Quando a garrafa fala

Novas regras para rótulos de vinhos entrarão em vigor na Europa em 2023

Vinícolas brasileiras que exportam para a França também terão que se adaptar

Rótulos novos mostrarão os aditivos enológicos e os valores nutricionais por escrito ou através de um QR Code
Rótulos novos mostrarão os aditivos enológicos e os valores nutricionais por escrito ou através de um QR Code

por Silvia Mascella Rosa

Os enólogos franceses se reuniram na semana passada, em Mâcon na Borgonha, no primeiro Congresso pós-Pandemia para discutir, entre outros temas relevantes ao meio, uma mudança significativa que precisará ocorrer até o final de 2023: a mudança dos rótulos de vinhos comercializados em todos os países da Comunidade Econômica Europeia.

A mudança das etiquetas vai incluir os valores nutricionais e os ingredientes químicos que são utilizados nos vinhos. Para isso, o secretário geral da CEEV (Comitê Europeu da Empresas de Vinho) fez um importante alerta: "Hoje são necessários três meses para obter novos rótulos. Se todo mundo deixar para o meio do ano que vem, será impossível imprimir a tempo", disse Ignacio Sanchez Recarte.

O aviso serve também para os produtores brasileiros que exportam vinhos para a CEE, pois a lista de aditivos enológicos e os valores nutricionais de cada produto deverão constar do rótulo por escrito ou através de um QR Code, criado na plataforma U-Label. A lista dos ingredientes e aditivos que precisam ser mencionados na etiqueta estão nos regulamentos já disponíveis pela CEE e as análises nutricionais precisarão ser feitas em laboratórios especializados.

Mas ainda há pontos em discussão entre os enólogos e as autoridades, como os gases inertes que podem ser aplicados no vinho, como o CO2. "Estamos trabalhando nesse ponto, pois o consumidor que vir escrito CO2 pode pensar que é um espumante, e não é", explicou Ignacio Sanchez. Além disso, vai caber às empresas explicar as dúvidas que os clientes terão ao verem os ingredientes adicionados ao vinho e qual o motivo de estarem lá.

As autoridades presentes ao Congresso alertaram os enólogos que as vinícolas precisam começar o processo de informar ao cliente o quanto antes, para não 'assustar' o consumidor. Mas há um trabalho institucional em marcha nesse sentido, junto da Oenoppia, (Associação Internacional de Produtos e Práticas Enológicas) para criar uma plataforma que explique ao consumidor para que servem os ingredientes utilizados na cadeia produtiva do vinho, apenas clicando no nome do produto, através de um link.

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