25 passos sem volta do fanático por vinhos
por Arnaldo Grizzo
O teste para descobrir se você é um verdadeiro fanático por vinhos
É difícil não se apaixonar pelo mundo do vinho. Depois que começamos a apreciar essa bebida, é complicado não se deixar levar por esse mundo de encantamentos que não estão somente nos aromas e sabores, mas em tudo o que o envolve, desde a história até o ritual da degustação.
Sendo assim, será que o vinho está tomando um papel importante na sua vida? Será que você já está contagiado pelo “vírus do vinho” (como diz o enólogo Santiago Achaval ao definir a relação das pessoas com o líquido)?
+ 12 vinhos que todo mundo deve ter em casa
+ 10 rótulos que marcaram a história do vinho
+ 10 acessórios que todo amante de vinho deve ter
Para ajudá-lo responder essa pergunta, ADEGA então propõe um divertido quiz. Nele, elencamos 25 alternativas com atitudes típicas de enófilos. Confira em quais você se enquadra e, ao afinal, veja qual o seu peril.
Todo enófilo começa comprando alguns poucos vinhos para beber no dia a dia e logo se vê colecionando rótulos. No início, improvisa lugares para guardar, como um armário debaixo da escada, por exemplo. Depois, resolve comprar uma pequena adega. Com o tempo, a adega se revela pequena demais. Em breve, todos os cômodos da casa acabam tendo vinhos estocados.
O gesto de girar a taça para volatizar melhor os aromas se torna tão comum que, mesmo quando não está degustando um vinho, você continua com esse “tique nervoso” não importa qual a bebida que esteja na sua mão e tampouco o tipo de copo. Cuidado apenas para não derrubar café quente em si mesmo!
De repente, aquelas férias de verão na praia começam a ser trocadas de local e de estação, indo para o inverno e regiões vitivinícolas. A família quer esquiar? Ótimo, que tal primeiro uma passadinha por Mendoza ou algum vale chileno? Querem ir para a Disney? Sem problema, vamos vasculhar Miami em busca de lojas de vinho. E tudo se ajeita.
E você ainda diz: “Originalmente eram 13, mas houve uma subdivisão de algumas castas e, com isso, agora a soma são 18”. Você também sabe que Tempranillo, Tinta Roriz e Aragonês são a mesma variedade. Sabe ainda que PouillyFuissé e Pouilly-Fumé são coisas completamente diferentes e, mais, sabe pronunciar os dois nomes com perfeição.
Você sabe que Château Margaux é um grande vinho e sonha em ter um em sua adega. De repente, dá de cara com uma garrafa com um preço razoável em uma loja. A mão começa a coçar. No entanto, você olha e vê que é da safra de 1973 (um ano muito ruim em Bordeaux), fica decepcionado e vai embora sem cerimônia.
“Um infanticídio”. O termo não sai da cabeça daqueles que começam a provar grandes vinhos de safras antigas – que mostram outras características além da boa fruta, acidez e taninos. Eles, contudo, logo se veem guardando “vin de table” na esperança/ilusão de que aquele líquido se torne algo que nunca será. Além disso, você começa a achar que praticamente todo vinho merece ser decantado.
Quando você começa a perceber que o tipo de taça faz muita diferença na apreciação de um vinho, uma das coisas que mais lhe deixa frustrado é degustar um vinho em uma taça “sem vergonha” de vidro. Quando não em um recipiente ainda mais inapropriado, de boca larga e bojo baixo. Aí então é de matar, pois você possui jogos de taças específicos para cada variedade de uva em casa.
Uma das primeiras coisas que o enófilo aprende é que a taça de vinho deve sempre ser segurada pela haste, nunca pelo bojo – para não esquentar a bebida e também não sujar o cristal. Então, presenciar essa cena é como ver alguém usar a toalha de mesa como guardanapo...
Apreciar vinho e colecionar são quase que sinônimos. Nenhuma paixão por vinho resiste ao ato de colecionar garrafas. Esse “vício” tende a começar sutilmente, mas logo vira uma obsessão e tudo é motivo para colocar mais uma garrafa na adega. De repente, você percebe que não vai conseguir beber tudo o que guardou, mas, ainda assim, continua comprando freneticamente.
Este talvez seja um dos sinais de maior maturidade “enofílica”. No começo, todos nós tendemos a ter algum respeito diante de uma garrafa aberta, mesmo que o vinho não esteja correspondendo às expectativas. Provamos várias vezes. Pedimos a opinião dos amigos. Ficamos inseguros. Com o tempo, todavia, ao menor sinal de problema (seja defeito, seja apenas uma questão de gosto), logo aquela garrafa vai para o lixo e abre-se outra.
Os amigos se reúnem. Uns falam sobre a comida. Outros, sobre futebol. Outros ainda, sobre política. Você, no entanto, está lá, amuado, no seu canto, pensando: “Eu daria mais pontos para esse Corton-Charlemagne do que o Vasco somou nos últimos três campeonatos brasileiros”.
Quando se é um iniciante, se alguém diz que tal vinho tem cheiro de coco, você mergulha o nariz na taça para tentar reconhecer esse aroma. Quando já se tem alguma experiência, porém, você passa a exibir seus dotes olfativos encontrando nos vinhos os aromas mais improváveis e os atesta sem medo.
+ Enófilo, enólogo ou sommelier?
+ Como se tornar um expert em vinhos?
+ Filmes que todo amante de vinhos deve assistir
No começo, os amigos são sua “fonte confiável” na hora de comprar vinhos. Depois, você passa a ver resenhas de especialistas para se basear. Por fim, basta esbarrar no rótulo mais esdrúxulo da prateleira para que você o compre, leve para a casa e poste seus comentários nas redes sociais.
O enófilo iniciante tende a ser um pouco tímido. Quando os amigos discutem um vinho, ele raramente sai do: “Interessante”. Com o tempo, ao perceber que há espaço para certa subjetividade nas discussões, passa a ousar: “É um Chardonnay do Novo Mundo, mas com alma francesa”. E se alguém discordar? Simples: “Provei um Chablis com essa estirpe semana passada”.
Se antes você topava qualquer coisa, agora não. Quando fica sabendo que o espumante da formatura ou do casamento de seu amigo é um demi-sec, logo dá um jeito de levar uma garrafa “de algo bom”. A vida é curta demais para beber mal, não é mesmo?
Pedir um peixe com vinho tinto nunca mais! Agora, tão logo o garçom lhe traz o menu, você pede a carta de vinhos e fica averiguando quais pratos vão combinar com aquele vinho que pretende beber.
Na primeira vez, você quer impressionar, seleciona um Bordeaux de uma safra especial. Quando você menos espera, seus amigos estão entornando as taças sem cerimônia, a garrafa acaba e você ainda está tentando decifrar os aromas. Para finalizar eles ainda perguntam: “Só trouxe uma garrafa?”
Colocar o tinto no balde de gelo e só sentir os taninos é coisa do passado. Agora você sabe que o vinho se expressa melhor quando na temperatura correta. E, na ânsia de acertar, anda com um termômetro. E, se a temperatura sobe um grau, faz um escândalo e impede que o vinho continue sendo servido.
Para um enófilo de verdade, qualquer pretexto é pretexto para abrir um vinho. Pode ser tanto uma promoção no trabalho quanto um dia de aborrecimentos. Mas nada melhor do que um jantar, pois nele você planeja tudo em função do vinho.
Nada mais cativante para um enófilo do que comentar e discutir o vinho que está sendo provado. Contudo, com o tempo, os comentários que iam do mero “gosto ou não gosto”, passam para “maceração carbônica é uma tendência” e afins.
Não é difícil reconhecer a casa de um enófilo. Basta entrar e dar uma olhada na estante da sala. Se no lugar de livros, troféus e medalhas de esportivas houver garrafas vazias, rolhas, certificados de cursos de sommelier etc, você já matou a xarada.
Sua esposa planejou o quarto do bebê com cuidado, juntos, vocês decidiram qual seria o melhor modelo de cozinha, os detalhes do banheiro etc. Mas o cômodo cuja dedicação (e talvez o gasto também) foi maior, indubitavelmente, é a adega, com prateleiras personalizadas, controle de temperatura e umidade de última geração etc.
Na verdade, você sequer gosta de pensar em degustar seus vinhos fora do “conforto e segurança” de sua casa, mas, quando não há como fugir, a primeira providência é selecionar bem o restaurante e não tirar o olho do sommelier. No fim, você mesmo quer fazer o serviço do vinho para não correr riscos.
“Como assim ele não é capaz de perceber que eu sou a pessoa que mais entende de vinhos nesta mesa?” Esse é o seu primeiro pensamento. Para logo em seguida ficar ainda mais irritado quando a pessoa que recebeu a carta fica lhe perguntando: “O que você acha desse vinho?”
Quando alguém lhe traz um vinho com tampa de rosca, você olha torto. Ao abrir a garrafa, você tem todos os aparatos. Corta lacre, corta gotas, salva-gotas, termômetro, decanter e vela, além, obviamente, de seu saca-rolhas preferido. Tirar a rolha é um momento único.
+ Confira o guia prático do vinho
+ Entenda termos usados por críticos de vinho
+ ASSINE JÁ A REVISTA ADEGA. DESCONTOS DE ATÉ 76%
Enófilo convencional: Você se enquadra em até 5 das alternativas apresentadas.
Enófilo inveterado: Você percebe que de 5 a 10 alternativas encaixam-se no seu perfil.
Completamente apaixonado por vinho: Entre 10 e 15 alternativas, o vinho já está na sua lista de prioridades.
Fanático por vinho: Viu-se de 15 a 20 alternativas? O vinho é quase uma religião para você.
Louco por vinho: Se “acertou” mais de 20 alternativas, quer dizer que você “vive o vinho”.
Doente por vinho: Enquadra-se nas 25 opções apresentadas? Você é um fundamentalista!
+lidas
1000 Stories, história e vinho se unem na Califórnia
Os mais caros e desejados vinhos do mundo!
Notas de Rebeldia: Um brinde ao sonho e à superação no mundo do vinho
Curso de vinhos para iniciantes, no RJ
Pós-Covid: conheça cinco formas para recuperar seu olfato e paladar enquanto se recupera