por Redação
O cultivo milenar da uva e do vinho
Sr Hélio, o vinho não é uma fraude.
Por Christian Burgos
Recebi a Nota de Repúdio da Associação Brasileira de Enologia à coluna de Hélio Schwartsman. Li a nota com atenção e fui atrás da coluna porque a ABE é uma instituição pautada pela positividade e cordialidade. O tema devia ser sério. E é!
A coluna intitulada “A enologia é uma fraude?” foi publicada na Folha de São Paulo no dia 27 de outubro, 5 dias após a celebração do dia do enólogo. Parece uma brincadeira de mau gosto.
Ao encontrar a coluna me deparei com o autor escrevendo que “Estudos da psicologia do gosto,... só não acabaram de vez com a reputação da indústria enológica porque não são muito divulgados” e que “bastava adicionar um pouco de corante a vinhos brancos para deixar os especialistas completamente perdidos”. E como se não bastasse atesta que “A dificuldade, no caso da enologia, é que o paladar e o olfato humanos não são bons o bastante para julgar vinhos... no nível que os “sommeliers”, com seu vocabulário rebuscado e esnobe fazem crer que é possível.”
Costumo dizer à minha equipe que quando nós da imprensa erramos temos que escolher entre vestir o chapéu de FDP ou de incompetente, e daí cabe ao jornalista escolher o seu.
Se o Sr. Schwartsman quis ser engraçado não foi, se quis fazer jornalismo não fez, se acredita que conhece alguma coisa de vinho não conhece (nem com a rasa pesquisa que realizou).
Me uno a Daniel Salvador, Presidente da ABE e a Regina Vanderlinde, Presidente da Organização Internacional da Vinha e do Vinho no sentimento de indignação à coluna. Entretanto, ao contrário da ABE e da OIV, não penso que seja o caso de uma retratação, pois a consciência deve proceder à mudança, e o jornalista que escreve isto já deve ser um caso perdido.
As milhões de pessoas que vivem do vinho ou que não vivem sem ele já sabem que chapéu atribuir ao Sr. Schwartsman.
Eu apenas o condeno a continuar ignorante sobre vinho, e escolher entre nunca ter prazer com o mais maravilhoso dos líquidos, ou tomar feliz, inúmeras garrafas de vinho branco com corante acreditando que é a mesma coisa que um Mouton-Rothschild.
Leia abaixo a Nota de Repúdio da Associação Brasileira de Enologia:
» Receba as notícias da ADEGA diretamente no Telegram clicando aqui
+lidas
Qual o vinho certo para harmonizar com bacalhau?
Sour Grapes: história do falsificador famoso que foi parar no Netflix chega ao seu capítulo final
Vinho do Porto: qual é a diferença entre Ruby e Tawny?
Os mais caros e desejados vinhos do mundo!
Côtes du Rhône anuncia plano desenvolvimento e reposicionamento