Localizada na região dos Vinhos Verdes, a Quinta da Covela é a primeira a obter o certificado de viticultura regenerativa
por Sílvia Mascella
A região dos Vinhos Verdes, em Portugal, possui uma história longa e rica, e está localizada no norte do país, onde Portugal se fez nação. Mas essa história que remonta a séculos não impede que algumas vinícolas ponham os olhos no futuro. É o caso da Quinta da Covela.
Localizada na sub-região de Baião, ela está no limite da região demarcada dos Vinhos Verdes com a região demarcada do Douro, e possui clima menos temperado que outras partes da zona demarcada de Vinhos Verdes. De olho no melhor tratamento das videiras, a Quinta da Covela obteve a certificação internacional R.V.A. (Regenerative Viticulture Aliance), o mais alto padrão de certificação em viticultura regenerativa no mundo.
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É a primeira vez em Portugal que uma vinícola consegue obter essa certificação, que inclui a implementação nos vinhedos de várias práticas regenerativas obrigatórias, que são verificadas pelo órgão regulador para a obtenção do primeiro certificado. Após três anos também é necessária auditoria externa para seguir com a certificação.
Entre as diversas práticas que precisam ser comprovadas para obtenção da documentação estão a preservação (ou o aumento) da biodiversidade da área de cultivo, uso exclusivo de corretivos orgânicos no solo, análises microbiológicas anuais, combate à desertificação e uso responsável das águas. Entre as práticas que não são aplicáveis aos vinhedos está o respeito às condições de trabalho de toda a cadeia produtiva dentro da empresa.
O objetivo da implementação dessas práticas é de restaurar a vida ao solo, que terá mais capacidade de retirar CO2 da atmosfera (e utilizar no próprio solo), contribuindo para a diminuição do aquecimento global e, da mesma forma, fazendo com que o terreno seja mais resistente à seca e, portanto, à erosão, além de criar um ecossistema mais balanceado.
Segundo a Quina da Covela (que tem como proprietários o empresário brasileiro Marcelo Lima e o jornalista britânico Tony Smith, desde 2011) alguns dos resultados da aplicação das diretrizes da viticultura regenerativa são o aumento da qualidade dos frutos (mais ricos em nutrientes e com maior complexidade aromática e de sabor), maior resistência a pragas e doenças nos vinhedos, além de melhor comportamento das plantas em casos de eventos climáticos extremos. A Quinta da Covela produz vinhos brancos e rosés e ADEGA já degustou vários deles. Veja abaixo: