Mitos do vinho

Cinco mitos do mundo do vinho

Algumas inverdades do mundo do vinho são tão repetidas que atrapalham quem quer aprender

por Sílvia Mascella Rosa

Desvencilhe-se dos equívocos que o consenso popular traz como verdades

A sabedoria popular afirma que uma mentira contada e recontada por muito tempo acaba virando verdade. Claro que isso é irreal e quando o assunto é vinho – tão cheio de detalhes e, até bem pouco tempo, inacessível para uma enorme parte das pessoas – algumas inverdades foram tão recontadas que passaram a ser presumidas equivocadamente como verdades. Para você entrar no próximo ano com o pé direito no mundo dos enófilos, então, resolvemos esclarecer cinco delas:

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1. Vinho pode ser feito de quaisquer frutas fermentadas
Vinho, pela legislação brasileira e do mundo inteiro, é apenas e tão somente o resultado da fermentação alcoólica natural das uvas, e de nenhuma outra fruta. Os outros produtos são fermentados de frutas e, no caso da maçã, o nome é sidra.

2. Vinho velho é que é melhor
Alguns vinhos podem (e devem) envelhecer. Mas isso é uma verdade apenas para alguns estilos de vinhos, algumas regiões e variedades de uvas. O Vinho Verde português, por exemplo, deve ser consumido jovem, no máximo dois anos após ser feito para que se aproveite sua acidez intensa. Alguns tintos da uva Gammay, da região francesa da Borgonha (conhecidos como Beaujolais Nouveau), devem ser consumidos em um ano depois de serem feitos, para conservarem seu frutado rico e frescor. Já os vinhos da uva Nebbiolo, da região italiana do Piemonte, precisam amadurecer em barricas e depois envelhecer em garrafas por longos anos, para que adquiram maciez e delicadeza. Portanto, cada vinho tem sua idade ideal.

3. Vinho faz mal à saúde x Vinho faz bem à saúde
Aqui a sabedoria popular faz uma pausa para a ciência. E não se trata de conceitos que vão se modificando ao longo do tempo, como os que dizem "coma manteiga” ou “a manteiga vai entupir suas artérias". Desde o mundo antigo já se dizia que a diferença entre o veneno e o remédio é a quantidade, e isso se aplica às duas frases acima segundo a ciência moderna. Para as pessoas saudáveis (que não têm contraindicação médica para consumir bebidas alcoólicas), duas taças de vinho todos os dias podem ser benéficas. Mas acima de quatro taças ao dia, mesmo para quem é saudável, os efeitos podem ser maus.

4. Todo vinho espumante é Champagne
Não. Apenas os vinhos espumantes feitos em uma determinada região da França, conhecida como Champagne, e submetidos a uma legislação rígida é que podem levar esse nome. Os vinhos com borbulhas podem ser chamados genericamente de espumantes. Os que são produzidos na Espanha são conhecidos como “Cava”, e os produzidos na Alemanha levam o nome de “Sekt”.

5. Lambrusco e Prosecco são nomes de vinhos
Lambrusco é uma uva tinta, natural de uma região ao norte da Itália, que produz vinhos frisantes (com menor pressão e, muitas vezes, com gás carbônico adicionado depois) e alguns espumantes de qualidade. Já Prosecco é, desde 2009, uma denominação de origem dos vinhos espumantes feitos com a uva branca Glera (que era chamada de Prosecco, mesmo na Itália), na região do Vêneto.

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