Altos e baixos

2023 foi um ano de fortes emoções no mercado de vinhos

Marcado por um ano de altos e baixos, o mercado de vinhos em 2023 passou por fortes emoções

No último trimestre importação de vinho cresceu e valor disparou
No último trimestre importação de vinho cresceu e valor disparou

por Felipe Galtaroça*

As importações em 2023 não passaram sem fortes emoções, mas o resultado do ano passado foi melhor do que as projeções mais otimistas. Em volume, o mercado apresentou redução de 3%, totalizando 16 milhões de caixas de 9 litros, mas em valor as importações cresceram 5% sobre 2022, atingindo o valor FOB de 467 milhões de dólares, um recorde histórico.

Isso foi possível pela recuperação das importações dos vinhos da base da pirâmide, mas sobretudo pelo crescimento dos produtos de maior valor agregado, a exemplo do que já havia acontecido em 2022.

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O último trimestre marcou a virada que já apontávamos em setembro. Com números negativos até o final do terceiro trimestre, as importações só aceleraram nos últimos 3 meses. Outubro foi o principal mês, com aumento de 24% em volume sobre o mesmo mês de 2022, e dezembro com aumento de 17%.

A valorização da moeda brasileira no último semestre do ano, os estoques mais controlados, o crescimento do sell-out, associados à consecutivas reduções da taxa de juros, favoreceram a retomada das importações e o abastecimento do varejo.

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A queda no volume importado nos últimos 2 anos concentra-se em vinhos de menor precificação, os chamados Low Price, com valor FOB de até US$ 24,99 por caixa de 9 litros. Esse range, responsável por 65% do volume total importado e 41% do valor em 2023, registrou queda de 9% em volume e 6% em valor.

Grafico Vinho

Já os vinhos super premium, com valor FOB superior a US$ 100,00 por caixa de 9 litros, responsáveis por apenas 2% do volume total importado mas 15% do valor, apresentaram crescimento de 31% em volume e 34% em valor.

Entre as principais origens, Chile e Argentina apresentaram queda em volume (-6% e -8%, respectivamente) e em valor (-3% e -2%, respectivamente).

Portugal, França e Espanha foram os grandes destaques, com crescimento em volume de 7%, 6% e 17%, e em valor de 14%, 31% e 35%, respectivamente, em ordem citada. O mix de produto ofertado ao Brasil com menor dependência de vinhos de baixo valor foi predominante para o crescimento.

*Felipe Galtaroça é CEO da IDEAL BI

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