Descoberta arqueológica em tumba de rainha egípcia revela sementes de uvas de 5 mil anos atrás e ânforas fechadas de vinho
por Silvia Mascella Rosa
Cinco mil anos pode ser muito tempo para um vinho envelhecer, principalmente numa ânfora de barro sob as areias do deserto egípcio. Mas uma escavação arqueológica em Abydos, no Egito, descobriu na tumba da Rainha Meret-Neith, centenas de ânforas intactas, que foram enterradas com a monarca para garantir - o que pode ser - a degustação na vida eterna.
Para a ciência o achado é impressionante, pois revela muito do modo de vida dos monarcas no antigo Egito, mas também será capaz de revelar para o mundo do vinho muitos detalhes sobre a produção da bebida, uma vez que sementes de uvas foram encontradas em perfeito estado de conservação (foto).
Ainda há muito para pesquisar (as ânforas foram encontradas em outubro), mas os arqueologistas esperam conseguir informações sobre as variedades de uvas, os tipos de vinificação e também fazer comparações com o comércio de vinhos no Mediterrâneo naquela época.
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Christiana Kohler, pesquisadora chefe afirmou em entrevista que não é possível saber se o vinho era tinto ou branco, mas que encontraram muito resíduo orgânico, cristais e tártaro, que estão sendo analisados. "Esse é, provavelmente, o segundo registro direto mais antigo de vinho do Egito. E o primeiro também foi encontrado aqui em Abydos", disse a arqueóloga.
A rainha Meret-Neith viveu por volta do ano 3 mil antes de Cristo e as informações obtidas até agora nas pesquisas da Universidade de Viena - responsável pelas escavações - mostram que ela era muito poderosa e especulam que ela talvez tenha sido a primeira faraó mulher do Egito, responsável pela finanças e comércio do país.
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