Degustação

Confira o que achamos do ícone uruguaio Balasto

Degustamos com exclusividade a primeira safra do ícone da Bodega Garzón

por Eduardo Milan

ADEGA foi convidada a conhecer, em primeira mão, antes mesmo de seu lançamento ofi­cial no Brasil, a primeira safra do tinto Balasto, vinho ícone da uruguaia Bodega Garzón. O rótulo havia sido apresentado na VinExpo 2017, em Bordeaux, com tradicional jantar uruguaio feito por Francis Mallmann, embaixador culinário da vinícola.

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Sob a batuta de Alberto Antonini, enólogo-consultor da Garzón desde o princípio, o blend foi composto por quatro variedades, Tannat, Cabernet Franc, Petit Verdot e Marselan. Nas palavras do próprio enólogo, o vinho “expressa muito bem as características do terroir, tem a tensão, a vitalidade e a energia do tipo de solo, também chamado balasto, que seria uma variação granítica da rocha”.

De fato, balasto é um tipo de agregado de granulometria que varia entre 40 e 150 mm que, no solo dos vinhedos da Garzón, garante ótima drenagem e também mineralidade aos vinhos. “Diante de um terroir tão nobre e complexo, a ideia foi cultivar a vinha e elaborar o vinho de forma muito pouco invasiva, para que se tornasse verdadeira expressão da sua origem”, avalia Antonini.

Pelo que provamos na taça, percebe-se também claramente a mão do enólogo italiano, principalmente em termos da construção do vinho e de sua estrutura, tendo todos os requisitos para fi­car ainda melhor nos próximos anos. Fato é que está no caminho certo, apesar da juventude e dos vinhedos ainda novos (média de 10 anos). Como tudo na Garzón e nos projetos do bilionário Alejandro Bulgheroni, nada é de brincadeira e este tinto ainda vai dar muito o que falar. O vinho, por sinal, será comercializado pela “Place de Bordeaux”, tornando-se o primeiro rótulo uruguaio a ser vendido diretamente pelos negociantes de Bordeaux.
AD 93 pontos

BALASTO 2015

Bodega Garzón, Maldonado, Uruguai (World Wine R$ 700). Tinto ícone da vinícola, é elaborado a partir das melhores parcelas de Tannat (45%), Cabernet Franc (25%), Petit Verdot (20%) e Marselan (10%), com fermentação em tanques de cimento sem epóxi e posterior estágio de 20 meses em tonéis (25 e 50 hectolitros) de carvalho sem tosta. Apesar de muito jovem, mostra todo o cuidado de sua elaboração refletido em sua complexidade aromática e nos taninos de excelente textura, que trazem sustentação a toda fruta negra madura. Tem final cheio e profundo, com toques especiados e de grafite. Álcool 14,5%. EM

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