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Wines of Chile promove degustação de vinhos do país, em São Paulo

Prova anual de vinhos chilenos mostrou os caminhos da vitivinicultura do país andino

por Redação

Evento destaca a diversidade do vinho chileno

A cada vez maior diversidade de estilos dos vinhos chilenos foi a tônica do 9º Tasting anual realizado em São Paulo, pela Wines of Chile, associação responsável pela promoção do vinho chileno nos mercados internacionais. Foram mais de 30 vinícolas e 150 rótulos oferecidos à degustação, além de masterclass conduzida por Manoel Beato, um dos mais experientes e certamente o mais conhecido sommelier brasileiro.

Beato comandou, com simpatia e conhecimento de causa, a degustação de 10 vinhos ícones chilenos, produzidos por igual número de vinícolas. Entre eles, vinhos produzidos em condições extremas, como o deserto de Atacama, um dos mais secos do mundo, e cortes com presença majoritária de Petit Verdot, até recentemente presença rara nos tintos chilenos.

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Ou ainda varietais à base de País, que, embora tenha chegado ao Chile pelas mãos dos espanhóis, até pouco tempo atrás era praticamente desconhecida fora de suas fronteiras e, mesmo internamente, era sinônimo de vinhos simples e baratos.

Mas não é só. O 9º Tasting mostrou que o Chile continua produzindo ótimos rótulos ancorados nas castas que o tornaram um importante player no mundo do vinho, como Chardonnay, entre as brancas, e Cabernet Sauvignon, entre as tintas. Assim, investir na diversificação, sem perder de vista seu rico passado enológico, parece ser a aposta chilena para manter o primeiro lugar entre os países que exportam vinhos para o Brasil, posto que ocupa sem contestação há mais de uma década.

Vinhos avaliados

AD 93 pontos

380 CODIGO DE FAMILIA 2012

Aresti, Curicó, Chile (Sonoma R$ 600). Sentimos as uvas em camadas, primeiro o mentol e estrutura da Cabernet Sauvignon, depois ameixas e o aveludado da Malbec e, por fim, os toques animais da Cabernet Franc. Um vinho tradicional, com fruta límpida. Cerejas, muita groselha e ervas, como alecrim. Em boca, aparece ainda o cassis e lindo final com cinzas. Os mirtilos maduros ficam conosco longamente no retrogosto. Os taninos ainda vão evoluir muito, mas já estão sensuais e provocantes. 24 meses em barrica e mais seis anos em garrafa antes de ir ao mercado. Chega pronto para ser apreciado. Álcool 14,5%. CB

AD 93 pontos

CONO SUR 20 BARRELS LIMITED EDITION PINOT NOIR 2017

Cono Sur, Casablanca, Chile (World Wine R$ 242). Cono Sur é o maior produtor de Pinot Noir do mundo e a segunda maior vinícola orgânica do Chile, com 300 hectares certificados. Esse vinhedo fica a apenas 8 quilômetros do oceano. Vinificação com engaços e maceração carbônica. Um tradicional Pinot Noir do Chile, capaz de conectar o bom uso de barricas (80% passa 12 meses em barricas francesas novas) e a fruta vermelha, rica, pura e exuberante. Framboesa, cerejas, ameixa e por fim café. A acidez e os taninos também agregam muita vibração e textura. Um grande acompanhamento para pratos com cogumelos shimeji. Vale a pena decantar para que possa manifestar sua elegância. Álcool 14,3%. CB

AD 90 pontos

CUARTELES EXPERIMENTALES PAÍS 2017

Santa Carolina, Bío Bío, Chile (Porto a Porto/Casa Flora R$ 200). Esse 100% País do frio Bío Bío, com levíssimos 11% de álcool, mostra um pouco da rusticidade camponesa como era esperado, mas a força dos taninos é mais presente do que muitos outros dos País já degustados. Em vez de ir para o caminho descompromissado à la Gamay, ele vai para as frutas negras amora e cerejas, balsâmico e pimenta negra. CB

AD 93 pontos

TARA WHITE WINE 1 CHARDONNAY 2016

Ventisquero, Atacama, Chile (Cantu R$ 365). Nasce com pisa a pé no vale de Huasco, a menos de 20 quilômetros do oceano. Mais Chardonnay do que as safras anteriores e o mais Borgonha de todos que degustei. Meio que deixou a rebeldia da adolescência e alcançou a maturidade. Pêssego e abacaxi, com nobre untuosidade e grande vibração. Mineral e salino. Um vinho para a boa mesa ou apenas para a boa meditação. Álcool 12,5%. CB

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