Chianti é o mais tradicional vinho toscano e possui diferenças entre suas sub-regiões
por Redação
O Chianti é uma das mais icônicas regiões vinícolas da Itália, com menções históricas datando do século VIII. A história da vinificação em Chianti é marcada pela formação da Lega del Chianti no século XIII, uma organização militar e administrativa que visava defender a região e organizar sua produção agrícola, com destaque para o vinho. Em 1384, foram estabelecidas regras para o cultivo das uvas e a produção de vinho, marcando o início de uma longa tradição de regulamentação da viticultura.
No século XVIII, o Grão-Duque Pietro Leopoldo dissolveu a Lega del Chianti, mas em 1716, Cosimo III já havia demarcado oficialmente a região de Chianti para a produção de vinhos, estabelecendo padrões de qualidade e comercialização.
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No final do século XIX, o Barão Bettino Ricasoli criou a famosa "receita" do Chianti, estabelecendo a predominância da uva Sangiovese no blend, complementada por Canaiolo e Malvasia. Em 1967, a fórmula de Ricasoli foi ratificada pela regulamentação da Denominação de Origem Controlada (DOC), que mais tarde evoluiu para Denominação de Origem Controlada e Garantida (DOCG), o nível máximo de classificação de vinhos italianos.
A popularidade e prestígio do Chianti cresceram ao longo dos séculos, com a criação de consórcios e ajustes nas regras de produção, como a eliminação de uvas brancas do blend em 2005.
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Hoje, a região de Chianti é subdividida em várias zonas, incluindo Chianti Classico, a área central e histórica, além de subzonas como Colli Senesi, Colli Fiorentini, Rùfina, Montespertoli, entre outras. Cada uma dessas regiões tem características geográficas e climáticas distintas que influenciam o terroir e, consequentemente, o estilo dos vinhos produzidos.
Chianti Classico é a denominação mais tradicional e respeitada, com vinhos produzidos a partir de um mínimo de 80% de Sangiovese. Existem três categorias dentro do Chianti Classico: Annata, Riserva e Gran Selezione, cada uma com requisitos específicos de envelhecimento e teor alcoólico. Recentemente, foram criadas 11 Unidades Geográficas Adicionais (UGA) dentro de Chianti Classico para melhor identificar as áreas de produção no rótulo, sendo aplicáveis inicialmente apenas para os vinhos Gran Selezione.
Além de Chianti Classico, subzonas como Montalbano, Rùfina, Montespertoli e Colli Aretini também produzem vinhos Chianti DOCG de alta qualidade, com diferentes proporções de Sangiovese e outras uvas permitidas. Essas regiões estão espalhadas pelas colinas da Toscana, cada uma com terroirs únicos que conferem características específicas aos seus vinhos.
Ao longo da história, o Chianti evoluiu de um simples vinho local para um símbolo da excelência vinícola italiana, sendo apreciado em todo o mundo. O compromisso com a qualidade e a tradição, juntamente com a adaptação às novas tecnologias e tendências, garantem que o Chianti continue a ser uma referência de prestígio no cenário global do vinho.
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