O famoso blend GSM é uma sigla que une as uvas Grenache, Syrah e Mourvèdre
por Redação
GSM são os blends feitos a partir de Grenache, Syrah e Mourvèdre, clássicos da região de Côtes du Rhône. Nesse pedaço da França, os vinhos podem ter até 19 variedades diferentes (que os digam os famosos Châteauneufdu-Pape). No entanto, essas três castas é que costumam dar o tom dos vinhos da região.
A escolha não é à toa. A Grenache (ou Garnacha) tende dar mais leveza ao blend e também mais sabores de frutas vermelhas. Essa variedade costuma ser predominante nos vinhos do sul do Rhône. A Syrah (Shiraz) por sua vez é mais presente no norte (Hermitage e Côte Rotie) e tende a entregar sabores de frutas negras, além de notas clássicas como a de bacon. Já a Mourvèdre costuma ser usada como complemento, pois traz mais cor e estrutura (taninos) ao vinho, além de aromas florais.
Um belo exemplar de Côtes du Rhône casa bem com um filé grelhado ao molho de pimentas, o tradicional steak au poivre. É uma harmonização por semelhança, sem riscos: um entrecôte encara os taninos aveludados que a Grenache dá enquanto os aromas especiados do vinho e do molho se complementam.
Aqui uma combinação seria de um vinho Châteauneuf-du-Pape com mais de cinco anos de safra. Para um vinho estruturado, é preciso de um prato à altura. E o defumado da costela combina perfeitamente com os aromas em evolução do vinho.
Novamente vamos optar por um Côtes du Rhône para se juntar a um talharim com molho pesto. A harmonização segura para este prato seria com um Sauvignon Blanc ou um Vinho Verde, mas para as noites que pedem um tinto e um jantar rapidinho, essa combinação é ótima.
Um vinho da região de Vacqueyras, dentro do Rhône, pode conversar bem com um hambúrguer artesanal. O vinho é incrível e a comida também: não tem como dar errado. Só evitaria molhos industrializados e investiria numa maionese bem temperadinha com alho e salsão.
Saindo um pouco do Rhône e indo buscar um GSM de Barossa Valley, na Austrália, podemos pensar em uma harmonização com chocolate 70% de cacau. O GSM de Barossa costuma ter mais Shiraz no corte e alguma passagem em barricas de carvalho. Os aromas de especiarias doces, pimenta e fruta preta bem madura casam bem com a complexidade do chocolate. É tipo café bom sem açúcar e chocolatinho de menta: vai na fé.
Com uvas cultivadas em solos de xisto, de calcário e de seixos, na zona de Corbières, com estágio entre 8 e 9 meses em barricas de carvalho, é um vinho que mostra ameixas e amoras acompanhadas de notas florais, de ervas e de especiarias doces, com sua acidez refrescante e seus taninos aveludados trazendo certo equilíbrio ao seu perfil de maior madurez. Tem final untuoso, com toques terrosos, tostados e de chocolate.
Esté um GSM que mostra perfil de maior madurez de fruta vermelha e negra, mas bem equilibradas por seus taninos de boa texura e sua agradável acidez. Fácil de beber e de agradar, tem final suculento, com toques de ameixas, de ervas e de especiarias, que pedem a companhia de carnes vermelhas grelhadas.