Conheça as outras uvas viníferas que também são Pinot, embora não sejam Noir
por Silvia Mascella
No mundo do vinho existem alguns ícones, sejam garrafas que há décadas atraem olhares, paladares e a curiosidade, regiões, personagens e, é claro, uvas. Uma delas é a Pinot Noir, que não por acaso dá origem a um dos mais reverenciados vinhos de todo o mundo, o Romanée Conti, ícone da Borgonha, região de excelência dessa variedade de uva.
Mas o que passa despercebido por muitos apreciadores é que a Pinot Noir é apenas uma das uvas de uma famíia bastante importante no mundo, que - como toda família - tem um DNA comum. A família da Pinot é dividida em cores : Noir, Gris e Blanc, ou seja Pinot Negro, Pinot Cinza e Pinot Branco. E há mais um familiar muito importante, a Pinot Meunier.
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A Pinot Meunier, você deve se lembrar, é a segunda uva tinta que pode entrar no corte oficial dos Champagne, junto da Pinot Noir. Raramente encontrada como varietal, ela é uma mutação natural e muito, muito antiga da Pinot Noir, que tem papel relevante em Champagne e nos modernos espumantes ingleses também. Ela agrega aromas de frutas como cerejas, amoras e framboesas, além de dar corpo e frescor aos espumantes.
Mais famosa depois da Pinot Noir é a Pinot Gris (conhecida como Pinot Grigio na Itália, Tokay-Pinot Gris na Alsácia e Grauburgunder na Alemanha e na Áustria), também originária de uma mutação da Noir que aconteceu em diferentes locais da Borgonha e também da Alemanha. É uma uva branca de coloração intensa e casca quase cinza, que alcançou diversos terroirs no mundo, do Canadá até a Nova Zelândia.
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Na Itália a Pinot Grigio é responsável por vinhos frescos e leves e também rótulos mais robustos na região do Collio. Ela é cultivada no Brasil, no Chile e também nos Estados Unidos, mas os lugares onde se destaca são mesmo na Alsácia, com vinhos que chegam a ter aromas de mel, castanhas e frutas amarelas, na Alemanha (onde é feito nos estilos doce e seco) e até mesmo na Romênia, onde é encontrada nas versões vinho laranja e doce botritizado.
A menos popular da família das Pinot é a Blanc, conhecida como Pinot Bianco na Itália, Klevner na Alsácia e Weissburgunder na Alemanha e na Áustria. É na Itália que seu estilo é mais diversificado, entrando inclusive nos cortes dos espumantes da região do Alto Adige. Os vinhos tranquilos podem ter um toque de mineralidade e aromas de frutos brancos. No leste europeu ela recebe o nome de Beli Pinot e mesmo tendo corpo leve, algumas vezes os vinhos passam por barricas de carvalho, especialmente combinadas com outras uvas brancas num estilo mais intenso.
ADEGA já degustou vários Pinot além dos Pinot Noir. Veja abaixo: