. Ela se estende de antes de Peso da Régua até além de Vila Nova de Foz Còa, há mais de 80 quilômetros de distância, passando por Pinhão, Tua e outras tantas cidades e vilarejos ao longo do rio e seus afluentes de norte a sul.
Dada a vastidão dessa área vitivinícola, com tantas propriedades, é possível fazer diversos tipos de programas de enoturismo partindo de locais diversos. Uma das portas de entrada do Douro é a cidade de Peso da Régua, às margens do rio. Tendo ela como base, vamos listar aqui algumas dicas rápidas para quem quer aproveitar uma viagem de poucos dias pela região.
• Vale a pena alugar um carro e fazer a sua própria programação do dia. Há comboios (trens) entre as cidades à beira do rio, assim como taxistas que estão sempre à procura de turistas para passeios em vinícolas, caso precise, mas um carro próprio lhe dará mais agilidade e possibilidades.
• Mesmo que esteja de carro, tome um comboio de Régua até Pinhão. Há diversos horários de partida e retorno. O trajeto do trem margeando o rio é belíssimo. Além disso, vale a pena conhecer a estação de Pinhão, com seus lindos azulejos pintados.
• Tanto em Régua quanto em Pinhão há passeios de barco pelo Douro. Há desde barcos rabelos, simples, até cruzeiros. Para quem tem pouco tempo, um passeio de uma ou duas horas entre Pinhão e Tua é suficiente para admirar a paisagem das margens do rio.
• Em Régua fica localizado o Museu do Douro, que conta a história do vinho na região. O local ainda possui com um wine bar.
• Se estiver de carro, aproveite para passear pela estrada N222, que margeia o rio (na margem oposta à do trem). Há paisagens deslumbrantes.
• Estando no Douro, é quase que obrigatório fazer uma refeição no restaurante DOC, do chef Rui Paula. O edifício à beira do rio perto do cais de Folgosa é requintado e proporciona uma bela vista para o Douro. A gastronomia do chef mistura os ingredientes tradicionais da culinária portuguesa em pratos modernos, e, às vezes, surpreendentes em texturas e sabores. A carta de vinhos é enorme e o serviço de vinho, impecável. Arrisque-se em um dos menus propostos e não dispense a sobremesa.
• Em Peso da Régua, uma das melhores indicações é o restaurante Castas & Pratos, com uma gastronomia moderna de pratos saborosos, como a barriga de leitão e o magret de pato. A carta de vinhos também impressiona.
• Uma opção que deve ser levada em consideração é a Tasca da Quinta, um pequeníssimo restaurante de Peso de Régua, que prepara poucos, mas deliciosos, pratos típicos em estilo de tapas. É preciso fazer reserva, pois há pouquíssimas mesas. O menu é escrito em um caderninho e não há “carta de vinhos”, mas uma prateleira com opções de produtores menos conhecidos do Douro. Delicie-se, por exemplo, com as alheiras, omelete de sardinha e açorda de cogumelo (não deixe que as advertências sobre o estilo do prato sempre feitas pelo atendente o impeçam de pedir).
• Para quem quer sofisticação, conforto e requinte, o Vila Galé Collection Douro, em Peso de Régua, deve ser considerado. Ele pertence ao maior grupo hoteleiro de Portugal, fica às margens do rio e oferece um serviço de primeira qualidade.
• Na mesma linha está o The Vintage House Hotel Douro, mas desta vez em Pinhão, bem perto do cais e da estação de trens. Este também é charmoso e requintado, porém com decoração de estilo tradicional duriense.
• Se quiser algo mais intimista e estilo “bed & breakfest” (apesar de bem mais requintado), pode optar pela Casa de São Domingos, também em Régua, uma acomodação de família com poucos quartos e atendimento discreto, porém de qualidade. A mesa de café da manhã comunitária é estonteante.
• Se quiser já sentir os ares das videiras, mas sem ficar muito longe das comodidades da cidade, a Quinta do Vallado oferece um ambiente sofisticado, porém já com aquela sensação de estar no campo desfrutando de toda a paz e serenidade do ambiente bucólico.\
• Lembre-se sempre de fazer reservas para visitar as quintas do Douro, pois a maioria delas só aceita visitantes com hora marcada. Mais que isso, elas costumam ter horários bem definidos de visita, ou seja, não adianta aparecer a qualquer hora “tentando a sorte”. Os portugueses não costumam ser tão flexíveis quando os brasileiros e você dará com a porta na cara.
• Uma das mais tradicionais e mais próximas vinícolas de Peso da Régua é a Quinta do Vallado, que pertenceu a Dona Antónia Adelaide Ferreira, a famosa Dona Ferreirinha, e até hoje está nas mãos de seus descendentes. A visita é bastante formal, mas explicativa. Não espere encontrar os grandes ícones da vinícola para venda na loja.
• Eles aceitam poucas visitas e geralmente você precisa marcar com muitíssima antecedência, mas, se planeja ir ao Douro, entre em contato com a Quinta do Crasto e veja se há possibilidade. Veja ainda se há a possibilidade de almoçar na quinta. Acessar a propriedade, que fica entre Régua e Pinhão, não é fácil. A estrada é sinuosa e estreita, o que pode amedrontar um pouco. Mas a recompensa por chegar lá é ótima, com vista incrível e uma refeição simples, porém, saborosa, em uma casa histórica.
• Está com pouco tempo, não conseguiu fazer reserva em nenhum vinícola, uma opção é a Quinta do Seixo, do grupo Sogrape, responsável pela produção dos vinhos da marca Sandeman. Há visitas guiadas a quase todo instante de manhã até a tarde. As caves impressionam e a vista é arrebatadora.
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