A ADEGA preparou uma seleção com grandes vinhos Supertoscanos
por Redação
A origem do nome Supertoscano é uma grande dúvida no mundo do vinho
Não se sabe ao certo quem usou o nome “Supertoscanos” pela primeira vez para se referir a esses vinhos que, por não obedecerem às regras de Chianti, eram rebaixados de categoria e só podiam levar no rótulo a denominação “vino di tavola” e posteriormente IGT (Indicação Geográfica Típica). Acredita-se que o termo tenha surgido nos anos 1980, quando foi usado por Luigi Veronelli, famoso crítico italiano, ou então pelo escritor norte-americano Burton Anderson, autor de um guia de vinhos italianos, que se mudou para a Toscana em 1977, ou ainda pelo inglês David Gleave, expert em vinhos italianos. Separamos alguns rótulos de Supertoscanos para você conhecer. Confira!
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Gaja, Toscana, Itália (Mistral US$ 90). Ca’Marcanda é o projeto de Gaja, mítico produtor do Piemonte, em Bolgheri, na Toscana. Blend de 55% Cabernet Sauvignon, 35% Syrah e 10% Sangiovese, com estágio de 18 meses em barricas usadas de carvalho francês. Desde o início, mostra exuberantes aromas de frutas vermelhas e negras acompanhadas de notas florais, de ervas e de especiarias doces. Estruturado e balanceado, tem acidez refrescante, taninos de ótima textura e final persistente, com toques terrosos e de ameixas. Definitivamente, um ótimo exemplar da região, com a mão elegante e precisa presente em todos os vinhos de Angelo Gaja. Álcool 13,5%. EM
AD 97 pontos
CASTELLO DI AMA L’APPARITA 2013
Castello di Ama, Toscana, Itália (Mistral US$ 459). Tinto elaborado exclusivamente a partir de Merlot, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo 50% novas. Mostra sedutoras notas florais envolvendo os aromas de frutas negras e vermelhas de perfil mais fresco. Preciso, compacto e refinado, tem acidez vibrante, taninos de excelente textura e final muito longo, com toques minerais e de couro. Consegue de modo sutil, quase delicado, mostrar a exuberância e o lado frutado da Merlot sem comprometer sua força e sua intensidade. Álcool 13,5%. EM
I Giusti & Zanza, Toscana, Itália (Cantu R$ 385). I Giusti & Zanza é uma pequena vinícola localizada no noroeste da Toscana e elabora este tinto a partir de 70% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot e 5% Petit Verdot, com estágio de 18 meses em barris de carvalho. Apresenta aromas de ameixas, cassis e amoras escoltados por notas florais, tostadas e de especiarias doces, além de toques terrosos, de couro e de tabaco. Bem feito em seu estilo mais maduro e carnudo, tem taninos de ótima textura e gostosa acidez, que trazem sustentação e equilíbrio ao conjunto. Concentrado e untuoso, tem final persistente, com toques de grafite e de alcaçuz. Álcool 14%. EM
Fontodi, Toscana, Itália (Vinci US$ 343 a safra 2015). Tinto elaborado exclusivamente a partir de Sangiovese, com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês. Muito equilibrado, chama atenção pela fruta vermelha lembrando cerejas, que aparecem tanto no nariz quanto na boca. Depois surgem notas terrosas, de ervas secas e de especiarias, tudo escoltado por refrescante acidez e taninos de excelente textura, que conferem profundidade e complexidade ao conjunto. EM
Fattoria di Fèlsina, Toscana, Itália (Mistral US$ 179 a safra 2012). Tinto elaborado exclusivamente a partir de Sangiovese, com estágio entre 18 e 20 meses em barricas de carvalho francês. Complexo nos aromas e nos sabores, esbanja notas terrosas, de especiarias, de tabaco e de ervas, impressionando pelos taninos de fina textura. Austero, muito bem feito nesse estilo mais concentrado e exuberante. EM
Tenuta di Capezzana, Toscana, Itália (Mistral US$ 99 a safra 2010). Blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, com estágio de 15 meses em barricas de carvalho francês. Muito bem feito em seu estilo mais maduro e opulento, é macio e muito refinado, tudo envolto e equilibrado por taninos de grãos finos, vibrante acidez e final com toques especiados e de grafite. EM
Colle Massari, Toscana, Itália (Mistral - não disponível). Tinto composto de 65% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot e 15% Sangiovese, com estágio de 18 meses em barricas novas e de segundo uso. Num estilo mais exuberante nos aromas, mostra fruta mais maduras seguidas por notas florais e de especiarias doces, além de toques terrosos e de tabaco. Redondo, suculento e estruturado, tem acidez vibrante e taninos de excelente textura, que trazem harmonia e sustentação ao conjunto, terminando de forma persistente, com toques de alcaçuz e de grafite. Álcool 14%. EM
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 1.497 a safra 2015). Composto de 55% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 18% Cabernet Franc e 2% Petit Verdot, com 18 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês. Apesar de muito jovem, já se mostra mais fresco, com mais tensão, mas mantendo o estilo classudo e elegante. Tem ótima acidez, excelente textura de taninos e final profundo, com toques de grafite. Álcool 14%. EM
Il Borro, Toscana, Itália (Épice R$ 700 a safra 2014). Tinto composto de 50% Merlot, 35% Cabernet Sauvignon e 15% Syrah, com estágio de 18 meses em barris de carvalho francês. Elegante e refinado nos aromas e nos sabores, tem gostosa acidez, taninos de ótima textura e final persistente e suculento, com notas de ervas e de grafite. Impressiona pelo equilíbrio e precisão do conjunto. Álcool 14,5%. EM
Il Carnasciale, Toscana, Itália (Mistral US$ 843 a safra 2008 em magnum). Degustar este vinho é um privilégio para qualquer enófilo, afinal é como presenciar o “nascimento” de uma casta. Confirma as linhas de seu irmão Carnasciale, mas com muita imponência. Mais concentração, tanto de frutas quanto taninos. Também há mais presença de “óleo da madeira”. Apresenta ainda um elegante mentol. Merece ser decantado para que sua força dê espaço à crescente elegância aromática, em que a fruta vermelha, o perfil vinoso e o toque balsâmico abrem espaço para o protagonismo floral de dama da noite. Muito longevo, ainda tem a marca da boa passagem por madeira com um aspecto lácteo e café que premiará a paciência até 2025 (ou mais). CB
AD 91 pontos
LE SERRE NUOVE DELL’ORNELLAIA 2014
Tenuta dell’Ornellaia, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 599). Espécie de segundo vinho do mítico Ornellaia, é composto de 50% Merlot, 34% Cabernet Sauvignon, 9% Cabernet Franc e 7% Petit Verdot, com estágio de 15 meses em barricas de carvalho 25% novas. Um Bolgheri da cabeça aos pés, mostra-se mais acessível mesmo tão jovem, quando comparado ao seu irmão mais velho. Surpreende pela qualidade de fruta madura mesmo em uma safra tão complicada quanto a 2014 na Toscana. Refinado e estruturado, tem acidez refrescante, taninos de ótima textura e final persistente, com toques minerais. Álcool 13,5%. EM
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Tenuta Sette Ponti, Toscana, Itália (World Wine R$ 780 a safra 2015). Blend de 45% Merlot, 40% Cabernet Sauvignon e 15% Petit Verdot, com estágio em carvalho francês. Mostra acidez refrescante e taninos finos e de ótima textura, que trazem vibração e tensão a todo o conjunto. As ameixas estão torneadas por notas de menta e de chocolate, que vão se tornando mais pronunciadas com o tempo na taça. Tem final longo e persistente, lembrando grafite. Álcool 14,5%. EM
Tenuta dell’Ornellaia, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 2.464 a safra 2014). Tinto composto de 65% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 5% Cabernet Franc, com cada variedade fazendo estágio separadamente em barricas de carvalho francês 50% novas durante 18 meses e só depois realizado o blend. Perfeito exemplo daquele ano mais quente na Toscana, mostra fruta de perfil mais maduro e bastante potência, mesmo com mais de dez anos de garrafa. Os taninos de grãos finos e de excelente textura trazem equilíbrio a toda sua opulência, conferindo finesse e elegância ao conjunto. Tem final longo e cheio, com toques de mocha e de grafite. Álcool 14%. EM
Mazzei, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 430). Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Cabernet Sauvignon cultivadas nas regiões de Maremma e Chianti Classico, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês e americano, sendo 30% novas. Refinado e macio, mostra perfil elegante, com notas especiadas, terrosas, de ervas secas e de flores, que envolvem sua fruta vermelha e negra madura. Chama atenção pelos taninos de fina textura e pela acidez refrescante, que trazem tensão ao conjunto. Tem final longo e persistente, com toques de grafite. Está ótimo agora, mas tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 10 anos. Álcool 14,4%. EM
Castiglion del Bosco, Toscana, Itália (Via Vini R$ 550 a safra 2015). Apresenta frutas vermelhas e negras de perfil mais fresco, com mais tensão e vibração, mas mantendo a finesse e o equilíbrio do 2012. As notas de ervas, de alcaçuz e de especiarias doces conferem complexidade, tudo sustentado por ótima acidez, taninos finíssimos e final persistente, com toques minerais e de amoras. EM
Tenuta San Guido, Toscana, Itália (Ravin R$ 3.811 a safra 2014). Tinto composto de uvas 85% Cabernet Sauvignon e 15% Cabernet Franc cultivadas em Bolgheri, com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês. Notas sedutoras de tabaco e de couro envolvem os aromas de ameixas, amoras e cerejas de perfil mais fresco. Depois aparecem notas florais, de especiarias doces, de ervas e de alcaçuz. Estruturado, equilibrado e refinado, tem taninos de excelente textura, vibrante acidez e final longo e profundo, com toques de grafite e de cerejas ácidas. Álcool 13,5%. EM
Mazzei, Toscana, Itália (Grand Cru R$ 1.299). Tinto composto de Sangiovese e Merlot, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês. Complexo nos aromas mostra notas florais, de cânfora, de especiarias doces e de frutas vermelhas ao licor, que se confirmam no palato. Profundo, refinado e muito preciso, tem excelente textura de taninos, refrescante acidez e final longo e persistente, com toques de grafite. Álcool 14%. EM
AD 95 pontos
SOLAIA 1997
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 4.876 a safra 2013). Com mais de 20 anos impressiona pela vivacidade e juventude, principalmente pela qualidade e exuberância de fruta, tudo num contexto de gostosa acidez, taninos de fina textura e final longo e profundo, com toques especiados, terrosos e de cerejas. Faz jus a essa mítica safra na região. Ainda está jovem e tem longa vida pela frente. EM
Castello del Terriccio, Toscana, Itália (Mistral US$ 110). Tinto elaborado a partir de uvas Cabernet Sauvignon (50%) e Merlot (50%) cultivadas em Maremma, com estágio em barricas de carvalho francês. Impressiona pelo equilíbrio do conjunto e pelos taninos de grãos finos e de ótima textura, que envolvem suas frutas vermelhas e negras que aparecem acompanhadas de notas florais, terrosas, de couro e de especiarias doces. Elegante e refinado, tem final longo e persistente, com toques de ervas secas e de grafite. Álcool 13,5%. EM
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 1.319 a safra 2015). Tinto composto de 80% Sangiovese, 15% Cabernet Sauvignon e 5% Merlot, com fermentação em taques cônicos de madeira e posterior estágio de 12/14 meses em barricas de carvalho. Mostra aromas de cerejas, ameixas e cassis envoltos por notas florais, especiadas e herbáceas, além de toques terrosos e de alcaçuz. No palato, mostra fruta exuberante, muito equilíbrio, acidez vibrante e ótima textura. Um vinho profundo e elegante, que mostra toda sua potência, num contexto de muito frescor, vivacidade e finesse. Álcool 14%. EM
Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 1.319). Este ícone é um blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. É o Supertoscano em essência. Hoje um clássico, em seu lançamento na safra de 1971 era um inovador, quase rebelde, que passou por barricas de carvalho e usou uvas francesas. Um verdadeiro subversivo, desafiou as regras da região e só pôde ser engarrafado como IGT. Esta safra está muito especial, com camadas ou ondas de aromas, fruta vermelha precisa, acompanhada de aromas terrosos e estrebaria, depois pimenta e um frescor mentolado. Por fim, um floral intenso, quase gentil. Em boca, marca por sua austeridade e vibração, que são os reflexos da estrutura e acidez, combinando força e elegância. Delicioso hoje e vai lindamente até 2033. Álcool 13,5%. CB
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